terça-feira, outubro 31, 2023

ESTARÁ IMINENTE UMA GUERRA NUCLEAR?

 Hiroshima: Japão relembra os 75 anos da bomba atômica

Acerca da possibilidade da extinção da humanidade por via das armas nucleares um bloger que há vários anos frequento, avançou com a ideia de que «Qualquer futuro avanço tecnológico que permita obter armas ainda mais poderosas levará ao aumento dessa probabilidade». Nesta opinião a lógica racional é indiscutivelmente irrefutável e imbatível no plano da retórica teórica mas sê-lo-á no plano da própria racionalidade da critica prática? O formidável poder da natureza humana na luta pela sobrevivência consentirá à própria humanidade auto-extinguir-se? A quase intemporal luta violenta entre seres humanos da qual  sempre conseguiu sobreviver uma parte mais forte e continuar a existência e progresso da humanidade deixará de prevalecer face ao aparecimento de armas de destruição massiva?

Previsivelmente existem, atualmente, duas formas de maior probabilidade de auto-extinção da raça humana; pela alteração climática provocada ou não pelo homem e pela destruição nuclear de exclusiva responsabilidade do homem. Este, pela calada, usou uma única vez a bomba e depois passaram cerca de oitenta anos de ameaças declaradas de uso mas ninguém mais se atreveu a passar da ameaça ao facto consumado, não obstante, cada vez mais mais países possuírem armas nucleares; o receio de um desencadeamento de disparos mútuos de um e outro lado tem sido suficiente para paralisar a decisão de tal uso. Do que se está passando neste momento em duas guerras, nas quais uma delas é potência nuclear, leva-me a pensar que no dia em que todos ou a grande maioria dos grandes países obtiverem uma força nuclear de respeito, maior será o medo e o terror próprio em lançar-se numa tal aventura. Num caso desses, sim, cumprir-se-ia a ameaça de Putin com um chuveiro de bombas nucleares sob o céu a cair sobre a terra.

Assim, penso eu, que dada a cada vez maior proliferação por cada vez mais países possuidores de armas nucleares, o sentimento de horror provocado pela ideia de duas partes do mundo a disparar entre si uma chuva de bombas nucleares com possibilidades de uma destruição mútua total tenderá a diminuir e não a aumentar. Note-se que, detentores de armas nucleares não as usaram mais, mesmo, perante derrotas militares infligidas por pequenos países apenas armados de armamento clássico e tática de guerrilha.         

Hiroxima representou, só por si, um tal horror humano universal e sobretudo um tal temor à consciência da humanidade que, na prática, tem funcionado como vacina. As avarias técnicas das várias centrais nucleares de produção de energia eléctrica veio reforçar a ideia de quão perigoso é o uso do nuclear.
E será assim, desejo, pelo menos enquanto o homem não conseguir o domínio técnico suficiente para manipular o nuclear em segurança. Quero crer que até um qualquer paranoico doente mental, narcisista puro, terá consciência de que iniciar um ataque nuclear será cometer suicídio de si e de seu próprio povo pelo que alguém, em última instância, bloqueará tal decisão. 

Contudo resta sempre, para alívio dos loucos, a perigosa grande questão: se tudo que nasce tem um fim porque há-de com a terra ser diferente?

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