segunda-feira, agosto 24, 2009

CRIMINALIDADE

ONTEM E HOJE
Paulo Portas, democrata cristão, sempre incansável na sua cruzada contra os malfeitores e bandidos, e outros crentes, espantam-se com a actual criminalidade no mundo exigindo uma prevenção pelo medo de retaliação oficial juridico-policial.

Querem fazer crer que a criminalidade é uma coisa derivada expressamente da desordem social e brandura política para com os marginais e fora da lei. Clamam por dureza e acusam os governos de complacentes e até de cumplíces com a marginalidade.

Contudo, sendo crentes e bons cristãos, não se percebe o seu espanto actual atendendo aos factos bíblicos primevos. Nesse tempo, ainda mal o mundo tinha sido criado, e apenas um homem e uma mulher habitavam o mundo, e para mais habitavam-no junto e às ordens directas de Deus, e logo um e outro desobedeceram e prevaricaram face à proibição divina.

Pior ainda, logo de seguida, quando apenas viviam no mundo quatro pessoas, já na Terra e obrigadas ao trabalho duro para grangear o sustento do dia a dia, por castigo da desobediência anterior, um irmão matou o outro irmão, para mais sem uma causa racional. Isto é: apenas existindo no mundo apenas quatro pessoas, sendo todas familiares consanguineas por via directa e sob estrito escrutínio de Deus, deu-se uma grave desobediência à ordem divina e um crime grave de assassinato deliberado e premeditado.

Neste tempo actual, estando o mundo superlotado de milhões de milhões de pessoas, com todos os deuses existentes e respectivas leis morais enfraquecidos, queriam que não houvesse criminalidade? Querer vencê-la pela violência pode fazer retornar as Euménides benevolentes ao estado primitivo de Erínias vingativas. Qual o perigo maior?

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