terça-feira, junho 24, 2014

O FALHADO POLÍTICO

AnónimoPacheco falou acerca do BES no "Publico" para, de passagem, iniciar a conversa sobre as aldrabices e corrupções à solta na generalidade da banca portuguesa,  misturar na caldeirada de corruptos do seu partido o anterior PM com as insinuações tiradas do falatório habitual do correio da manha; género os banqueiros frequentavam os gabinetes de Sócrates, uma banalidade que nada prova e apenas insinua. E veja-se quem na foto ao lado está no meio de banqueiros, sorridente e feliz. E porque aparece a pachecal figura entre estes dois "banqueiros" de aviário cooptados por verdadeiros banqueiros-donos de primeiros-ministros e políticos avulso recrutados no PSD?
O pachecal-figurão conivente-sorridente da omo-ética dos seus pares banqueiros por direito divino enquanto congemina acerca do banqueiro-bandido Vara que quis ser banqueiro partindo de bancário, vejam lá o desplante do tarimbeiro Vara, como se ser banqueiro fosse de joana ou de pelintra.Força pacheco, busca nas magistradas cassetes e cd piratas e fareja nos arquivos marmeleiráticos e encontrarás umas fotos de Sócrates sorrindo alegre e feliz entre banqueiros, outros que não esses teus honestos amigos, outros perigosos-indecentes-corruptos que demonstrarás com tua lábia venenosa que é prova material de conluio e corrupção socratina.
Força pacheco, vai, busca, busca, busca. Ficas lindo sorrindo junto dos teus amigos mas isso foi por acaso. O mesmo acaso de pertenceres ao mesmo partido desses e dos outros banqueiros burlões sérios de bancos que nós andamos a pagar e tu dizes que foi o Sócrates e se não foi ele foi alguém em nome dele, a mando dele ou por causa dele ou só porque ele nasceu português e um dia chegou vejam bem, eleito democraticamente, a PM. E calculem, foi PM uma coisa que tu bem gostavas de ser mas como político falhado que és, talvez chegues a ser historiador.
Mas não serás tu, historiador, a escrever as notas foleiras das histórias de vacas loucas tuas e do teu amigo cavaco. Certamente, algum historiador sério escreverá necessariamente umas notas negras de roda-pé sobre a miséria política que foi cavaco e ver-se-á obrigado a escriturar  algumas reluzentes páginas acerca de várias ideias e iniciativas visionárias de Sócrates como PM de Portugal.
Os homens, enquanto vivos, bem tentam fazer que a história seja contada à sua medida, felizmente, a História contada retrospectivamente tem outra liberdade e meios para limpar a crosta de poeira e lama depositada pelos interessados.

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domingo, junho 15, 2014

O DERIVADO


A crise no PS talvez servisse para aclarar a natureza daquele partido e definir, ideologicamente, o que ele representa, ou quer representar. Não creio que isso vá acontecer. O PS, desde a fundação, anda numa deriva, não apenas doutrinária como de carácter político.Teve, por escasso tempo, um estribilho: "Partido Socialista / Partido Marxista", o punho esquerdo cerrado, e a afirmação de que se destinava a construir uma sociedade fraterna e, naturalmente, sem classes. A referência a um qualquer bem comum e o desiderato de modificar o mundo para alterar a vida "correspondiam ao ar do tempo", como futilmente "esclareceu" um dos fundadores, para justificar as flutuações do partido.

                                                                                                                                                 Baptista Bastos
                                                                                                                                                 DN, 04.06.14


Desde a implantação da Democracia em 25 Abril que BB publica a mesma ladainha invariantemente sob o disfarce de um fraseado rebuscado com palavras enciclopédicas para enfeitar o palavreado de esquerda snob amante da dialéctica à mesa na noite boémia.
Ele acha que lhe prometeram um país que tem como seu ideal desejado e, como tal, passa o tempo a exigir para si esse tal país "que lhe prometeram". Trazendo pendurado na mente um quadro ideal fixo, logo, para si, uma perfeição e o bem infalível, toda a doutrina ou respectivo carácter político que não partilhe desse ideal pessoal será sempre uma deriva imperdoável. E, claro, as arengas de BB são especialmente dirigidas às "derivas" do PS porque este não se define, não tem lugar fixo, não sabe o que é e representa ou quer ser e representar. Claro, a esquerda canónica fixa só vê as gavetas da direita e a direita fixa empedernida só vê as gavetas da esquerda; nenhum deles quer ver o móvel completo com gavetas, prateleiras, cabides e disposições móveis para arrumações adequadas à vida. 
A social-democracia como representação social do centro onde está a virtude, a moderação e o equilíbrio social dado que é nesse lugar que vivem as pessoas necessariamente por força de sua própria natureza de ter uma existência temporal única para viver  é, para BB, uma indefinição, uma inconformidade, um engano. E, pasme-se, sendo o centro ou meio termo o lugar suporte do equilíbrio e da estabilidade da vida na Cidade é, para BB, uma deriva.
BB, embora a ampla idade, muito passado e muita leitura, continua iludido pelas aparências fáceis induzidas pelos sentidos e usa pouco o pensamento lógico inteligível do conhecimento matemático-científico. O Cosmos vive em equilíbrio dinâmico estável, a Terra planeta do Cosmos vive igualmente em equilíbrio dinâmico estável, a natureza nascida, criada e alimentada na Terra vive também em equilíbrio dinâmico biológico estável e, do mesmo modo, os seres humanos são necessariamente obrigados a viver no interior desta estabilidade dinâmica quer individual quer colectivamente em comunidade.
Imagine-se uma força poderosa encostar todos astros do Cosmos a um lado ou a natureza da Terra incluído toda a vida nela existente separada e posta de um lado apenas. Haveria um diferencial de forças de atracção num caso e de forças sociais no outro cujo brutal desequilíbrio provocaria ou um reajustamento e equilíbrio automático de forças ou o fim do mundo conhecido. O mesmo acontece se se colocar a humanidade, ou uma sociedade, a viver toda de um só lado físico-ideológico segundo um modelo igual e único para todos.
O primeiro a teorizar sobre um modelo social único foi Platão e desde então muitos outros seguiram o seu exemplo na tentativa de conformar a humanidade composta de vontade, crenças, reacções e comportamentos vivos com modelos sistémicos feitos de letras e conceitos estampados sobre papel inerte, passivos e submetidos, por sua vez, à interpretação da vontade, crenças, cultura e comportamentos dos mesmos seres vivos que fazem a humanidade.
O último modelo elaborado para a transformação em modelo único da vida humana no mundo foi o marxismo que serve de guia para o pensamento e acção de BB. E, inevitavelmente, cai no mesmo erro que levou historicamente o "socialismo real" à decadência e apodrecimento total que foi; «o desiderato de modificar o mundo para alterar a vida». Na senda do pensamento teorizado ao monossílabo pelos marxistas, BB, insiste na preposição que, precisamente, levou à derrocada e falência de todos os sistemas de sociedade perfeitas elaborados e teorizados por sábios e filósofos. Pois o que a realidade confirma, pela experiência histórica já conhecida e estudada, é que tal preposição está invertida; o fracasso do "socialismo real" comprova que, ao contrário, antes é preciso alterar a vida para se obter o desiderato de modificar o mundo.
Romper abruptamente com o mundo cultural e sócio-económico, no interior do qual as pessoas foram educadas e vivem no presente ligadas pelo passado, segundo uma ideia arcaica não objectiva de que os indivíduos são um produto exclusivo desse meio cultural e sócio-económico onde estão inseridos e que portanto, alterando radicalmente esses meios exteriores onde os indivíduos vivem estes transformar-se-ão forçosa e automaticamente num "homem novo", diferente e muito melhor do que era. Contudo, a evolução humana comprova que o Homem é muito mais a sua natureza e ser inteligível do que a sua existência, que é guiado pelo meio da necessidade mas que esta é, em última análise, submetida e guiada pelo discernir do pensamento e racionalidade que informa a sua consciência.
E como os indivíduos são menos produto do meio exterior do que do seu meio interior ou seu estádio de consciência, e como ambos meios estão intimamente ligados pelos sentidos e necessidades é preciso facilitar, evolutivamente, a obtenção das necessidades. Quanto mais liberto o Homem estiver das necessidades mais aberto estará para viver numa sociedade mais comunitária e solidária. E aceita-lo-á de boa vontade e forma consciente.
Portanto, primeiro é preciso alargar e generalizar o nível de vida e bem-estar ao maior número, condição necessária para que a sociedade evolua no sentido da maior igualdade comunitária. Foi isso que Marx pressentiu ao avisar que o socialismo e o comunismo só eram possíveis nas sociedades mais desenvolvidas do planeta. Quem virou tudo de pernas para o ar foram os que tinham pressa de ir ao pote do poder e depois, sabendo da impossibilidade pacífica de impor o socialismo, jogaram mão do terror da tirânica ditadura do protelariado que, proclamada como provisória, subsiste ainda hoje como necessidade absoluta incontroversa.
Não é quem representa o lugar social central para melhorar evolutivamente a vida das pessoas no sentido da generalização do bem-estar da maioria da comunidade que condiz com uma deriva. Quem caminha pelas avenidas centrais promovendo o progressivo bem-estar da maioria e sustentando o equilíbrio social só parece uma deriva para quem está apanhado e se conforma em ser um derivado da deriva esquerdista; o caso de BB.

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