terça-feira, novembro 27, 2018

Charola ''JUVENTUDE UNIÃO BORDEIRENSE'' nos Gorjões, 01 01 1997

domingo, novembro 25, 2018

COMBATE À CORRUPÇÃO OU UMA MÃO ATRÁS DO ARBUSTO, E CAMUFLADA.


Estavam os seus colegas de mesa "Quadratura do Círculo" de 22.11.2018  a dissertar e defender a veracidade e bondade do proclamado combate à corrupção do Presidente angolano quando Pacheco, já antes muito duvidoso se em Angola haveria ou não um verdadeiro combate à corrupção ou somente um acto de cosmética, pede uma última palavra para iniciar nova argumentação critico-duvidosa e começa, precisamente, com a afirmação: - Bem...! Sabe-se bem que o "combate à corrupção" serve primeiro para combater os adversários políticos... -
Como cito de memória talvez a frase não seja, à letra, tal qual como foi dita mas é-o totalmente conforme ao sentido e significado e, sobretudo, conforme ao espírito do que ele entende que se trata, hoje, quando um emergente chefe político fala de "combate à corrupção" .
PP depois do 'trumpónio' (onde se enredou no elogio inicial sem perceber o real movimento de engano e ilusão real que tal continha) e o 'trumpolsonário' já apreendeu e intuiu que a luta pelo poder na actualidade, com forte marca de populismo, oportunismo e fake news como armas de fácil manipulação do 'povão', inclui uma dose forte de proclamação de 'combate contra a corrupção', isto é, de justicialismo proclamado, falsa e maquiavelicamente, no sentido de vingança em nome das "massas" ditas esquecidas, arruinadas, oprimidas e roubadas que, como repetem exaustivamente, "até são" quem pagam os corruptos: um perfeito acelerador de partículas de desintegração social.
Chegou tarde, mas chegou, à percepção da realidade escondida sob a capa deste tipo de "slogans" que indivíduos medíocres jogam mão, precisamente, à falta de conhecimentos e ideias e, consequentemente, sem capacidades de qualquer leitura histórico-social para uma visão de futuro e logo, nestas casos, só lhes resta olhar o passado pelo retrovisor saudosista e é dos mitos do passado que jogam mão para governar.
Pacheco, durante todo o período fértil da sua carreira política, andou enredado com indivíduos sem qualidades do mundo altamente corrupto do cavaquismo. Andou intimamente no meio deles tentando meter-lhes alguma ideologia nas cabeças mas o pensamento deles apenas tinha olhos fixos para o enriquecimento fácil, ali à vista e à mão, e sua imensa ambição facilitada a partir dos seus altos cargos de chefia política.
E, mesmo quando a corrupção foi detectada à sua volta tendo como intérpretes os seus amigos partidários próximos, tornou-se ele próprio cúmplice dessa corrupção deixando e ajudando a construir uma narrativa falsa que fazia de outrem o bode-expiatório da corrupção amiga.
O seu falso "combate à corrupção", foi apontado não aos verdadeiros corruptos mas a verdadeiros adversários políticos bem definidos e feitos "bodes expiatórios" pelo poder político-judicial o qual agitou e lançou ao "povão" o slogan "a impunidade acabou", outra forma de dizer o que diz a frase acima transcrita de Pacheco, isto é; apelo à perseguição política sob a capa de corrupção.
Pacheco apoiou e teorizou fartamente sobre tal narrativa para safar os amigos de partido e acabou apoiando Durão, tão universalmente corrupto que após seis meses de deixar a presidência da UE nem sequer o querem ver à porta.
O que Pacheco argumentou naquele momento e lhe saiu da boca com a naturalidade de quem confirma uma verdade axiomática pode não assentar, tão bem assim, ao Presidente angolano mas assenta-lhe a si mesmo que nem uma luva na mão atrás do arbusto, e camuflada. 

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terça-feira, novembro 20, 2018

Ó VELHA ESTRADA MUNICIPAL 520

 Ó velha Estrada Municipal 520
esfarrapada esburacada
prometida e enjeitada
um dia e outro e no seguinte
quem te defende ó pedinte
de pedir quem te acuda
com tratamento de choque
e não a remendos tip-top
a tua 'esburacrite' aguda
para que nunca mais iluda
tão velho cancro de pele
tão nobre rosto em ferida
tanta gente boa sofrida
de ser tratada à Maquiavel
quinhentos anos depois dele.
Esperam que o povo morra
ou que imigre a gente toda
ou que toda a gente se foda
e fuja sem mais pachorra  
deste fingir? Digam-nos, porra!

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quarta-feira, novembro 14, 2018

IIL; 1963 a 1967, 10 11 2018



E este impulso inicial de 1967 fez-se costume único e já se tornou uma obrigação do nosso gosto e vontade de estamos juntos ano após ano duas vezes em cada ano.
Caso único pois não consta que outro curso exista que, desde o primeiro momento de passagem de finalistas a formados, se reúna semestral e ininterruptamente há 51 anos para celebrar a conclusão do velhinho e já desaparecido curso de Electrotecnia e Máquinas 1963-1967 do, também já desaparecido, IIL, Instituto Industrial de Lisboa.
Desapareceu o especial e polivalente curso do antigo IIL, desapareceu o velhinho e degradado palacete da Rua Buenos Aires que era o abrigo da nossa Escola, desapareceram todos os nossos professores; os especiais, os bons e os típicos que são pasto saboroso das "estórias" da nossa memória e alegria.
Porque quase tudo o que foram a substância e o alimento dos nossos estudos, dos nossos trabalhos e dos nossos sonhos estão desaparecendo rapidamente que é importante que nós, os sobreviventes, mantenhamos vivo este nosso costume único de nos juntarmos para; primeiro, nos sentirmos vivos   como desde jovens estudantes até hoje, segundo, para que continuemos a deixar as marcas ainda possíveis para que não morra completamente aquilo que fez parte importante da nossa vida e está desaparecendo.
É para isso que este blog, com uma dúzia de anos e que nunca tinha publicado os vídeos dos nossos encontros, em contributo da memória futura deste curso único e desde o quinquagésimo aniversário está publicando todos os vídeos dos nossos encontros.        

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sexta-feira, novembro 02, 2018

O PODER DO CAPITAL E OS INTELECTUAIS EXALTADOS

 

"Intelectuais exaltados dançam como animais de circo mal os meios de comunicação lhes acenam com as suas remunerações"

                                                  George Steiner in "Fragmentos"


O "Poder do Capital" é uma fatalidade histórica para a qual a Democracia ainda não conseguiu meios e modos democráticos que a contenham e dominem.
E ao longo do tempo documentado até perder-se na pré-história contada por vestígios parece certo que o "Poder do Capital" foi sempre preponderante.  
Foi uma pena que os velhos clássicos sábios gregos que, já desconfiados da criação mágica das coisas pelos deuses do Olimpo, se puseram a questionar porque razão ou causas racionais as coisas aconteciam daquele modo que eles observavam repetidamente e não de outro, não se tivessem debruçado a pensar sobre porquê o Capital se acumulava tão fortemente de um lado de uns quantos  da Comunidade contra outros muitos e como o seu peso correspondia a Poder e distinção social entre os cidadãos da Comunidade.
Pois, certamente, como era seu hábito na busca do saber das coisas teriam ido à essência das causas e ter-nos-iam deixado algum tratado que hoje nos iluminaria muito sobre esta magna questão do "Poder do Capital".
Foi pena e parece que, também eles nesse caso concreto, tenham concluído que a riqueza era da natureza das coisas segundo as virtudes pessoais e, como tal, bem aceites e até consideradas como "Capital de Saber" importante para dirigir a Cidade.
É ilustrativa a história que se conta acerca de Tales de Mileto, o primeiro grande filósofo grego que, em rapaz tinha fama de mandrião sempre metido e distraído nos seus pensamentos, e que por isso, se riam dele e o consideravam uma nulidade. Ferido no seu orgulho pensou em provar a todos que era capaz de ganhar dinheiro. Já sábio em astronomia e prevendo com grande antecedência um bom ano de colheita de azeitona pediu dinheiro emprestado e comprou todos os lagares da zona. Os seus cálculos saíram certos e aquando da abastança de colheita de azeitona ele, como único proprietário dos lagares locais pode impor os preços do azeite e, desse modo, enriquecer e posteriormente dedicar-se exclusivamente ao estudo.
Também um contemporâneo de Tales chamado Sólon que não só recuperara da falência a empresa do pai como aumentara grandemente o seu património granjeou com isso uma grande reputação de sabedoria, astúcia e honestidade.
Este eupátrida (bem nascido) e bem sucedido nos negócios pela inteligência e saber era o melhor visto pelos artesãos e mercadores, classes em ascensão, para realizar as necessárias reformas sociais.
Nomeado pelo povo candidato a arconte epónimo foi eleito e aboliu a escravatura a todos que haviam sido feitos escravos por dívidas, desvalorizou a moeda para lhes facilitar os pagamentos das dívidas no futuro e outras grandes alterações na composição das instituições dirigentes estatais que colocou o pendor do Poder na maioria do povo em detrimento dos aristocratas.
Esta reforma, revolucionária naquele tempo, esteve na origem da Democracia Ateniense.
Sólon teve a percepção de que a pertença da riqueza de um lado apenas, a aristocracia, conduzia automaticamente a cada vez maior acumulação de propriedade e Capital no mesmo campo dos já poderosos e à escravatura cava vez mais, todos os pequenos proprietários.
Quando, como neste caso grego, pela primeira vez na história da civilização humana o "Poder do Capital" concentrado se equilibrou face ao Poder do "Capital Eleitoral e Social" da pequena propriedade e bens, foi possível o Estado Democrático (à parte a escravatura instituída) e dar-se um salto de desenvolvimento económico nunca visto e ainda mais nas ciências e pensamento que, ainda hoje é, a maior herança intelectual da humanidade. 
E ainda mesmo assim a Democracia soçobrou perante excessos democráticos e manobras do Poder do Capital aristocrático que se coligou com Filipe e com Alexandre que lhe deu o golpe fatal e mais  tarde a submissão total às mãos de Roma imperial.
Como se deu sempre e se dá ainda hoje a acumulação do Capital em detrimento da maioria dos povos do mundo?
Será esta acumulação, como pensavam os gregos antigos, o consequente resultado de igual maior acumulação de estudo, saber e conhecimentos para prever as trocas e os negócios mais propícios a elevados reembolsos?    
Ou será a acumulação de riqueza, tal como atestavam os protestantes luteranos, um sinal do céu enviado sob forma de graça divina dada em recompensa dos que mais acreditavam e trabalhavam na Terra para a grandeza de Deus?   
Historicamente, sabemos de várias originais formas de acumulação de capital, umas violentas como sejam o saque de povos mais fracos, saque de valiosos despojos de guerra, conquistas guerreiras com ocupação de terras e riquezas de povos vencidos e outros menos violentos como descobertas e exploração escrava de minas de ouro, prata e cobre ou ainda de negócios-encomendas para construções de grandiosas obras para Reis, Imperadores e Estados e também riquezas acumuladas em proveito próprio no desempenho de altos cargos dos reinos e impérios.  
Sabemos também de mercadores que arriscavam a mercadoria, os barcos e a vida nos mares e com arte de navegação, sorte e conhecimentos dos mercados, acumulavam riquezas.
Marx tentou e deu uma explicação matemática eficaz acerca da acumulação do Capital sob a teoria das "mais valias" produzidas pelos trabalhadores em proveito e acumuladas pelos patrões da indústria.
Mas, ninguém explicou ainda, como se deu a primitiva e primeira acumulação de Capital, origem inicial do "Poder do Capital" que, como o Sol, nunca mais se extinguiu.
E, tal como o Sol faz nascer e crescer tudo à superfície da Terra, o "Poder do Capital" faz nascer,  crescer e acumular sempre mais e mais "Capital" ao já acumulado.
E faz "Intelectuais exaltados dançar como animais de circo". 
  

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