segunda-feira, julho 07, 2008

GORJEIOS XVIII


Vai fugido vai à procura
d'encher pele e ossatura
à vista no corpo seco.
Faz contas à sua sucata
de vida no país que o trata
como farrapo de boneco
lançado na valeta,
pergunta que deus ignoto
faz que uns raspem o goto
e outros mamem na teta.
Lembra-se da última ceia
mais lágrimas que comida,
tem saudades da remexida
mulher só e triste? na aldeia.


2ª estrofe do poema "Emigração"
do livro "Gorjeios".

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