domingo, dezembro 31, 2017

UM DESEJO PARA 2018

 
Eu sei que no local de Portugal com mais licenciados por metro quadrado foi eleito um ex-presidente da Câmara Municipal condenado por corrupção em actos do cargo.
E sei também que essa concentração maior de licenciados elegeu o seu Presidente com base numa maquiavélica sabedoria resumida no slogan "ele rouba mas faz".
Pois bem, o que eu queria para 2018 era que fosse o ano para uma educação sadia de todos os portugueses afim de apreenderem de vez o modo de saber escolher os mais competentes e honestos e deles pudessemos dizer "ele não rouba e faz". 

Etiquetas:

sexta-feira, dezembro 22, 2017

TI' GLORINNHA, BARBEIRA DE CINCO GERAÇÕES

Aos 11 anos, acabada de sair da Escola Primária com o exame da 3ª classe feito, ainda uma menina Maria da Glória começou a dar aulas em casa como Professora de “Escola Paga” para onde os meninos antes dos sete anos eram mandados pelos pais aprender as “primeiras letras".
 Uma “Escola Paga” era o equivalente ao actual ensino pré-primário mas não oficial nem obrigatória e muitos alunos, especialmente alunas, com a 4ª Classe se dedicavam a ensinar em suas casas as primeiras letras às crianças cujos pais pretendiam fossem para a Escola Primária oficial pois a grande maioria de crianças do campo naquele tempo nem sequer frequentavam qualquer Escola.
 A maioria das crianças desse tempo na idade escolar tinham de ajudar os pais nos trabalhos do campo para ajudar ao parco bolo de rendimento familiar tal qual as meninas, como Maria da Glória, o faziam instalando em casa uma Escola Paga.
A dita Escola Paga era assim chamada, precisamente, porque cada aluno pagava uma mensalidade. Em 1944, em plena 2ª guerra mundial e racionamento dos principais bens alimentares, um aluno na Escola Paga da Professora Maria da Luz pagava 2$50 escudos por mês (vinte e cinco tostões, duzentos cinquenta centavos, dois mil e quinhentos réis).
E foi a partir dessa experiência de Professora de Escola Paga para crianças que Maria da Glória também se iniciou como barbeira. A sua ligação às crianças levou-a a reparar que algumas delas levavam o cabelo comprido e num acto de bondade e amizade levou-a a pegar na tesoura para cortar e aparar o cabelo dessas crianças. E uma carreira de utilidade pública bondosa como barbeira de miúdos e graúdos durante 78 anos (setenta e oito) começou assim na vida de Maria da Glória.
O gosto pelo seu trabalho de alindar os meninos da Escola não a desligou mais daquele acto mimoso tão do seu agrado, das crianças e dos pais delas. Tanto assim foi que, como ela explica, os antigos meninos e meninas seus alunos ao tornarem-se pais levaram os filhos e depois os netos e assim sucessivamente.
Nesta passagem de testemunho de pais a filhos deu-se que também muitos dos primeiros antigos alunos, quando já pais, nunca deixaram de frequentar a casa da Maria da Glória e continuaram a lá ir acompanhados dos filhos e mais tarde seriam avós e netos ou pais e filhos na sala de espera de Maria da Glória para serem atendidos. Explica-se assim, por este costume hereditário de passagem de geração para geração, a razão pela qual a Maria da Glória barbeira nunca teve tabuleta à porta a anunciar-se.
Maria da Glória fez-se mulher, casou e construiu a sua própria habitação na qual fora reservada uma sala própria para os seus trabalhos de barbeira com clientela. Estávamos nos anos’30 em pleno tempo restrito ao rigoroso comportamento de costumes e moralidades que impunha uma quase interdição total de contactos entre homens e mulheres publicamente e onde até os namoros em casa eram vigiados.
Pois Maria da Glória foi uma das poucas mulheres, num mundo de homens, que por mérito da sua dignidade e total e impoluta dedicação ao seu trabalho, conquistou o direito e reconhecimento geral à sua diferença, ao seu trabalho invulgar para mulheres, ao seu estatuto de mulher independente de tabus, ao seu genuíno carácter e vontade de ser o que gostava, de apesar de estranho e incomum perante a moral vigente o seu trabalho de cortar cabelo e barbear homens obteve o respeito e carinho de todos.
Por tal digno comportamento foi trabalhadora barbeira ininterruptamente para cinco gerações e psssou a ser carinhosamente tratada por Ti’ Glorinha. E tão conhecida e famosa em toda a Freguesia e arredores que quando alguém via na rua uma criança com o cabelo grande logo lhe diziam; moço, tens de ir à Glorinha.
Suprema glória desta Maria da Glória mulher de vontade forte e bondosa foi ser tão popular e respeitosamente reconhecida que se alguém pronunciava Glorinha significava cortar cabelo ou se pronunciava cortar cabelo significava Glorinha, pois raros são os que conseguem uma identidade tão íntima entre pessoa e personagem.

Etiquetas: ,

segunda-feira, dezembro 18, 2017

MERCADINHO & POESIA, GORJÕES ORGANIZAÇÃO CRCG-ALUNAS DA UALG 10.12.2017

sábado, dezembro 16, 2017

11º ANIVERSÁRIO: COMENTÁRIO

Este Blog está de entrada na adolescência e continua tão vivo e entusiasmado que até se esquece de fazer anos e comemorar o aniversário .
Nasceu em 11.12.2006 e iniciou a sua actividade acerca do que lhe passava à volta e o impressionava bem ou mal e era merecedor de elogio ou reprovação. Nessa data o grande reparo crítico era acerca do abandono desta zona rural medida, especialmente, pela falta de rede de esgotos e água canalizada e pelo estado medieval da EM 520, estrada municipal que liga Faro à sede de Freguesia de Santa Bárbara de Nexe e depois liga esta ao sítio dos Gorjões.
Passados onze anos deram-se melhoramentos muito importantes e significativos, contudo, com tal atraso civilizacional não evitou um contributo negativo para a desertificação do sítio. Pois a distribuição de água canalizada só existe há três anos e a rede de Esgotos há dois e qualquer delas não chega a muitos lugares e casas. A demora na instalação destes bens essenciais cuja falta impedia a construção de habitação própria, constituiu um contributo assinalável para o abandono das populações originais e seus descendentes. Estes venderam as velhas casas avoengas e foram engrossar os dormitórios das Vilas e Cidades dos arredores. 
Também por força dessa falta de condições modernas para habitação as famílias abandonaram o seu lugar e paisagens de infância passada ao ar livre bravio de vistas largas e feita de veredas e caminhos por entre cerros e matos para habitar enclausurados em ruas ao lado de ruas e casas com vista para casas.
A prioridade e preocupação da edilidade continua a ser o conforto da Cidade e só quando o caso se constitui um estado de indecência o seu pensamento se lembra do Campo. Foi assim que a EM 520, no seu último troço, desde a sede da Junta de Freguesia até aos Gorjões ficou por arranjar até ao fim deste ano e apesar de no total perfazer apenas 6 kms, só metade do percurso foi arranjado. A outra metade ficou em promessa para o princípio de 2018.
O pensamento autárquico é um campo de forças com epicentro no conforto do palacete onde trabalham os edis e gradiente de linhas de força decrescente, concêntricas; para lá do Cerro Nexe nenhuma linha de força consegue atingir os Gorjões.

Etiquetas:

terça-feira, dezembro 12, 2017

JAZZ, ZÉ EDUARDO & MÁRIO DELGADO

O Zé Eduado, exímio e invulgar jazzista contrabaixo, pianista, violoncelista, professor e divulgador do jazz pelo mundo continua a cultivar o estudo contínuo da sua música na procura da perfeição possível. Nós, aqui nos Gorjões, já o vamos conhecendo bem pois assistimos desde há anos ao seu incessante trabalho diário de estudo e dedicação à preparação cuidada dos seus concertos. E, sobretudo, reconhecemos o seu grande entusiasmo no ensino rigoroso para a formação de músicos de qualidade.
Aqui nos Gorjões, mais uma vez, tenta deixar, como sempre por onde quer que passou, a semente de marca para que o bom jazz não morra nunca.
Os Gorjonenses orgulham-se de ter entre eles tão ilustre e reconhecido músico.

Etiquetas: ,

sexta-feira, dezembro 08, 2017

O "MATA" E O "ESFOLA"

 
Os acima "punhalistas" destruidores de tudo o que os outros fazem para além da política pàfia dos seus partidos, ontem na quadratura de que são os inqualificáveis principais atores políticos falhados, lançaram mais umas punhaladas no governo e especialmente no Centeno.
Claro, porque o Centeno é bom para além deles e apesar deles logo é inaceitável e, por conseguinte, é preciso dar-lhe punhaladas politicamente venenosas, destruidoras, aniquiladoras. Eles pensam: quem julga Centeno que é se ainda mal chegou e já quer ser Príncipe do nosso reino!
O "mata", o falhado que nem mete as mãos na política activa por cobardia de sujar as mãos e perder clientela nos concelhos de administração do empresariado arrematou duro à tasqueiro neste sentido  (cito de memória):
"o que é o Eurogrupo? É porra nenhuma. Centeno é Presidente de porra nenhuma!"
E depois de desenvolver a sua putativa tese de que Centeno seria pura e tão somente o presidente gestor da ortodoxia financeira da UE (afinal o Eurogrupo era uma ortodoxia financeira e não porra nenhuma) e de mais uns sofismas sobre a impossibilidade de mudar algo na ortodoxia (o PCP não o faria melhor), deu a palavra ao falhado político amigo Pacheco.
O "esfola", claro, deu largas à sua condição de esfolador intelectual de todas as situações e conduções políticas que não sejam as dele ou defendidas por ele. Pacheco pegou no morto e esfolou, assim neste sentido (cito de memória):
" a partir do Eurogrupo Centeno é um general do inimigo instalado na política financeira do seu país".
E depois, tal como o "mata" fizera, desenvolveu a sua retórica sofística à volta da ortodoxia financeira europeia inalterável, imutável, omnipresente e omipotente porque imposta pelos alemães com cheirinho de francês e porque, e acima de tudo, dita e confirmada ali mesmo pelo infalível Pacheco.
Acerca dos nefastos actos e factos políticos dos últimos anos que possam ter abalado a confiança da tal "ortodoxia" europeia e, nesse caso, a eleição de Centeno representasse já sintomas de mudança de parte para que o todo se mantenha unido, dizia, acerca desta hipótese nem palavra.
Habituados a apoiarem corruptos repugnantes como Durão, Portas, Duarte Lima e em manada como no BPN, tornaram-se eles próprios intelectualmente corruptos políticos que vendem a sua doxa de aparências como realidades e verdades.
A realidade e verdade maior que subjaz sob a capa destes mestres pensadores é ter gente menor ou idiota à frente dum Estado que possam influenciar e parasitar à vontade e à grande. 
Há séculos que gente assim torpedeia e impede que Portugal atinja sequer a grandeza devida à sua dimensão.

Etiquetas:

quarta-feira, dezembro 06, 2017

O TESTAMENTO DO ALBERTINO

sexta-feira, dezembro 01, 2017

ALUNOS DA UALG VISITAM OS GORJÕES