quarta-feira, novembro 13, 2013

O VENTOINHAS COSTA, II

Na passasa segunda-feira percorrendo as estantes de livros da Fnac no Chiado dei com o seu trabalho recente chamado "Manual de Instruções para Portugal".
Fiquei cerca de hora e meia lendo e percorri quase todo o conteudo do livro. Seguindo à risca a uzeira maneira do jornalista comentador Costa na SIC, a única pessoa com direito a voz é o Costa escritor. Nem uma única vez o Costa cita uma frase de um político para fundamentar as suas interpretações. Nada, só ele é que fala-interpreta ou interpreta-fala sem parar um momento para fundamentar as interpretações com base no dito, escrito ou proferido pelo respectivo político sobre que fala e fala e fala.
Claro, deste modo é facil alinhar uma narrativa minimamente coerente com as velhas e novas opiniões do Costa ventoinhas. E claro, assim, o jornalista-político sabichão Ricardo Costa ventoinhas nunca falhou nem falha nas suas infalíveis análises.
Ao contrário do David Dinis no "Resgatados" que, sendo um feroz anti-socrático, ao estampar preto no branco as palavras de Sócrates e outros intervenientes, arriscou o juizo da História. Assim, pensando que o futuro o viria incriminar ainda mais fortemente pela sua acção e visão política inscreveu a frase de Sócrates "Ainda vamos ter saudades do PECIV" proferida em 29.04.11. A inscrição no seu livro desta e outras frases pronunciadas na defesa intransigente do melhor para Portugal, hoje, contra a ideia inicial e vontade ideológica do autor/autores de "Resgatados", transformaram este livro num documento histórico elogioso do comportamento político do anterior Primeiro Ministro. Querendo atacar e ridicularizar, pelo momento, Sócrates pelas suas próprias palavras acabaram por lhe fazer um encómio histórico.
O Costa ventoinhas não arriscou definir as posições dos intervenientes pela boca dos próprios, antes preferiu o conforto de jogar com as suas próprias interpretações para parecer o sábio que julga carregar em si.
Por fim o Costa ventoinhas diz que o seu livro "não é um programa de governo" como contraponto ao seu colega da SIC, o ratinho Ferreira. Contudo, no fundo, o que ambos andam a fazer é anunciar aos poderes que podem contar com eles como ministeriáveis sabe-tudo, faz-tudo, capaz-de-tudo.  

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