terça-feira, abril 20, 2021

CAMINHO DE FONTE DE APRA PARA GORJÕES PRÉ EM520 ''ROTA DA ÁGUA''

sexta-feira, abril 16, 2021

A CIRCULAÇÃO DO ÓDIO

 «Um juiz que odeiam e querem destruir porque não teve medo de decidir de acordo com a sua própria soberana consciência»

Valupi in "Aspirina B"

 

Precisamente o mesmo que tentam há anos fazer a Sócrates e pelo mesmo motivo; o ódio a quem quer ser livre, quer decidir o melhor para o país e não se deixa manipular.
Ontem na “Circulatura” O Lobo-Xavier voltou a repetir a cassete do “animal selvagem” truculento, mentiroso e dava tudo na acusação como provado e tudo que o “animal” dissera em sua defesa ou mesmo documento apresentado (sobre a “opa PT”) era produto duma mente de psicopata que criara uma “narrativa” e inventara um mito do qual estava convencido da sua verdade mitológica e isto e aquilo da vida faustosa, do homem rico que afinal pedia dinheiro, que Santos Silva com 20 milhões no banco (no banco?) afinal era o mais rico construtor do país; logo daqui se deduz que os grandes empresários de construtoras e industriais que assessoria por milhões devem ter a massaroca toda nos off-shores bem escondidos a seu conselho; nos off-shores que tanto defende como necessários para o mercadejar obscuramente sem se saber quem mercadeja.
Em suma uma retórica sofística com base em tudo o publicado no “cm” anos a fio e o povão recita amestrado pelo jornalismo voz do dono; isto é, tudo o que é a verdadeira narrativa de saltos ilógicos à procura de uma saída qualquer para condenação de juiz amigo designado a dedo.
O Pacheco mete dó, agora ainda mais com o rosto magro e ar aparvalhado; acha que o Sócrates é corrupto e só mente e tudo onde toca é uma mentira porque já nasceu assim e como tal não consegue sair desse registo porque lhe é genético e repete a mesma cantilena do Lobo com uma nuance; culpa o PS porque, o caso era notório, estava na cara do “animal” e tinha obrigação de ter detectado isso e expulsá-lo mal um dia abriu a boca no partido.
O Pacheco, o maior falhado político desde a democracia que apoiou sempre o palerma Cavaco e conviveu intimamente no interior do circulo cavaquista mais corrupto de sempre onde medravam os do BPN e sobretudo o Duarte Lima, seu chefe directo cu com cu na AR, e nunca deu por nada, nem nunca lhe indiciou nada a vida “faustosa” de compras de bens de faustosas propriedades do chefe amigo, agora até vê escrito na cara de Sócrates que este nasceu com a síndrome de corrupto; a mesma visão pacheca que não viu nada entre amigos e viu, claramente visto, o Iraque coberto de bombas nucleares que a narrativa mentirosa de Bush e Durão vendeu ao país com a colaboração do Pacheco.
O ódio de inveja de Pacheco ou o ódio de vingança de Lobo expressam-se de forma diferente mas o ódio é o mesmo; o ódio ao homem que quer ser livre quando pensa pela sua própria cabeça.

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quarta-feira, abril 07, 2021

A SABEDORIA DO POVO

 

Não é preciso saber antropologia ou história para ter a ideia lógica certa de que o povo, qualquer povo, tem sabedoria própria; e como não, se é o próprio povo que desde o homem primitivo foi descobrindo, criando e arquivando o saber, de experiência feito, e transmitindo-o de memória de geração para geração.

Desde o seu aparecimento na Terra que o homem individual e depois em grupo aprendeu a defender-se em grutas, a caçar e colher o fruto das árvores, inventou o fogo e a roda, a domesticar os animais para ajuda nos trabalhos pesados, a construir armas e utensílios de silex, inventou o barro, descobriu e utilizou em seu benefício os metais, inventou o arado e a utilização da terra para produzir o seu alimento e foi sempre acumulando um saber de experiência praticada ao vivo ao longo de milhares de anos; tais descobertas de conhecimentos lhes proporcionaram mudanças de paradigmas na forma de ver e encarar o seu mundo em cada momento de inovação histórica e assim sucessivamente; e tudo isso passado de memória de pais a filhos sem que houvesse escolas ou academias para tratar e fomentar especificamente o ensino de transmissão de conhecimentos adquiridos.

É a prova provada de que o conhecimento prático, empírico, adquirido da experiência directa com a vida e suas necessidades de constante melhoramento e aperfeiçoamento para novas respostas a velhas e novas questões não precisa de graus académicos para que seja tão válido e útil à vida como o obtido no ensino por via da Escola. 

Aliás, o que prevalece na sobrevivência face a uma catástrofe, relativamente à vida humana, não é a sabedoria dos livros mas sim a sabedoria prática de como organizar e realizar uma produção de subsistência para manter a espécie; ainda hoje o saber dos livros só por si vale pouco perante as necessidades básicas da existência humana; vive-se sem livros mas não se vive sem alimentos.

Quando o Virgílio dos Gorjões, que desde que nasceu viveu junto dos trabalhos da terra e dos animais de criação (mesmo em França na refinaria de Leão trabalhava nas valas e criava animais, galinhas, coelhos), respondeu ao exímio músico de jazz que "as minhas galinhas cantam melhor que o Zé Eduardo" expressava exacta e precisamente o sentimento primitivo do primado do conhecimento prático sobre o livresco; porque ele entendia o canto das galinhas, o berrar das cabras ou o balir dos cordeiros que criava na pastagem como se estivessem dialogando consigo numa linguagem que ambos liam e entendiam sem erro; o canto das galinhas era ópera para o Virgílio e o canto de ópera de palácio tal como o jazz era, para ele, barulho, ruído incomodativo ou mesmo insuportável.     

No caso da futura casa Museu José Pinto Contreiras nos Gorjões dever-se-á respeitar ambos os saberes e aproximá-los tanto quanto possível, fazê-los interagir entre eles sem nunca os deixar desligar ou perder de vista; fazer que aprendam uns com os outros, o saber rural dos montanheiros com o saber de escola, académico. 

O saber do Virgílio é um exemplo real de que é preciso preservar e fazer aproximar saberes diferentes assim como a declaração da Anabela Afonso, "eu hoje tenho muita pena de não ter guardado comigo muita da sabedoria do meu avô analfabeto, que era grande" é outro exemplo de que é preciso saber entender, apreciar e preservar o valioso saber da tradição passada de pai a filhos. 

Contudo, por outro lado, muito menos podemos perder de vista o importante saber civilizacional gerado pela observação e olhar crítico histórico e científico acumulado e perpetuado pelas escolas e academias de elites escribas e sacerdotais, pelo menos, desde o aparecimento da escrita cuneiforme na Mesopotâmia suméria-semita-acádia a partir do 3º milénio a.C. pois esta, tende cada vez mais, a ser a força de reboque do avanço civilizacional.     

Tal como Lavoisier disse que "na natureza nada se perde, tudo se transforma" também na natureza do saber e do conhecimento nada se deve perder mas sim, transformar.

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