domingo, maio 31, 2009

PORTUGAL PRENHO DE AFECTOS


2.CIRCO EM MOTO-CONTÍNUO II
A sic tomou a seu cargo fazer de casa de "bataclã" para a exploração de afectos lamechas de pais afectivos lacrimegantes acerca de menores filhos de outrem, dramatizando sentimentos e emoções de circunstância, postiças, fingidas, de forma nauseabunda, como agora no novo caso Alexandra: pior do que no futebolismo que repete, repete, repete, mas esta ainda dá angulos diferentes para observar o mesmo golo, a sic repete, repete, repete, as mesmas imagens igualzinhas para clamar pela justeza da defesa dos seus afectos. Os seus afectos comerciais, entenda-se: a vontade de criar uma onda de solidariedade de afectos por contágio de choros carpideiros frente às câmaras, e deste modo obter audiência do portuguesíssimo povo actual prenho de afectos fora de portas.

Mas, penso eu, o que a sic pretende mesmo é criar um novo ciclo de exploração de programas em moto-contínuo: agora bate-se, "afectivamente", pela separação de pais e filhos e mais tarde, quando estes forem grandes, bater-se-á com denodo social, "desinteressada e desafectadamente", promovendo a reunião da família agora separada, trazendo-os aos seus estúdios e fazendo destes o "ponto de encontro". Um verdadeiro achado com imagem em directo, dos estúdios para o povão, da grandeza moral e sensibilidade social da estação. Nada mal pensado, nã senhora.

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quinta-feira, maio 28, 2009

CRIANÇAS, PAIS ADOPTIVOS E COMUNICAÇÃO ÃO, ÃO, ÃO.


AGORA ALEXANDRA
A desenvergonhada pornografia da exploração dos sentimentos coitadinhos da população culturalmente analfabeta continua despudoradamente. Os media, e a televisão em especial, exploram folhetinescamente, tal qual como usam as choramingonas dramalhices telenovelescas, os casos de crianças que surgem neste país em série. Os charoposos melodramas de telenovela servidos aos portugueses em doses maçiças diariamente, criaram-lhe uma mentalidade sentimentalona à flor da pele, uma sentimentalidade fingida à flor da câmara de tv, apelidada de: "pais afectivos". Um dia destes ainda vamos assistir a um qualquer casal prenho de afectividade, reclamar na rua para sí a paternidade de uma criança que esteja a levar uns açoites dos pais, por birra insolente, reclamando a superioridade do seu afecto repentista face aos pais, indignos brutamontes.

Foi o caso "Casa Pia", que provavelmente ainda vai provar que os "meninos" eram mais sabidos e exploravam mais espertamente os adultos pedófilos que o contrário, e de certeza exploraram malévola e calculadamente os educadores pedopsiquiatras, beatos e beatas pias: "pais afectivos" de serviço a todas as vontadinhas e fretes aos meninos.

Foi o caso "Madie", de início com todo o país local e televisivo a choramingar representando o papel de "pais afectivos" em comunhão com os pais biológicos. Depois, face ao inesperado de serem acusados de culpados os próprios pais turistas descuidados, com a mesma intensidade "afectiva", alimentam uma repulsão vingativa e agora nem sequer querem ver os pais por cá: não conseguem confrontar-se com a sua própria afectividade ingénua, irracional e ou ignorante.

Foi o caso "Esmeralda", psiquiatra e comunicacionalmente transformando os "pais afectivos" em verdadeiros pais e os "pais biológicos" em pais desnaturados. Uma afectividade comprada a troco de satisfazer desejos e vontadinhas à criança, imitando o estilo dominante educativo de pais e avós actuais, a quem tais crianças já adultos e perante dificuldades e impossibilidades, quando tudo antes era possível e fácil obter, acusam os progenitores de culpados do seu insucesso: e tal como no caso Madie, a cumplicidade de afecto mal-sã na infância, torna-se repulsa e revolta. No caso "Esmeralda" a própria criança, tratada finalmente como pessoa e não como boneca de enfeitar sentimentos alheios, libertou-se quer da afectividade piegas quer da exploração mediática, contudo a afectividade adoptiva continua a explorar o filão que o caso lhes abriu: livros, entrevistas, convites tv, notabilidade e até o sargento que não abria a boca já fala sem respirar, mais rápido que o pensamento, quase uma imitação perfeita da Ana Drago na Assembleia.

Agora temos o caso "Alexandra" e tudo vai pelo mesmo caminho: não aprendemos nada com os desgraçados casos anteriores, uma tristeza. A mãe pode ter sido ou ser o que dizem que foi, mas é a Mãe e tem uma família na Rússia. A Mãe que durante nove meses alimentou a filha dentro de si, criando um vínculo de sangue inultrapassável por quaquer afectividade postiça: jamais qualquer mãe afectiva pode amar mais uma criança que a Mãe geracional. E, porra, não compreendem que estamos perante duas culturas, dois modos de encarar a educação de uma criança: a russa que vê na maneira portuguesa uma educação de meninos mimados e birrentos quais ditadorzinhos e opressores de pais e avós, e a portuguesa que vê nos açoites, e pobreza da casa da família russa, uma superioridade moral e civilizacional face a emigrantes.

Os portugueses têm um ditado popular que é todo um programa para educar crianças; "de pequenino é que se torce o pepino", mas ao contrário dos russos, deixam que o pepino torça o adulto desde pequenino. Comigo nunca, nenhum.

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segunda-feira, maio 25, 2009

CASOS E SINTOMAS


DE MAL PERIGOSO
O caso da gravação da aula da professora desalmada a falar de educação sexual destrambulhadamente, vista em conjunto com outros sinais recentes da nossa actual sociedade, revela um sintoma de tendência preocupantemente perigosa.

Vimos os casos de:
1) Uma aluna (e uma turma inteira) a querer tirar pelo uso da violência o telemóvel que a professora lhe havia confiscado para não incomodar a aula.
2) Educadores professores em manisfestações com slogans e cartazes altamente insultuosos para governantes ministros seus superiores hierárquicos.
3) Meninos da primária insultarem e atirarem ovos a ministros com professores educadores por trás a aplaudir.
4) Três camaradas magistrados irem almoçar amigavelmente e depois dois deles queixam-se que um deles os pressionou porque fez sugestões durante o repasto.
5) O PR recebe a queixa do sindicato dos magistrados que não se queixa antes ao PGR, seu superior hierárquico, e este não entrega imediatamente as chaves da procuradoria ao PR. Agora o PR recebe e aceita as queixas de um enfermeiro com crítica ao superior hierárquico do enfermeiro. Um PR e um palácio feito caixa de correio e ouvidor de queixas de queixinhas.
6) Agora, mãezinhas espertas duma aluna santinha, colocam um gravador no saco da menina e vá de gravar o assunto da lição do dia na sala de aula.
7) Diariamente, a nossa tv e imprensa, revela segredos de justiça, faz juizos de valor sobre casos de justiça, fomenta suspeitas tendenciosas, faz processos de intenções sobre as suspeitas que ela própria levanta, dissimula julgamentos para condenar na praça pública os suspeitos de sua propria criação.

Todos estes sinais, para além da imediata falta de educação e respeito e até de carácter dos intervenientes, revela um sintoma de regresso à sociedade no estádio de pré-justiça: ou seja, cada um ou cada grupo quer fazer justiça pelas suas próprias mãos. Em todos os casos acima assinalados, há uma linha de conduta visivelmente indiciadora de um denominador comum: uma actitude de vindicta como reacção sobre alguém que lhes está provocando um dano, retirando um privilégio, a baixar ou nivelar o pedestal, a não respeitar o estatuto e nobreza da função, da pessoa, do grupo ou dos seus pergaminhos académicas, etc.

A artilharia tecnológica moderna proporciona, a legislação atrazada e deficiente permite e quem pode e a sabe usar manipula-a para vinganças e vingançazinhas pessoais ou ideológicas. Contudo, quase invariavelmente, toda essa gente de índole vingativa, para fazer-se de juiz caseiro em tribunal especial particular, ultrapassa a lei e pisa a ilegalidade. Só o laxismo do Estado, que se quer e diz de direito, ao contemporizar sem uma actuação urgente para condenar e repôr a legalidade, dá aso a que os casos se multipliquem por exemplo de impunidade. O caso mais recente da aula gravada é paradigmático: de ambos os lados se desrespeitou a lei, contudo, não se passa da discussão acesa de palavras e argumentos sem fim e sem conclusão. A tendência actual para acerto de contas pessoais, ainda por cima usando métodos de delação, tendem à bufaria, à suspeita generalizada, e daí à sociedade de acusadores, delatores e medo é um passo: deveras os sintomas são preocupantes e perigosos.

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sexta-feira, maio 22, 2009

UMA HISTÓRIA GORJONENSE IV

A CAMIONETE DE CARGA
Em 22 de Dezembro de 1937, um aluno do "Posto de Ensino" dos Gorjões, escola para o ensino até à 3ª classe, no seu caderno de linhas para escrita, deixou a marca do seu olhar sobre o progresso do seu tempo, desenhando com apurado sentido de observação e muito jeito e gosto para representar o invulgar, o nunca anteriormente visto, e que certamente o impressionara fortemente ao ponto de o levar a representar o seu espanto através do seu traço engenhoso e imaginação artística .

A "Prova de Desenho" do aluno CCB, marca um tempo de grande mudança tecnológica local: o princípio da substituição das corroças puxadas por animais, desde as pedreiras nos matos até ao coração da cidade de Faro. Nesta perspicaz representação de um aluno ainda garoto, nenhum pormenor foi esquecido e até o titulo " A camionete de carga", tem um significado que simboliza, precisamente, uma mudança tecnológica que implica uma mudança de linguagem: foi assim chamada porque era destinada a transportar "uma carga" e já não uma "carrada" como era disignada a carga da carroça. E para provar a verdade do título evidenciou a carga a transbordar de grossos pedregulhos carregados à mão.

Ao olho observador aguçado do CCB, impressionou-o os pormenores que dão forma e representatividade àquela "máquina" que ele observou impressionado e, tal como um caricaturista salienta os traços característicos de um rosto ele fez salientar os traços que achou caracterizadores da camionete de carga. Assim não lhe escapou a grella do motor, a manivela de arranque do motor (de pôr a trabalar), das rodas ainda com raios ao estilo das bicicletas, da tampa do radiador de água e até do "chofer" no interior da "gabine".
Resultado, a camioneta de carga do moço Capitolino Contreiras Barros com cerca de dez anos, adquiriu movimento, no encontro do nosso olhar com tal figuração, vimos uma camionete carregada a rodar sobre o papel de escrita calmamente a caminho da obra em construção. A camionete de carga do Capitolino não está; vai andando.

Mais tarde, tinha eu cerca de metade da idade dele quando fez esta prova escolar de desenho, via-o abalar do Alto com o Alfredo, fardados de tropas soldados, de bicicleta e bolsa às costas para o quartel em Faro. Muito garoto, impresssionava-me aquela farda cinzenta de flanela grossa, plainas de cabedal grosso e bivaque esquisito na cabeça, e achava-os pessoas importantes. Não o seriam ainda, mas pelo exemplo de uma vida de trabalho duro e limpo, honestinade de carácter e verticalidade de comportamentos face à riqueza, ambição ou inveja, foram pessoas muito apreciadas e respeitadas por todos e nesse sentido pessoas importantes: as que contam e ajudam a formar o carácter e identidade dum pequeno povoado. O Capitolino, a quem tanto o impressionou a camionete de carga e a carregou de grossas pedras na sua representação escolar, por isso ou porque a realidade económica aqui, nos Gorjões, ainda passava pelas pedreiras, canteiros e construção de estradas, construiu a realidade de toda a sua dura vida de trabalho, junto das pedras enquanto pôde.

Quem diria que agora estava aqui a recordá-lo, ainda através dum meio relacionado com as pedras, mas sobretudo pelas suas capacidades artísticas, agora reveladas. Se fosse hoje, talvez o sítio tivesse ganho um artista para figurar e perpectuar o panteão da nossa memória colectiva local.

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quarta-feira, maio 20, 2009

TELEVISÃO ÃO ÃO ÃO IV


DE CABEÇAS PORNOGRÁFICAS
Vi, no notíciário da tvi das 13,00H de ontem, o vídeo da professora que se diz falar de orgias às alunas, mas que, dado pouco se entender do que é dito, a jornalista de serviço vai comentando para dar um sentido pré-concebido ao assunto. Tudo no tom discursivo e sabor do mais beato moralismo sobre o mais puro voyeurismo pornográfico, como é timbre desta tvi. Manipulação pura como é de costume e marca desta tvi.
Calcule-se o falso pudor, falsa moral e falsa repulsa desta tvi, sobre quem fala numa aula de educação sexual sobre orgias, ela própria que fez e faz carreira à custa de séries, filmes e reality-shows inteiramente pornográficos na imagem, no discurso e na mensagem, cagando em cima de valores de honestidade, face à necessidade de obtenção de benefícios comerciais a seu favor.
Esta mesma tvi que promove programas com pares bem pagos, encerrados em "casas de passe", mais ou menos disfarçadas de modernices, pura e simplesmente para os levar a produzirem "fornicação" em directo para a praça pública. Pior ainda, além do ensino do voyeurismo à escala nacional, é toda a encenação de um enredo e acção deliberada de criar um climax em crescendo de suspense até se consumar o acto, que tudo indica estava já previsto no contrato. Actos deliberados de pornografia ao mais alto grau que só podem sair de cabeças pornográficas que dirigem, programam e promovem cerebralmente tal deseducação ao país. Pornográficos, puros fingidores das dores produzidas por pornografias alheias.

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segunda-feira, maio 18, 2009

DETERMINISMO E RUPTURA II


SÃO OPOSTOS
Muitos há que ensinam e muitos há pensando, levados por tal ensinamento, que o capitalismo foi um modelo inventado por um qualquer sábio social ou filósofo dedicado estudioso de modelos de sociedade. Esta ideia é inculcada e aceite com facilidade pelos crentes que se limitam a ouvir a missa sem lerem criticamente os textos canónicos do respectico credo. Os crentes, tal como pensam que Marx chegou ao marxismo por via de sua pura imaginação sem mais, pensam por comparação, que o capitalismo foi uma invenção imaginada por um filósofo fascista implantado à força por reis e imperadores malvados.

O estudo da evolução do progresso humano, segundo Lewis H. Morgan no seu estudo e obra fundamentada "A Sociedade Primitiva", na qual Engels se baseou quase exclusivamente para o seu trabalho "A Origem da Família da Propriedade e do Estado", conclui que no princípio existiu o "Estado Selvagem" comportando :
Fase inferior. Coincide com a infância da raça humana, alimentação de frutos e nozes, primeiras tentativas de linguagem articulada. Vida em habitat primitivo em regiões muito limitadas.
Fase média. Começa com o consumo de peixe e o uso do fogo, expandem-se pela maior parte da superfície da terra.
Fase superior. Tem início com a invenção do arco e flecha e do homem feito caçador profissional exímio.
Segue-se o período da "Barbárie" comportando:
Fase inferior. Sendo de difícil demarcação a transição do estado selvagem para a barbárie, o autor considera a invenção e uso da cerâmica como critério mais seguro para marcar essa transição.
Fase média. Começa com a domesticação de animais e com a irrigação na agricultura e invenção do tijolo seco ao sol e da pedra para uso na construção.
Fase superior. Começa com a produção e uso de objectos de ferro. Nesta fase viviam as tribos gregas da época de Homero.
Por fim chegamos ao "Estado Civilizado" que começa com o uso de um alfabeto fonético e com a produção de obras literárias que se divide em antigo e moderno.

Em toda a história da humanidade não houve mais que dois sistemas bem organizados e definidos de sociedade. O primeiro e mais antigo, surgido no período do estado selvagem, foi uma organização social fundada sobre as gens, as fratrias e as tribos, origem da sociedade gentílica baseada em relações pessoais de consanguínidade que se manteve até ao advento do estado civilizado; o segundo nascido no período do estado civilizado antigo, fundada sobre relações de território e propriedade que originou uma sociedade política e corresponde à sociedade moderna.
A gens primitiva constituia uma fraternidade cujos membros estavam ligados entre si por laços de parentesco, inicialmente por via matrilinear e depois patrilinear. Os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade, sem nunca terem sido explicitamente formulados, eram os princípios fundamentais que regiam e se praticavam na vida da gens. O facto do seu aparecimento e manutenção durante períodos pré-históricos tão longos, demonstra a que ponto esta organização social estava adaptada às necessidades do desenvolvimento organizado da humanidade do tempo.

A sociedade gentílica vivia numa relação de comunidade com a maioria dos bens em regime de co-propriedade, onde os direitos de posse eram a título de usofruto; quando se desistia dos bens estes eram devolvidos à gens. Foi este modo de vida comunitário que Engels traduziu para a sua linguagem marxista assim: - "a economia doméstica é administrada em comum por uma série de famílias e de modo comunista; a terra é propriedade da tribo"-, e depois continua, -"são os próprios interessados que resolvem as questões; e na maioria dos casos, costumes seculares já tudo regulam"-. E prossegue, -"Não pode haver pobres nem necessitados; a família comunista e a gens têm consciência das sus obrigações para com os anciãos, enfermos e inválidos de guerra. Todos são iguais e livres, inclusive as mulheres"-.

Por conseguinte, Engels foi buscar como exempolo de sociedade comunista a gens primitivas dos tempos selvagem e da barbárie cujas relações eram familiares com base nos vínculos de sangue por via matriacal ou patriacal, dado que à entrada dos tempos civilizados, quer a tribo de gens gregas quer a curia de gens romanas já não mantinham laços apertados de consanguínidade mas sobretudo laços territoriais comuns. A gens tinha evoluido da forma arcaica para a sua forma acabada, devido à pressão de novas ideias e novas necessidades. As exigências imperiosas de uma sociedade em progresso tinham-lhe imposto várias transformações e obrigariam a maiores e mais substanciais ainda. A pequenês da gens, cerca de trinta famílias, face às necessidades de terras, de defesa, de alargar espaços matrimoniais, levou-a a juntarem-se, em grupos de trinta gens, e formaram as fratrias e estas uniram-se três a três e formaram as tribos. A organização social da tribo originou a delimitação de um território comum a que deram o nome de demos ou município que iria tornar-se a unidade de organização do novo sistema de governo. Desde agora, a posição do gentílico convertido em cidadão ia definir-se em relação ao Estado na base da sua situação territorial e já não na base da sua situação no seio da gens. Estavam criadas as condições para o surgimento de grandes aglomerados urbanos e o necessário aparecimento do governo da polis e do Estado moderno.

Morgan estabelece períodos pré-históricos e data o seu aparecimento por invenções do engenho humano que marcaram esses períodos ou etapas da caminhada humana. Fa-lo mais por questões de tornar entendível a evolução da humanidade, porquanto ele diz-nos que todos esses períodos co-existiram até à modernidade: quando os espanhóis ocuparam a América ainda as tribos índias viviam perto do regime das gens primitivas. Prova o levantamento de Lewis Morgan, sobre a nossa evolução, que nunca houve em qualquer tempo da existência humana uma qualquer alteração abrupta ou descontinuidade da organização social existente em cada tempo pré-histórico. Nem nenhuma das mais importantes invenções e conquistas alcançadas provocaram qualquer ruptura no prosseguimento evolutivo na nossa lenta caminhada para a actualidade. Nem isso era possível devido á inexistência de uma consciência polico-social do homem primitivo nem foi possivel quando o homem adquiriu, racionalizou e estudou essa consciência político-social ao ponto de filósofos iluminados congeminarem organizações sociais de ruptura com as fórmulas existentes, alcançadas por via da inevitável continuidade do corpo social, e que ao serem postas em prática se revelaram verdadeiras utopias sujeitas ao fracasso mais desastrado. Foi o caso de Pitágoras em Crotona, de Empédocles em Agrigento e por fim de Platão em Siracusa; todos recebidos em grande honra e respeito pelo alto saber académico comprovado, foram emcarregados de pôr em prática, nas respectivas pólis, os seus conhecimentos teóricos sobre a organização do estado e do povo para obter a cidade ideal. Acabaram todos sendo corridos e perseguidos quer pelos estados que os tinham chamado quer pelos povos que não se sujeitaram, por incompreensão, medo e impossibilidade mental, a alterar abruptamente o seu curso e modo de vida. O mesmo quase aconteceu com Esparta onde Licurgo legislou no sentido de fabricar um povo de guerreiros, o que conseguiu até certo ponto, mas que posteriormente foi uma derrocada total, não deixando Esparta à posteridade nada alem de algum feito guerreiro momentâneo.

O mesmo aconteceu com a experiência utópica marxista-leninista do séc. xx que Engels teorizara a partir do exemplo da gens, uma organização social primitiva que se revelara boa e duradoira para um agrupamento parental de cerca de tinta famílias. E mesmo no caso da gens a organização, sendo comunitária estava longe de ser do tipo comunista e muito menos marxista-leninista comandada por uma ditadura imposta e dirigista sem apelo. Na vida da gens, dada a sua dimensão e familiaridade, a sua coesão e identidade de vínculo pelo sangue fazia todos iguais e igualmente livres tornando inadmissível qualquer dirigismo elitista imposto.
A consciência da humanidade não vai à frente nem atrás do conhecimento dessa humanidade em cada tempo, vai a par com o conhecimento e desenvolvimento cultural, técnico e científico que já entendeu e interiorizou e que já o serve e utiliza. Querer dar saltos para o futuro abruptamente em ruptura total e frontal com o presente é como querer interromper a corrente do pensamento e por conseguinte provocar um colapso de consciência nos indivíduos. Todas as tentativas de saltos utópicos saldaram-se ao preço de rios de samgue humano, para nada.

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domingo, maio 17, 2009

FRASES PULHÍTICAS II

Baptista Bastos citado no "Público" de ontem disse:

"A Europa Social é um mito, uma mentira, e uma aldrabice programada"

Pergunte-se a BB se a Ásia Social, a África Social, a América Social, ou a antiga URSS Social programada quinquenalmente, é que são o seu sonho de Europa Social a almejar como realidade, verdade e programa de honestidade. BB no seu sempre-eterno palavreado de fingimento da dor alheia que já se transformou em baba como diz o ditado africano.

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sábado, maio 16, 2009

ALEGRE COMO


O PRÓPRIO, O DE SEMPRE
Chefiar partidos é trabalheira dia e noite sem descanso. Trabalar cansa. E trabalhar sem descanso não só cansa como desgasta muito mais: é uma chatice pegada. Muito pior é trabalhar duramente desconhecendo o resultado desse trabalho, ou pior ainda é ter a consciência de que o resultado do trabalho depende de sí próprio, da sua movimentação, da sua acção pessoal nas ruas, da sua palavra nos comícios, do seu comportamento com o rural e o citadino, do seu jeito de encarar as praças de varinas e frequentadores, na sua apresentação representação face aos operários suados e sujos dos estaleiros nas obras, oficinas, fábricas, etc.
E o pior de tudo é pensar e adivinhar que, caso o resultado de tanta canseira não resulte e não satisfaça ambições escondidas sempre à espreita, levará com as culpas em cima e será atirado para o saco das coisas usadas e já não prestáveis para envergar e apresentar em público. Tudo posto nos pratos de balança de ourives e pesado ao mmg, o homen resolveu continuar a ser ele mesmo, o próprio, o de sempre. Era fatal.

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sexta-feira, maio 08, 2009

EM REGIME DE PAUSA

Por motivos de trabalho suplementar seguida de ausência fora do local de postura possível, o "apcgorjeios" entrou em situação de curta pausa temporária. Retomará a publicação em breve.

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