quarta-feira, junho 26, 2013

PERDER A CABEÇA


Soube hoje que nos Gorjões o último pedreiro que ainda tinha trabalho há dias atrás também já está desempregado. A sua empresa onde trabalhava há mais de 20 anos não tem trabalho sequer para manter o seu melhor e mais antigo trabalhador especializado.
E acontece neste Lugar, terra de empreiteiros de estradas desde o Séc. XIX que fez escola, quer na formação de novos empreiteiros como de criação de pessoal especializado em ofícios na arte de bem fazer estradas, e onde nunca faltaram pequenas empresas dedicadas às estradas e pequena construção e, por conseguinte, onde havia sempre algum emprego mesmo na crise mais profunda.
Hoje, no ano 13º do Séc.XXI, nem um único homem trabalhador indiferenciado ou especialista da construção tem trabalho diário para além de algum biscate que vá fazer a casa de alguém conhecido.
Fala-se novamente em emigrar tal como nos anos sessenta. Mas, logo se apercebem que só têm lá fora trabalho sazonal ou para uma obra e período específico. Ou seja, as condições lá fora são as mesmas de cá dentro e até pouco atrativas economicamente. Com a agravante de que na situação de emigrante, numa Europa toda em crise, a possibilidade de exploração e abuso de tratamento sub-humano serem desenfreadamente maiores.
Sabe-se que no campo as pessoas, mais humildes, têm mais hábitos de poupança para formar o seu pé-de-meia do que de se endividarem com bens supérfluos. Assim, logo após o desemprego, além de algum apoio social, ainda contam com alguma tempo e margem de espera por melhores dias.
Não dará, contudo, para aguentar anos. E este governo parece querer levar o castigo do povo até às últimas consequências da pobreza, leve o tempo que levar e custe o que custar.
É preciso avisar este governo que o povo não é suicidário e nunca nenhum tirano acabou com o povo. A História conta-nos que sempre foi ao contrário.    

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