AS GUERRAS DE JOAQUIM FURTADO II
2º EPISÓDIO
Confirma este 2º episódio que JF quiz mesmo fazer um filme sobre a nossa guerra colonial a partir das intrigas e determinações de carácter dos homens políticos e militares que a impuseram e dirigiram. Pura e simplesmente, segundo JF a nossa guerra não tem precedentes históricos, nem "ventos do tempo", dá-se pela vontade e teimosia de Salazar e sua escolta de duros ainda mais teimosamente quando Kenedy exige um programa, a prazo lato, para a independência das nossas colónias, ou apoiará a sublevação dos movimentos nacionalistas. É uma opção jonalística respeitável na medida em que os relatos directos dos intervenientes são explícitamente claros e colocados de forma imparcial, honesta e adequadamente inseridos na crónica filmada, por um lado. Por outro lado, sabe-se como as contextualizações, dado o seu carácter subjectivo, se prestam a manipulações ideológicas. Supondo que grande parte dos portugueses hoje, já entenderam bem os imparáveis tempos de mudança da altura, é muito bom e elucidativo que fiquemos agora a conhecer as motivações políticas e pessoais dos mesquinhos chefes caseiros.
Ficámos a saber como Kaulza "fura" a revolta por não "gramar" o Botelho, como este face à sua demissão inesperada não é capaz de organizar as tropas e impôr-se pela força e cede, mesmo com a protecção americana, como C.Gomes está na situação de golpista e depois vai ser situacionista ou anti-situacionista em todas as situações, sem nunca enfrentar de frente e corajosamente qualquer situação, como A.Moreira aparece e apoia o contra-golpe e hoje passeia pelo país o seu estatuto de "senador da pátria", sem ninguém lhe pedir responsabilidades pelos 9000 mortos para nada. Enfim, ficámos a conhecer melhor estas figuras de comédia rasca que conduziram o país à dolorosa tragédia da guerra.
Com este episódio, eu próprio fiquei a perceber e sentir na pele como o povo está de parte e é joguete e carne para canhão, no jogo de personalidades, entre estes senhores presidentes e generais sem envergadura humana. À altura do rapto do Santa Maria, passei algumas noites deitado no chão num "ninho de metralhadora" nos terreiros do quartel de Santa Margarida, então soldado miliciano. Passados uns tempos, já cabo miliciano, aquando da tentativa do golpe do B.Moniz, passei três noites a dormir dentro do carro de combate (Paton AM44) entre outros, colocados em fila frente à porta de armas do quartel, em estado de prontidão total para avançar. Para que lado dos contendores ia avançar? Em que trincheira ia combater? Ainda hoje não faço idéia.
Sei é por força de corpo presente, que passados mais uns meses estava mobilizado para a guerra de África, contráriamente ao incialmente previsto e anunciado de ir para o leste europeu integrado em forças Otan, e um mês após a mobilização já estava participando na operação Viriato para a tomada de Nambuangongo, com risco de vida 24 horas por dia. Para os senhores da guerra, sempre com o rabo de fora, a participação dos cidadãos é limitada ao cumprimento de ordens de serviço e guias de marcha.
Ficámos a saber como Kaulza "fura" a revolta por não "gramar" o Botelho, como este face à sua demissão inesperada não é capaz de organizar as tropas e impôr-se pela força e cede, mesmo com a protecção americana, como C.Gomes está na situação de golpista e depois vai ser situacionista ou anti-situacionista em todas as situações, sem nunca enfrentar de frente e corajosamente qualquer situação, como A.Moreira aparece e apoia o contra-golpe e hoje passeia pelo país o seu estatuto de "senador da pátria", sem ninguém lhe pedir responsabilidades pelos 9000 mortos para nada. Enfim, ficámos a conhecer melhor estas figuras de comédia rasca que conduziram o país à dolorosa tragédia da guerra.
Com este episódio, eu próprio fiquei a perceber e sentir na pele como o povo está de parte e é joguete e carne para canhão, no jogo de personalidades, entre estes senhores presidentes e generais sem envergadura humana. À altura do rapto do Santa Maria, passei algumas noites deitado no chão num "ninho de metralhadora" nos terreiros do quartel de Santa Margarida, então soldado miliciano. Passados uns tempos, já cabo miliciano, aquando da tentativa do golpe do B.Moniz, passei três noites a dormir dentro do carro de combate (Paton AM44) entre outros, colocados em fila frente à porta de armas do quartel, em estado de prontidão total para avançar. Para que lado dos contendores ia avançar? Em que trincheira ia combater? Ainda hoje não faço idéia.
Sei é por força de corpo presente, que passados mais uns meses estava mobilizado para a guerra de África, contráriamente ao incialmente previsto e anunciado de ir para o leste europeu integrado em forças Otan, e um mês após a mobilização já estava participando na operação Viriato para a tomada de Nambuangongo, com risco de vida 24 horas por dia. Para os senhores da guerra, sempre com o rabo de fora, a participação dos cidadãos é limitada ao cumprimento de ordens de serviço e guias de marcha.
Etiquetas: guerra colonial
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