sábado, outubro 25, 2014

DESDE O PRINCÍPIO DO MUNDO ...


ANAXIMANDRO
TALES




 









 MARX

HAYEK


 
 
 
 


Desde o princípio do mundo conhecido pela escrita ou, mais concretamente, desde que há relatos e história de factos que se passaram que os homens pensam e agem ora num sentido ora no seu contrário.
Assim a vida dos povos, sujeitos a cada novo-velho-novo-velho-novo pensamento dominante balança, contínua e espiralmente, entre os sempre eternos extremos opostos: ser ou não-ser; mobilismo ou imóvel; uno ou plural; cognitivo ou sensitivo; espírito ou matéria; consciência ou existência; individualismo ou comunismo.
Logo, na primeira escola filosófica conhecida, houve contraditório. Tales de Mileto, o primeiro sábio a formular uma ideia racional fora da tradição mágica-mitológica, como fundamento originário do mundo existente designou a Água, um elemento dos sentidos, material. Imediatamente e no mesmo tempo o seu discípulo Anaximandro propõe, igualmente de forma racional, o Indefinido como elemento fundamento originário, uma dedução cognitiva, do pensamento. Portanto, na mesma escola filosófica e quase simultaneamente, são propostos como fundamento originário do todo existente sobre a terra duas causas: uma do foro da matéria, outra do foro do espírito.
É a partida para a discussão interminável entre os pensadores até hoje que ora propõem um conjunto de pensamentos e ideias com predominância do espírito ou consciência, ora propõem, com a mesma racional epistemologia, a predominância da matéria ou existência.
Dada a partida pelos primeiros e grandes pensadores Gregos, cuja genialidade os fez procurar o fundamento absoluto das coisas, o que levou a maioria deles, nessa procura lógica incessante, para o campo da supremacia do cognoscível sobre o sensível. E até a descobrir o ser ontológico como Parménides e as Formas e a Ideia absoluta como Platão, contra a aparência e ilusão dos sentidos. Mas também não deixou de haver os materialistas puros como Leucipo e Demócrito que explicavam, com igual racionalidade lógica, a existência a partir da formulação da criação e combinação dos Átomos como fundamento originário.
E a discussão iniciada pelos Gregos, e nunca superada, continua hoje e é a nossa geração que foi e ainda está submetida às consequências dessas deduções do pensamento que se tornam fundamento predominante e determinante das medidas político-económicas aplicadas sobre os povos. Porque tais deduções filosóficas conduzem a sistemas de ideias conceptualmente perfeitas que alguns homens, seus estudiosos, são tentados a aplicar na prática da vida corrente e submeter, quase sempre violentamente, os seus povos. Foram os casos gregos de Pitágoras em Crotona, Empédocles em Agrigento e Platão na Sicília onde estes eminentes sábios teóricos, dedutores de lógicos sistemas políticos perfeitos, face ao fracasso completo na aplicação prática de tais sistemas, foram mortos ou fugiram à pressa para não serem liquidados pelos próprios povos a quem se propunham levar a felicidade.
Após o desencanto social da Revolução Francesa da fraternidade, igualdade e liberdade, aliás, no seguimento do corolário comum de todas revoluções que houveram antes e depois, em meados do Séc. XIX, Karl Marx propõe o modelo de socialismo total até ao comunismo. Precisamente um século depois, Fredrich August von Hayek, outro filósofo político, vem propor o caminho oposto apelando no sentido de centrar tudo nos indivíduos e promover a implantação de um liberalismo para-total.
Claro, ambas as promoções de ideias opostas, são feitas em cada época após o falhanço da anterior e sempre apresentadas como soluções libertárias, mais ou menos definitivas, perfeitas, utópicas. Falhado retundamente na prática o socialismo-comunismo no qual o indivíduo se deve submeter e submergir, voluntária ou à força, face ao colectivo social os mestres pensadores voltaram de novo a olhar para trás e repescar a velha ideia gasta e rejeitada anteriormente do liberalismo agora colorido da submissão para-total do colectivo social ao indivíduo.
Neste momento vivemos, ainda, segundo a última receita ideológica do mestre Hayek, contudo, após mais de trinta anos da mesma receita sistemática com resultados precários e duvidosos para o povo que trabalha, este começa a olhar com suspeita para o sistema montado para permitir a aplicação, funcionamento e exploração do dito sistema porque, na prática, mais uma vez, o dito sistema favorece quem o comanda e explora em detrimento de quem trabalha e o alimenta.
O sistema começa, portanto, a meter água suja e porcaria por muitos lados que lubrificam mal e emperram os mecanismos de funcionamento mas, sobretudo, entrou em decadência e decomposição porque o povo submetido, que sofreu o engano dos resultados desfavoráveis ao contrário do prometido, deu em olhar com olhos de ver, apercebeu-se e compreendeu os artifícios manhosos que as elites donos do sistema inventam e introduzem nele para o utilizarem em benefício próprio adulterando toda teoria utópica.
A própria aplicabilidade de uma utopia, que é sempre um extremismo relativamente à necessidade dos humanos viverem de forma estável durante o curto tempo de vida disponível, é ela em si mesma uma ideia utópica irrealizável perante as desigualdades e necessidades naturais dos humanos.

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sábado, outubro 18, 2014

AS VERDADEIRAS PUTAS DA NOSSA VIDA.


Sede da Comissão Europeia
A GRANDE CASA DE PUTAS EUROPEIA

Às mulheres sós que andam no passeio junto ao IST em Lisboa, na mata de Monsanto ou sentadas numa cadeira na EN125 logo a seguir a Boliqueime, o povo diz que ali andam putas.
Também eu assim pensava, como comummente, que as putas eram aquelas pobres mulheres pobres que trabalham por conta própria em mini-negócio unipessoal na rua, na estrada ou num quarto alugado mas, nos últimos tempos, gradualmente, fui tomando consciência de como estava apanhado pelo pensamento comum que ilude a realidade com aparências. Aparências de puro ilusionismo que esconde os truques desonestos que uma certa elite pratica para empurrar estas mulheres, e homens também, para o submundo dos deserdados necessitados.
Estes trabalhadores que vendem o corpo, tal como é entendido pela nobre instituição militar em tempo de guerra e não só, contribuem para melhorar o moral e equilíbrio psico-libidinal-mental da sociedade, além de que não cria nem promove qualquer injustiça ou maldade sobre terceiros.
E sobretudo porque, para quem se ofende moralmente face ao vender-se o corpo como fonte económica, é bom lembrar que todo o trabalhador vende o corpo sob a forma económica de força de trabalho.
Uma forma terá mais dignidade que outra, dirão alguns, mas também a outra terá mais liberdade e, sabemos bem que, onde esta não existe nem se pratica, há a servidão, a pior forma de prostituição.

A chegada ao poder deste governo, de Portugal e da troika, fez uma ligação directa e mais visível dos portugueses com a Europa dos chefes, com a comissão europeia em Bruxelas, com os seus imensos rios de gente pelos corredores que entram e saiem dos incontáveis gabinetes envergando e exibindo os seus luxuosos trapos de vestir e pastas de papéis importantes transportadas em poses de passerelle condizentes com as suas convencidas personas de novas ilustres nobrezas.
São a nova elite menor de trabalhadores de gabinete que servem a grande elite e nova alta nobreza que ocupa os grandes gabinetes e dá ordens a tudo e todos naquele circulo mundano sobreexcitado de superabundância ostentação e desperdício.
Nestes gabinetes herméticos e sofisticados à prova de vista ou escuta, a elite burocrática feita nova alta nobreza europeia, toma as decisões, recomendações e diretrizes a que todos os outros do povo europeu, fora do seu circulo, vão ser obrigados, sujeitos e submetidos mesmo que isso implique proletarizar as suas vidas medianas ou miserabilizar as vidas pobres. Entretanto, no seu mundo à parte tomam, para si e os seus trabalhadores de gabinete cumplices, decisões e criam normas internas de mais regalias, melhores remunerações, maior bem estar e principescas reformas futuras.
Esta gente toda e toda esta gente, essa sim, são actores dum filme pornográfico em realização e sessão permanente. Estes são os verdadeiros actores porno e verdadeiro putedo de nossas vidas.
Estas putas finas, ao contrário das desgraçadas que trabalham no trottoir, são elas que fodem o juízo, a mente e a vida do mundo do povo. Estas, ao contrário das apelidadas, matam a moral e a normal e humana função sexual do povo. Estas, ao contrário das deserdadas, são elas que tiram a alegria, o prazer de viver e infernizam a vida do povo. Estas, ao contrário das necessitadas, matam à nascença qualquer hipótese de esperança de felicidade agora e no futuro.
Esta gente toda e toda esta gente, que são o que não parecem, são as verdadeiras putas da puta da nossa vida.

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