sexta-feira, fevereiro 29, 2008

NOTÍCIAS DA PRIMAVERA













O Algarve já vai tendo aquele sol quente e céu limpo azul do princípio da Primavera. As andorinhas já voltaram e começaram a ocupar os ninhos do ano passado. Alguns casais de andorinhas andam refazendo os ninhos que os pardais destruiram parcialmente para neles pernoitarem. As flôres já abriram os botões e o quintal encheu-se de cores e cheiros. Também as rosas, ainda recentemente podadas, já lançam guias altas onde os futuros botões florirão magníficos. As favas, com as chuvas e agora com o sol também estão floridas e prometem aos não pitagóricos, belos pitéus à moda do barrocal. Os griséus semeados não medram sequer porque os pardais, à falta de trigo, comem-nos ainda tenrinhos mal rebentam e apontam da terra. Onde foram semeados os griséus comidos da passarada vão ser semeados xíxaros, que os pardais não gostam, e que costumam dar uma sopa maravilhosa.
Enfim, a eterna mãe Natureza envolvendo-nos da sua beleza e bondade, sempre imparcial e indiferente a distribuir bem que os humanos tantas vezes tão mal tratam.

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terça-feira, fevereiro 26, 2008

MARAFAÇÕES XLVI


FINGIR A DÔR ALHEIA É UM REACCIONARISMO


NÃO FOI ESTE O PAÍS QUE ME PROMETERAM

(Baptista Bastos)

Uma tal frase conclusiva remete para um antecedente objectivado sobre um pressuposto, um subentendimento de promessas acordadas anteriormente. É como o remate de um silogismo, de que se conhecem subentendidamente as premissas da qual tal frase é a conclusão. O truque está, como é habitual, nos rebuscados e experientes fingidores de dôres alheias, de proclamar conclusões definitivas sobre a realidade a partir duma sua criação mental. De sua imaginação criam o "seu país" inventado a preceito dos seus desejos transpostos para desejos e interesses dos cidadãos. Criado em sua cabeça pelo pensamento um país ideal, para si passa a ter existência real e sendo de sua criação, necessária e obrigatóriamente é o país perfeito devido e prometido ao povo e para o povo social. É uma extracção e conversão do mental ao real, uma metamorfose divina do pensamento em país paraíso prometido. É uma simplificação do velho trocadilho de palavras ao estilo do "Argumento Ontológico" que Santo Anselmo desenvolveu no seu "Proslogion" para demosntrar a existência de Deus. Aqui, ainda mais subtilizado dado que não necessita de enunciar as permissas, ficando estas à imaginação de cada um o que lhe dá ares de maior universalidade.

A verdade é que ninguém lúcido de juizo promete, ou jamais prometeu, ou pode prometer um país a alguém, pronto e feito à medida de milhões de humanos. Basta pensar que o próprio Deus, que é Deus omnipotente, para católicos do verbo fez o mundo e para os judeus criou a terra prometida, contudo na realidade o que existe é esta grande confusão em que vivemos todos, tão longe de paraísos ou perfeições divinas. Nas suas permanentes cogitações para a escrita diária, os pensadores à força pagos à peça, procuram sintetizar em curtas frases a expressão do sentimento dos leitores fregueses descontentes, desgraçados, coitadinhos, de que se auto-constituem líderes defensores através da palavra e escrita carregada de fingimento moral pela dôr alheia.

Mas, decodificado analiticamente esse palavreado de fingída moral piedosa, subjaz um verdadeiro reaccionarismo. A actitude de tais sujeitos é totalmente passiva, eles não lutam, nem têm de lutar, não sujam as mãos na lama da actividade política ou social para obter o tal país perfeito auto-imaginado intelectualmente. Eles que têm esse país maravilha na cabeça não se dão ao trabalho mínimo de descrever e dar a receita de como obter esse imaculado país que só eles conhecem. Eles que, com tal palavreado, dão a entender que a riqueza, a qualidade e felicidade do país e do seu povo se pode obter de repente por magia do poder outorgado ao governante, e não da vontade e trabalho organizado longo e duro de todos, perante a comunidade a sua actitude é a do herdeiro de pai rico. Eles esperam que alguém, outrem, lhes ofereça de bandeja o tal país rico pronto a desfrutar. A eles, tal qual os filhos família, não lhes compete participar nos duros trabalhos da conquista da riqueza familiar, a eles só compete compartilhar e exigir ter à sua disposição a riqueza obtida pelo esforço de terceiros. Como aqueles filhos que respondem aos pais: puseram-me no mundo, os culpados disso são vocês, logo têm de me garantir o meu bem estar. Assim são tais moralistas fingidores de dôres alheias. Eles exigem dos outros, à borla, o país que falaciosamente insinuam que lhes prometeram.
Estes fingidores de dôres alheias pululam, auto-convencidos saltitantes e sorridentes, por tudo o que é jornais, rádios, televisão, associações de toda a espécie, fóruns de tudo e acerca de tudo, comentadores e opinadores de tudo o que existe e não existe, do ser e do não-ser. É preciso saber ler a sua fala ou escrita do outro lado das palavras bonitas, para não nos deixar-mos apanhar na teia de baba que tecem perseverantemente.

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sábado, fevereiro 23, 2008

MARAFAÇÕES XLV


SEDES REGENERADORA

A associação SEDES inesperadamente num momento calmo de agitação política ou de rua, lançou uma "Tomada de Posição" em jeito de manifesto com cinco pontos-cosideração.

1. Um Difuso Mal-Estar:
Não sendo um problema exclusivo de Portugal mas civilizacional a Sedes entende ser oportuno chamar a atenção para os sinais de degradação da vida cívica que são causa do tal mal-estar que se vive.

2. Degradação da Confiança no Sistema Político:
Os partidos políticos como pilares da democracia represemtativa têm três papéis a desempenhar; mobilizar os talentos para uma élite de serviço, não ser dominadores ao ponto de asfixiar a Sociedade e o Estado, não devem ser um objectivo em si mesmos.

3. Valores, Justiça e Comunicação Social:
A combinação da imprensa sensacionalista com uma justiça ineficaz e sensação que esta funciona subordinada a agendas políticas. A falta de justiça provoca a confusão e desacredita o sistema político, cria um ambiente de relativismo moral sem valores onde medra a corrupção. O Estado com uma presença asfixiante deixa pouco espaço livre para a iniciativa privada.

4. Criminalidade, Insegurança e Exageros:
A crimilalidade violenta progride e cresce o sentimento de insegurança face à cada vez maior ousadia e impunidade dos criminosos. Para além de alguns fogachos mediáticos não existe acção consistente de prevenção e investigação da justiça para transmitir a tranquilidade necessária.
O estado pratica exageros e zelos fundamentalistas em áreas de pouca relevância como o caso das bolas de berlim e dedica pouca atenção aos casos violentos do crime ou rodoviários.

5. Apelo da Sedes:
Se o mal-estar e a degradação de confiança continuar emergirá, mais cedo ou mais tarde, uma crise social de contornos difíceis de conter. A regeneração é necessária e tem de começar nos próprios partidos políticos. Em geral o Estado tem de abrir urgentemente canais para escutar a sociedade civil e os cidadãos. A SEDES está aberta a alimentar esses canais e frequentar as esferas de reflexão e diálogo que forem efectiva e produtivamente activadas.

Resumidamente são estes os tópicos de reflexão e aviso à nação da Sedes. Nos telejornais vi responsáveis da "Tomada de Posição", para salientar o divórcio entre o cidadão e a política, reafirmarem o caso das eleições para Lisboa, especificando o sucesso das candidaturas à margem dos partidos.
Depois dos industriais e gestores se reunirem para dar recados e avisos ao país com muitos pontos, temos agora a Sedes com uma tomada de posição mais precisa, mais oportunamente política, apelativa aos partidos, Presidente e Assembleia da Répubica, mas dirigida directamente à sociedade civil e aos cidadãos descontentes. Teremos aqui o manifesto de um novo Partido Regenerador? Se sim, que o apelo se faça claro e seja rápido. E ao contituir-se veremos imediatamente se não incorpora os mesmos tiques e vícios dos que já existem e só vem aumentar a ingovernabilidade.

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sexta-feira, fevereiro 22, 2008

NOTÍCIAS DO PAU XII



NO JORNAL DO PAU NÃO HÁ PITAGÓRICOS

Há dias no jornal do pau estavam todos descontentes com a falta de chuva para fazer nascer, crescer e encher as favas semeadas no quintal da casa. Agora que já choveu bastante parecem bem mais contentes e dizem que, agora pode vir sol e depois mais chuva para haver um bom faval no hortejo caseiro.
Entretanto estava lendo "Ísis e Osíris, os Mistérios da Iniciação" de Plutarco quando encaro logo no cap. 5 que, "... os sacerdotes de Ísis sentem horror por tudo o que é segregado, que chegam a abster-se não só da maior parte dos legumes como da carne de cordeiro e porco". Nos legumes vem logo como do piorio as favas pois segundo Heródoto, "...Em todo o Egipto não se semeiam favas , se são servidas não se comem nem cruas nem cozidas. Os sacerdotes não suportam o seu aspecto por considerarem esse legume impuro". Segundo Plínio, "...As manchas quase pretas da flôr das favas era considerada como característica de luto".
Já tinha lido algo parecido acerca de Pitágoras que parece copiou tais preceitos dos egípcios quando por lá andou e legislou sobre eles em Crotona. Fui consultar os meus arquivos sobre os pitagóricos e realmente lá estavam as recomendações contra as favas. Aristóteles em "Sobre os Pitagóricos" diz que, " ...Pitágoras prescrevia a abstenção de favas , tanto por elas se asemelharem às partes pudendas, como por serem destrutivas ou serem oligárquicas dado que os governantes eram tirados à sorte por meio das favas". Indro Montanelli na sua superficial "História dos Gregos" diz , " ...Porque é que embirrava tanto com as favas , nunca ninguém percebeu: se calhar porque ele não gostava". Depois conta a história mitológica de Pitágoras que "tirano iluminado de Crotona" foi alvo duma revolta do povo, e perseguido fugiu em cuecas e foi parar justamente a um campo de favas. Com o ódio que tinha às favas recusou esconder-se nelas, foi descoberto e morto". Tinha 80 anos e posto a salvo os seus "Comentários".
2500 anos depois, aqui no jornal do pau, bem podia Pitágoras vir pregar os malefícios das favas que nem um único seguidor achava. Aqui, todo o mundo acha as favas à nossa moda, um delicioso manjar dos deuses e sem o perigo de engordar para que a alma não seja entalada e apertada pelo peso do corpo, como consideravam os sacerdotes de Ísis do Egipto. Realmente aqui não só não há pitagóricos como nem sabem o que isso é, assim poderão continuar a deliciar-se à vontade todos os anos de bom sol e boa chuva propícios aos favais.

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terça-feira, fevereiro 19, 2008

ENTREVISTA DO PM


Ainda não tinha percebido bem se o actual governo tinha uma linha política bem defenida e seguia um calendário de reformas pensado e estruturado. Nesta entrevista julguei entrever que o PM tem uma idéia consolidada do que é preciso fazer e quer fazer para que Portugal ganhe fôlego para não perder o combóio da Europa e não sossobrar face aos desafios da nova vaga de globalização vinda de Leste.
As suas respostas claras e de pormenor sobre os problemas de cada pasta ministerial revela que as políticas são discutidas e são alinhadas segundo um pensamento estruturado sobre um levantamento de necessidades aplicadas seguindo uma hierarquia de prioridades.
Foi pena não ter sido quetionado sobre o problema da justiça. Este é, actualmente, talvez o mais grave emperro ao pleno desenvolvimento das outras actividades. Pessoalmente gostaria imenso de conhecer qual o pensamento do PM sobre o estado actual da justiça, e se tem alguma idéia de como lhe dar a volta.
Se o PM tem obrigação estatutária de ir quinzenalmente prestar contas aos deputados seria bom que voluntáriamente se prestasse, de tempos a tempos (trimestralmente?), esclarecer directamente os portugueses sobre a governação em curso e imediata.

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segunda-feira, fevereiro 18, 2008

O MEU LUGAR XVII


NOME O SEU EU ABSOLUTO

Homens e pássaros comum
mente repartiram o fruto
do mato e terra de fartas
searas de bago mata-jejum
diário e alimento bruto
de força de braço e cantatas
feitas de belos gorjeios anun
ciadores do lugar impoluto
nascido no mato cujas actas
inscritas a arado selam a fun
dação do lugar único instituto
unitário entre terra e patas
de aves e gente. E três em um
pariu nome o seu eu absoluto.

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domingo, fevereiro 17, 2008

NOTÍCIAS DO PAU XI


Em Lisboa um amigo, filho de lavrador e familiar de lavradores dos barros de Beja, dizia-me que os trigais, face à falta de chuva e tempo quente e seco, ainda rentes ao chão e já estavam a definhar amarelecendo e espigando com bagos falidos.
Chegado aqui fui ao "jornal do pau" saber novidades e a conversa era igualmente a falta de chuva para fazer crescer e encher as favas, os griséus e os xíxaros de semeadura e consumo doméstico. As semeadas cedo, tal como o trigo no Alentejo, já estão em flôr e a dar vagens falidas, e as semeadas mais tarde nem sequer nascem devido à falta de chuva. Algumas leiras destas últimas ainda podem ser salvas com rega doméstica, e sê-lo-ão certamente, pois não tem preço o gosto e gozo de ver o fruto crescer, apanhá-lo e comê-lo limpo de bombas fertelizantes, com o seu sabor natural totalmente retirado da mãe terra.
Claro, em Lisboa, os leitores de teleponto dos telejornais continuan a anunciar dias bons de sol sem chuva, óptimos para fim-de-semana. Já era altura de educar o citadino que, embora os portugueses vivam em parte do turismo não comem turismo, nem há economia nem ecologia nem turistologia sem água.

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segunda-feira, fevereiro 11, 2008

CARÁCTERES


1. CARÁCTER I

São José Almeida, jornalista do "Publico" que semanalmente comenta assuntos já comentados por todos comentadores profissionais, amadores, jornais, blogs, e mesa de café, sem acrescentar pinga de originalidade, resume e rediz a semanada anti-PM do seu jornal, dia 9, e remata: " Em Democracia, há lei, mas há também ética. E os políticos, além de terem de obedecer à lei, são avaliados também pelo seu carácter. Através dos jornais".
Portanto há uma ética e carácter dos políticos que são avaliados pelos jornais. Se se perguntar quem avalia a ética e o carácter dos jornais e jornalistas a resposta é sempre uma resposta comercial do tipo: "Os leitores através da sua aceitação medida pelas vendas do jornal", ou coisa parecida. Segundo a douta jornalista em Democracia quem avalia ética e moralmente os jornais são os leitores, logo o povo, mas a avaliação ética e moral dos políticos são os jornais e não o povo. O jornal é a entidade a quem foi outorgada uma espécie de autoridade natural para mediar, vigiar, avaliar e classificar a carreira ética e moral dos políticos perante os cidadãos. O cidadão, por si e pela sua cabeça não é capaz de avaliar e julgar a acção ética e moral e consequentemente a acção política dos políticos. Se o cidadão elege políticos contra a pureza ética e moral opinativa dos jornais é por estultícia ou falta de leitura jornalística, e cometeu erro crasso. Portanto o que o povo elegeu e elevou à governação pelo voto, os jornais têm o dever ético e moral de derrubar segundo a ética e moral dos jornalistas da linha justa. Esta parece ser a missão trancendental de que está incumbido o jornalismo portugês que grassa actualmente.
Esta é a conclusão lógica a retirar do comentário de SJA.

Pelo meio a senhora jornalista discorre sobre o "fascinante" processo eleitoral nos EUA e o "fascinante " envolvimento dos eleitores nesse processo para concluir que grande parte dessa fascinação se deve ao jornalismo local que representa a consciência crítica da sociedade.
a) Pode ser fascinante mas permitiu que Bush fosse eleito com menos votos que o seu adversário e por meios pouco claros e democráticos na Flórida. b) O envolvimento do povo visto por SJA não será aquele que nós vemos pelas televisões? Não será que quem se deixa envolver fascinada pela festa hollyoodesca televisiva é SJA e não o povo americano? Por acaso ela vê naquelas engalanadas reuniões partidárias estudadas ao milímetro para efeitos televisivos, os 250 milhões de americanos? Estão lá os milhões de hispânicos, de pretos, de chinos, de judeus, de italo-americanos e de muitas outras origens de que é composto o povo americano? Não me parece e o que se vê nas imagens televisivas são os "do meio" do candidato tal como em todas as eleições onde quer que as haja e que vão à procura das sobras e migalhas.

Para ilustrar a bondade do jornalismo americano refere o caso de sexo entre Clinton e a menina Lewinsky e embrulha-se a falar de pénis torto ou direito para apurar verdades. Minha senhora o problema grave foi o facto de Clinton mentir sob juramento o que contituiu perjúrio face à lei americana e daí todo o consequente atabalhoamento do presidente face ao ataque político républicano directo ou disfarçado de jornalismo.
Aquando da primeira eleição de Bush os jornais debateram o seu anterior alcoolismo e a sua escorregadia passagem pela tropa para fujir à guerra. Discutiram tudo e bem ao pormenor sob todos os aspectos da ética, da moral e da capacidade política para o cargo e depois acabaram por elegê-lo. Fizeram a discussão certa na altura certa e depois acabou, aceitaram-no como presidente e apoiaram-no maioritáriamente até na aventura do Iraque. O jornalismo americano, eleito o presidente, não andou mais a vasculhar o passado da pessoa presidencial para descobrir comportamentos de carácter de juventude e homem comum para atacar a pessoa em cargos políticos décadas depois.

2. CARÁCTER II

Muita gente dos jornais e da blogosfera considera que as reportagens do "Público" sobre o passado afastado ou mais recente do PM são peças jornalísticas sérias e exemplo de jornalismo de investigação. Vistos individual e isoladamente e sob o aspecto deontológico do jornalista e dos factos até podem conduzir a esse entendimento. Contudo, vistos no contexto da publicação diária do "Público" desde há vários meses, torna-se evidente a tentativa deliberada de desacreditar a pessoa do PM: são títulos, fotos, legendas de fotos, editoriais sucessivos, setas para baixo, páginas e páginas diárias de notícias ou artigos sobre maldades ou ineficiências do governo. E mesmo se alguma actuação governamentel merece algum crédito logo vem um editorial esclarecer que se trata de um engano que o futuro nos vai fazer pagar caro. Foi célebre o editorial que previa de caras que os computadores distribuidos pelo governo iriam aparecer à venda nas bermas das estradas de Portugal. Caro JMF se já comprou algum na beira de estrada avise o povo portugês interessado em computadores saloios.
A jornalista do "Público" avisa que para além da avaliação pela lei e pela ética existe também a avaliação pelo carácter. Para bom entendedor o aviso sobre a avaliação pelo carácter, vindo do mesmo jornal que diáriamente ataca a soberba, a arrogância, a insubstância, a propaganda, o joging, o riso, a sizudez, o teleponto, a gravata e a escolaridade do PM, e agora a provinciana arquitectura de "engenheiro técnico" para emigrantes de há dus décadas atrás, é um claro sintoma de que o jornal se auto-investiu na missão de derrubar o PM e concomitantemente o governo eleito por voto secreto dos portugêses. E para isso chafurdam no passado da pessoa e basta-lhes pequenas irregularidades éticas inerentes à nossa cultura comum para, juntando-lhe o efeito telescópio, obstinadamente e a todo o custo tentarem apear do cavalo do poder o PM .
Os romanos expunham as cabeças dos adversários, os índios expunham os escalpes dos brancos, os pistoleiros expunham um risco na coronha da pistola por cada bandido abatido. O "Público" ainda acaba expondo o povo português de novo à brilhante substância e carácter dos fugitivos em proveito próprio, dos despedidos por falta de qualidade, dos maratonistas despachadores, que nos governaram anteriormente.



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sexta-feira, fevereiro 08, 2008

NOTÍCIAS VIA MÉDIA


1. Notícia que "pega" na comunicação e faz manchete é sabido que é aquela que é considerada má notícia para o leitor em geral. Agora temos a notícia do elevado aumento do preço do trigo nos grandes produtores o que vai encarecer substancialmente quase todos os produtos alimentícios de grande consumo. Os títulos nos jornais ou a enfase dos locutores marados da nossa TV, são sempre encenados, escritos e apresentados carregando nas tintas à Tarantino, de forma a criar no receptador programado uma indignação de calibre terrorista.
Face a qualquer notícia de um novo foguetão, nova ogiva, nova bala, chama-se logo um expert para comentar o alcance, o raio de acção, causas e consequências de tal maravilha. Abre-se a televisão ou a rádio e lá está alguem sabido a perorar sobre o que devemos fazer acerca de tudo. Contudo perante o facto real do aumento do preço do trigo, apesar dum Alentejo quase na totalidade em "poesio", ninguém nos vem falar da hipótese do seu cultivo rentável e o que isso representaria económica e socialmente para o nosso país.
Para além de saber acerca do aumento, essa era a questão com interesse que gostava ver discutida, analizada e tirar conclusões possíveis. Mas não, posta desse modo a notícia tem o perigo de pôr o leitor ou telespectador a usar o pensamento, por outro lado perde o efeito "bombástico" tão necessário ao sucesso jornalístico dos média actuais.

2. A confirmação de tudo o dito em 1.) é o caso do preço do barril de petróleo. Enquanto o preço subia todos os dias era motivo de abertura de todos os jornais e telejornais. O preço começou a aproximar-se dos 100 dólares/barril, que os locutores marados anunciavam emocionalmente, criando a idéia de uma meta-barreira que ultrapassada seria catastrófica. Comentadores residentes, experts, presidentes de petrolíferas, críticos sabe tudo, mesas redondas, etc., etc., foram convidados para dar prognósticos e palpites.
Agora que o preço/barril começou a baixar já não sabemos a quantos anda o preço do barril. No momento em que passou a ser boa notícia comum, sem carga emocional, deixou de ser notícia jornalística. Noticiar baixa do petróleo implica carga racional no automobilista acerca do preço dos combustíveis e isso não interessa para quem vive da publicidade.

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quarta-feira, fevereiro 06, 2008

NOTÍCIAS DO FUTEBOLISMO IV


Victor Serpa na Bola diz sobre Cristiano Ronaldo: "... O mundo espanta-se com a sua incomparável genialidade".

E eu, depois de tantos anos e muitas leituras, pensava que a genialidade do homem era uma faculdade inerente ao intelecto e procedia dele após muito estudo. Estava redondamente enganado , segundo o cientista do futebolismo acima referido, a genialidade humana moderna reside nos pés e muito treino circense para enfiar uma bola num rectângulo com habilidosos pontapés.
Estamos sempre a aprender graças aos criticos génios como Victor Serpa.

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terça-feira, fevereiro 05, 2008

O MEU LUGAR XVI



OS PÁSSAROS CELEBRARAM CONTENTES

Os pássaros celebraram contentes
debicaram gorjeios ao desafio
cruzaram parcelas e searas espiga
das e de papos fartos salientes
ocuparam os altos ramos do bravio
mato circundante. Em coro um giga
de bicos afiados frente aos residentes
locais entoaram como ninguém viu
ainda louvoures cantados à antiga
gente brava deste lugar sementes
de nós e dos pássaros de belo pio
canoro entre os quais uma íntima liga
ção umbilical que sem precedentes
a Natureza criou deu a benção e elogio.

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domingo, fevereiro 03, 2008

MARAFAÇÕES XLIV

O PORTUGAL IMPERFEITO
1. - O jornal "Público", pelo método ASAEístico puro e duro da dupla do seu director Fernandes e escriba Cerejo, na sua sanha inquisitorial para descobrir corrupção política na vida profissional particular de José Soccrates, descobre mixeruquices éticas e estéticas da sua juventude recém diplomada. Por tal via ainda acabam a meter a mão na braguilha do primeiro ministro e vasculhar a pintelheira para detectar se ali há chatos indevidos.

O MUNDO SONAE PERFEITO
2.- Para o jornal "Público" exitem dois mundos: o mundo Sonae, onde os milhares de trabalhadores vivem num paraiso "modelo" como anjinhos plenamente satisfeitos, daí nunca ser fonte de qualquer má notícia; o mundo do Estado portugûes e dos políticos malandros que não se pôem ao serviço das opas e demais negócios do mundo Sonae e que são fonte de todas as páginas de más notícias, titulos, fotos, legendas, etc., etc. do jornal.

O PORUGAL SONAE PERFEITO
3.- Muito antes da campanha para as últimas presidenciais o jornal "Público", pela mão do seu director encheu uma página(ou duas?), lançando a idéia de uma candidatura do patrão Belmiro à presidência da Républica como o melhor para Portugal. O patrão Belmiro dirigiria o país com o brilhantismo e sucesso com que dirigia o seu grupo empresarial e Portugal, finalmente, podia dormir descansado. O patrão deve tê-lo mandado calar imediatamente dado que a conversa acabou logo ali.
Talvez agora, que o PSD pretende tranformar-se em empresa, estejam reunidas as condições ideais para voltar à grande idéia de JMF em transformar o país num Grupo à semelhança do paraíso Sonae.
Força portuguêses, vamos todos colocar o Belmiro como Presidente e o Belmirinho como Primeiro ministro e o paraíso será "Público".

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sexta-feira, fevereiro 01, 2008

MARAFAÇÕES XLIII


1. - SAÚDE À LA CARTE E À BORLA

Tem graça ouvir o coro nacional cacarejando que as mudanças na saúde tem um carácter economicista e que isso é inadmissível. São as mesmas pessoas que permanentemente acusam o Estado de gastar os recursos escassos do país, em grandes e muitos carros, em viagens (passeatas), com os políticos (pagos por nós, dizem a bater no peito), etc., etc. Basta pensar nas Scuts que não podem ser à borla porque beneficiam determinadas regiões e quem paga somos todos, por isso é uma imoralidade para mais num país pobre sem recursos para tudo, etc., etc.
Em quase tudo o que o Estado quer fazer exige-se que o faça utilizando bem o dinheiro público. Veja-se o recente caso Ota-Alcochete em que o grande argumento eram as abissais diferenças de custo que todos nós teriamos de pagar a mais, até houve quem fizesse essas contas de quanto cada português pagaria a mais para nos impressionar e dar, mais uma vez, a oportunidade ao pacóvio de bater no peito e dizer, " com o meu dinheirinho nunca".
Ora com a saúde tudo muda de pernas para o ar. Aqui o Estado tem de manter maternidades deficientes e urgências rascas, que no estádio actual da prestação de serviços de saúde só servem para perder tempo, à porta de cada povoação para dar companhia às populações locais. No caso da saúde o que o Estado gasta mal nesses casos faz-se crer aos papalvos que não é pago com o dinheiro de todos.
A demagogia política e tablóide é tanta que já hoje muita gente julga que um familiar não só não deve como não pode morrer numa ambulância, no Inem, num centro de saúde ou num hospital. Mesmo perante uma morte óbvia, pela doênça e velhice, logo algum familiar vem responsabilizar e acusar o médico ou o hospital de erro e como tal culpado: como pode uma pessoa morrer às mãos de médicos e tâo grande parafernália de sofisticada aparelhagem? Não pode, só por negligência ou erro humano, pensa o utente completamente programado pelas falsas idéias inculcadas a martelo na cabeça.
A continuar nesta via, além de corredores atulhados de doentes em macas, virá o tempo em que os hospitais estarão a abarrotar de doentes terminais ligados às máquinas de manter mortos-vivos, por medo e à ordem de familiares.

2. - JUSTIÇA À LA CARTE DA BOLSA

Aquilo que todos sentimos e dizemos no café veio, finalmente, dizer alguém com o peso do bastonário dos advogados. Que a justiça é forte com os fracos e fraca com os fortes e exemplifica com o facto das prisões estarem a abarrotar de gente desgraçada que teve o azar de cometer um crime de pequeno montante. Quanto aos crimes de desvios milionários, negócios chorudos de tráfico de influências políticas, fortunas acumuladas em pouco tempo em empregos políticos, falcatruas de facturas falsas e fuga ao fisco de grandes empresas, compras e trocas de terrenos não urbanizáveis que de repente passam a urbanizáveis, etc., etc., defendidos a peso de ouro por influentes escritórios de advogados, perdem-se entre tribunais até ao esquecimento e arquivamento por prescrição.
Os senhores juizes do alto dos seus inacessíveis gabinetes todo-poderosos sem dar contas a ninguém não julgam caso a caso rápida e eficientemente, ao contrário juntam tudo num único processo de dezenas de dossiers, milhares de páginas, testemunhas e depoientes sem fim à vista. Até parece que é de propósito que fazem de cada caso difícil um assunto e especialização para o resto da vida até à reforma.
Por outro lado, como disse à noite na Sic, o experiente economista José da Silva Lopes, querem governar o país através de providências cautelares. O governo eleito para tomar medidas e governar está sujeito a ser contradito e desfazer o que ordenara fosse feito, por ordem administrativa do tribunal e com força de lei. Não curam da justiça para que estão designados e profissionalizados, e querem tratar do que compete a quem vai a eleições. Ainda por cima a tratar do que compete aos políticos são rápidos, vá-se lá perceber porquê.

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