segunda-feira, abril 29, 2019

25ABRIL2019, SANTA BÁRBARA DE NEXE

Cada vez mais o “25Abril” é uma Festa para todos e cada vez menos discursos e descrições sobre significados e transformações acerca do acontecimento histórico que foi esse dia inicial e único.
Também, na realidade, esse memorável dia foi vivido simultaneamente segundo um sentimento geral de Festa e Liberdade e o sentimento de Revolução Política e Social da melhoria das miseráveis condições de vida dos portugueses.
Dado ser a luta social por natureza humana o motor imparável das mudanças e estas, por sua vez, são intermináveis o sentimento de total realização dos sonhos redentores sendo impossíveis tornam-se desilusões de hoje e ilusões de amanhã.
É o sentimento de Festa que emerge e ganha lugar na vida das pessoas. Sobressai do vulgar quotidiano do trabalho sempre repetido o sentimento de Festa e Liberdade também vivido naquele dia libertador.
Esse sentimento toma hoje em dia não a forma de fala feita discurso mas de fala feita expressão musical e corporal; esta é também uma conquista de Abril.

Etiquetas: ,

quarta-feira, abril 24, 2019

FEIRA DO CARACOL, Stª BÁRBARA DE NEXE 21ABRIL2019

Antigamente, quando eu era miúdo e até ser rapaz, e quando as Feiras eram importantes encontros de mostras e venda de produtos locais e, simultâneamente, uma animada e esperada Festa para estrear "fatiotas" novas, comprar novidades, divertir-se no sempre presente pequeno carrossel, comprar os "bácoros" para criar durante o ano no pocilgo doméstico, comprar brinquedos e doces e até ir ao homem da máquina de tirar fotografias para a habitual recordação de grupo de amigos ou familiares e, tudo isso, ao som da música alta do carrossel e por entre a barafunda de vendedores de produtos das hortas, animais e, sobretudo, de nêsperas em grandes canastras que davam o ambiente e nome àquele Mercado em Festa: "Feira da Nêspera".
Ficou famosa aquela cena do poeta Bexiga ir junto duma mulher que tinha a grande canastra quase cheia para vender e perguntar quanto custava uma "barrigada" de nêsperas ao que a mulher, depois de olhar para o poeta e pensar, respondeu; dez tostões (um escudo).
Negócio feito e o forte, corpulento e esfomeado poeta começa a comer nesperas e só parou no fundo da canastra.
Dizia-se que o poeta perante a mulher que se queixava de ter ficado mal no negócio e sem nêsperas para vender lhe respodeu: olhe e eu fiquei sem dinheiro.
Naquele tempo a Feira era também um local de passeio para rapazes e raparigas se encontrarem e reforçarem laços de namoro pois era um hábito os namorados ou pretendentes oferecerem um "Prenda de Feira" à pretendida e à noite havia o célebre baile do "Cavaco" para terminar em Festa.

Etiquetas:

quinta-feira, abril 18, 2019

MEMORIAL COMBATENTE NEXENSE, HOMENAGEM II



Após terem sido detectados a existência de mais combatentes na Freguesia de Santa Bárbara de Nexe foi decidido fazer nova placa de nomes gravados incluindo todos os novos combatentes agora reconhecidos.
Foi também melhorada a inscrição feita dos nomes, agora, em colunas verticais o que permite um destaque adequado para um encontro e leitura fácil.
E, mais uma vez, foi decisivo o trabalho voluntário, a vontade conta a indiferença, o gosto contra o desleixo, a dedicação contra o desprezo, o fazer contra o falar do sempre eficiente e sempre combatente José Coelho Mestre.
O nosso camarada combatente José Neves do Esq. Ca. 149 leu a fechar a cerimónia junto ao Memorial o seguinte poema:

SER COMBATENTE 
Estamos de novo reunidos em acto reverente
perante este Memorial que nos respeita
a memória viva de Soldado sempre presente
gravada na pedra a mais bela forma eleita
de legar aos vindouros a inapagável gente
valorosa que deixou marca de coragem feita.

Pode parecer coisa pouca participar apenas
na guerra mas nela a vida joga-se no instante
de arrepiar dos tiroteios e da bala rasante
que de repente tomba vidas plenas
que foram promessas de futuro radiante
e volveram lutos e lágrimas de piedosas cenas.  

A guerra é o medo e a incerteza de estar vivo 
em cada dia e de sair ileso em cada combate
é o viver de alma aflita e do medo cativo
é viver entre chuva de balas e nenhuma o mate
é comer o pó das picadas sob o sol agressivo
a ração fria diária que era da fome um resgate
é expor a via à morte sob o falso imperativo
que obriga o Soldado a ser carne para abate.

E ser herói também é ser um sobrevivente
que foi a todo perigo de morte submetido
onde só a sorte de um acaso inconsciente 
ditava quem era herói vivo ou herói caído
quem era chamado à terra ou ficar de pé frente
à luta de arma pronta e pronto erguido
firme na defesa do camarada ao lado
porque ser herói e ser Soldado
tem como primeiro valor e condição exigente
mais que ter ido à guerra é ter sido combatente.


                                                 Adolfo P. Contreiras, Fur. Mil. combatente 
                                                 do Esq. Cav, 149, Angola 1961-1963

Etiquetas: ,

segunda-feira, abril 15, 2019

O CORO COMUM INDÍGENA ACERCA DOS COMUNS DE FORA

A ema é um animal com pernas compridas, cintura larga e um longo pescoço que segura uma pequena cabeça eternamente oscilante para os lados. Em terreno aberto, a ema parece estar sempre a correr sem saber bem para onde vai ou porque corre. Tudo na ema, quer morfologicamente quer em termos de comportamento, me faz lembrar a primeira-ministra inglesa, Theresa May.

Miguel Sousa Tavares "Caderno de Encargos" in jornal "Expresso"de 13.04.2019.

O já enfadonho Miguel, aristocrata apaparicado internamente, partout, como menino e gente filho de "Algo", para além do ridículo e gratuito insulto que faz à pessoa 1ª ministra inglesa comparando-a com um tal animal dito ema, revela em todo o seu primeiro  ponto do dito artigo uma não só obstrusa visão da política e da Democracia como ainda trata esta completamente virada de avesso.
Aliás todo o seu distraído e parvo juízo, talvez porque não goste da pessoa 1ª ministra inglesa tem no tema central da ideia democrática, exaradamente, um insanável paradoxo.
Ele arrasa (um termo-tema muito do seu gosto) a política da Senhora e do Parlamento, logo dos Deputados e dos ingleses, aliás na onda de todos os comentadores portugueses falaciosos impreparados ou tão “democratas” de última hora como Trump que usando da chacota, que é o actual politicamente correcto por cá, trata a PMª inglesa assim como os ingleses de parvos que não sabem o que querem nem sabem para onde correm tal qual a sua ema.
Tão apressado a despachar o texto (Time is money) nem se deu ao trabalho de fazer uma revisão para detectar contradições e assim, enquanto arrasa a Senhora, os deputados e o Parlamento inglês com a fedorenta chacota, já geral e normal na opinadura bacoca portuguesa, lá pelo meio, e que, certamente, sem pensar lhe veio à mente, dizer que; “ao mesmo tempo(que é uma ema que não sabe o que quer e para onde vai) que desespera porque a maldita Europa não aceita um ‘Brexit’ em que a Grã-Bretanha larga o que não lhe interessa e conserva o que lhe convém”.
E nem reparas, ó apressado, que nessa ideia (larga o que não interessa e conserva o que lhe convém), que sem pensares te veio à mente, está todo um programa político tão velho como séculos de um povo tão ciente de si que levou anos a lutar para impor a sujeição do Rei ao Parlamento e é fundamento da tradição Democrática mais longa e fortemente implantada sobre a Terra.
Não percebes ó snob aristocrata apaparicado, que a discussão democrática complexa de levar a água ao seu moinho para garantia futura, não é uma qualquer facção parlamentar arrolar-se ou vender-se imediatamente a outra e outra facção para resolver um problema tão grave que implica perda de Liberdade e decisão  parlamentar própria do povo inglês que tanto sangue custou ganhar!
Aquilo que valeu anos de sangue a conquistar não pode ser discutido de ânimo leve e é isso que os ingleses estão fazendo e, mais uma vez, dando uma lição ao mundo de que discutir ideias e procurar soluções correctas, é isso mesmo e não fazer trocas ou vender ideias quando o tema é a liberdade de um povo decidir apenas entre si e por si próprio em defesa dos seus valores, costumes e tradições tão antigas que se ordenaram mais forte e respeitadas que a própria Lei.
O trabalho duro exaustivo dedicado a remover aparências, facilidades claras e verdades irrefutaveis é, precisamente, a função mais nobre e aquele que mais profundamente dignifica um Parlamento que se quer representante alerta na defesa intransigente do país e interesses do povo.
Eles, os parlamentares ingleses neste momento, buscam sem descanso o que será melhor para o seu povo e têm sérias dúvidas acerca de tão grave questão que é ceder soberania, independência e autonomia para decidir, em cada momento, conforme o que pensam ser melhor para os ingleses e, nesse sentido, com toda a razão e precaução em não se atirarem de cabeça às escuras. 
Que atrevido putativo comentador português sabe, nesta discussão, o que é melhor ou pior a médio-longo prazo para os ingleses se eles próprios não sabem e por isso mesmo discutem incessante e acaloradamente na procura de um qualquer visão que os elucide.
Os ingleses estão, precisamente, mais uma vez praticando e ensinando qual a razão de ser da Democracia e, especialmente, aos superficiais comentadores portugueses, informando que discutir a "Polis" não é fazer bisbilhotice, intrigalhada, armar em pitonisa ou fazer jogos florais.
Têm os ingleses a teimosia de querer ser livres e ser grandes? E porque não se foi sendo como são que o foram. 

Etiquetas:

terça-feira, abril 02, 2019

CHAROLA DOS GORJÕES 2001, (Ensaios, Marcha Entrada 29/12/2001) 1