segunda-feira, janeiro 28, 2013

FIGURAS TRISTES

 VELHO DO RESTELO
Dei por acaso, aliás cada vez vejo mais ao acaso a tv, e portanto ao correr do comando dei na sic com Rodrigues Guedes de Carvalho pivot de Balsemão e escritor de emoções interiores logo um psicológico pensador e Rodrigues dos Santos pivot pisca-olho de Relvas, escritor de "estórias" e comportamentos exteriores logo um historieta. E também herói e especialista da guerra por no  Iraque ter reportado a guerra a partir do conforto de um hotel reservado a jornalistas e pré-convencionado como neutro.
Estavam sendo entrevistados por dois colegas sobre a sua experiência profissional e na sala escutavam atentos a estas duas sumidades muitas caras de estrelas dos media televisivos. Quando questionado sobre a política actual RdS não quiz responder mas sempre foi adiantando que o mal fora todo dos políticos que desbarataram o erário público e, claro, deu como exemplo de gastos inúteis as incontáveis auto-estradas construidas e agora às moscas. 
RGdC subscreveu tudo o que dissera o seu colega e sublinhou acerca das auto-estradas: - podiam cortá-las aos pedacinhos e vendê-las às fatias talvez realizassem algum do capital desperdiçado -.
É arrepiante ouvir estas sapiencias de microfone e ocasião falarem dum país como se não houvesse amanhã nem futuro e o tempo fosse imutável. Não é novo este pensar e até Camões já nos tinha avisado acerca dele através da figura do Velho do Restelo.
Logo após Abril os sapientes técnicos economistas e outros sábios falavam dos dispendiosos e inúteis  "elefantes brancos" e imediatamente apontavam o Complexo de Sines como exemplo maior de uma inutilidade tal como recentemente falavam de Alqueva. 
Nesse tempo o Secretário de Estado das Obras Públicas encarregado da pasta "Complexo de Sines" era o nosso conterrâneo nexense Engº. António Diogo. A sede e escritórios do Complexo de Sines ficava em frente do escritório onde eu trabalhava e várias vezes me encontrei a tomar a bica com o A.Diogo. Dizia-me ele que não fazia outra coisa senão correr para aquela Sede dada a pressão para dar uma solução àquela, quase universalmente, considerada uma inutilidade e apenas consumidora de recursos.  Havia propostas de solução as mais mirabolantes e radicais como até de arrasar tudo e lançar ao mar os detritos.
O A. Diogo foi resistindo até que o governo provisório a que pertencia caiu. Por obra do acaso ou talvez devido ao habitual deixa-andar português, o Complexo de Sines resistiu e quando homens de visão e o tempo económico foi propício o malfadado Complexo desabrochou e floriu.
Como é sabido, hoje, Sines é o Concelho de um elevado rendimento per-capita, com menos desemprego e do maior contributo para o PIB do país. Enfim, um "Elefante de Ouro", apesar de novamente radicais e atrasados mentais pararem as obras do porto de águas profundas de Sines, a auto-estrada e TGV de ligação a Madrid-Paris por onde deveriam passar a gigantesca massa de contentores que brevemente atravessarão o Panamá montados em monstruosos navios porta-contentores. 
Ó gente fala-barato sem História nem amanhã ou futuro, deixem que quem sabe e tem faculdades possa fazer, faça que o país deixe de ser o fado da desgraçadinha predestinado a viver na miséria e da caridade.
Ó gente retrógrada incapaz de sonho, deixem que sábios competentes e capazes com visão de futuro e mesmo visionários, construam um país que seja exemplo e orgulho das gerações vindouras.
Ó gente medíocre e incompetente que apenas vêem claro com o olho de trás e só avistam sombras com os olhos da cara, deixem de fazer obstrução e tapar o Sol aos que querem ser iluminados para reflectir luz sobre os outros. 
Ó gente do passado sem brillo e inimigos do futuro, remetam-se à caverna de vossa origem ou embarquem com vossas fortunas bastardas directos aos vossos paraísos financeiros e realizem todos os vossos ideais de vida, mas deixem-nos em paz. 
Caso contrário, uma vez não haverá dia nem luz e deparar-nos-emos com um lugar ensombrado onde vive um povo de rastos e mísero num país inteiro transformado num imenso "elefante branco" em ruinas e pronto a vender como sucata inúril. 

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sábado, janeiro 19, 2013

COMO?



Ainda hoje 99,99 % dos habitantes do Planeta Terra são imcapazes de entender a profundidade do pensamento dos Gregos da Idade Arcaica.
E os 0,01% no mundo Terra que os estudam dedicada e minuciosamente uma vida inteira e escrevem ensaios acerca deles quase diariamente, mesmo esses seres filósofos do mais elevado estatuto académico e sábio, têm entendimentos diferentes entre eles acerca do que verdadeiramente os Gregos arcaicos pensaram do Ser, do Uno, das Ideias e Existência do Homem. Isto é, acerca daquilo que nos distingue dos brutos e através do qual conseguimos alcançar a superioridade sobre as demais criaturas.
Como é possível pedir à senhora Merkel e Barroso que entendam os Gregos? Como?
Como é possível pedir a Cavaco, Passos e a toda obscena vulgaridade do pensamento financeiro agiota dos que dizem e repetem imbecilmente: - Nós não somos a Grécia -, que entendam os Gregos?
Pois, como querer que aqueles que nunca entenderam nem entendem ainda no tempo actual patavina do que pensavam os Gregos há 2500 anos, possam entender o que pensam os Gregos hoje?
Como?

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terça-feira, janeiro 15, 2013

NÚMEROS E PESSOAS

SEGUNDO O PITAGÓRICO NICÓMACO DE GERASA A DÉCADA ERA UM NÚMERO VERDADEIRAMENTE DIVINO

Pitágoras e os pitagóricos viam nos números o significado e a explicação para todos os fenómenos quer físicos quer do conhecimento. E na realidade muitos fenómenos físicos  podem traduzir-se, perceber-se e explicar-se por expressões matemáticas através de números. 
Contudo, como em tudo na vida, o exagero levado ao ponto de considerarem o número como uma espécie de divindade que tudo dominava e explicava, acabou por os trair e sentenciar a morte de sua escola do número como filosofia e divindade. 
Ficou a grandeza para a eternidade do número como elemento indissociável da matemática e quantificação dos fenómenos físicos.
Vem isto a propósito do erro que é, tal como os pitagóricos, tomar os números como se tivessem proveniência divina e de certo modo possuissem alma, pudessem representar pessoas que agem e reagem por faculdades intelectuais através de pensamentos.
Mas a prova prática de que os números são cegos e não têm alma e, embora possam quantificar indivíduos não podem representar "pessoas", tive eu próprio ao fazer contas de despesas num restaurante, dia 12 passado em Lisboa. 
Éramos 7 pessoas e a conta apresentada foi de 54,40 euros pelos sete almoços. Fiz as contas de cabeça: 8x7=56, a diferença seria a gorjeta e os amigos de almoço concordaram. Passado uns minutos fui pagar a minha parte, dois almoços, e dei 15,0 euros e fiquei à espera. Passado outros alguns minutos o amigo que reunia o dinheiro do pagamento pergunta-me: quanto me deste? Respondo: dei 15,0 euros, já tens 1 euro para me dares de volta?
Ao fazer as contas matematicamente, isto é como pura construção abstracta, 8x7=56 não tomei conta que 8 era o custo e 7 as pessoas, fiz o contrário e tomei as pessoas pelo custo e, desse modo tinha a haver um euro, pensei. Na realidade, para as contas ficarem certas com as pessoas, eu tinha era de pôr mais 1 euro.   
As contas estavam matematicamente certas mas pessoalmente erradas. As equações e operadores matemáticos, os números, podem estar perfeitamente alinhados e as contas absolutamente certinhas, contudo, se não for tomado o cuidado necessário com o factor número-pessoas, no final todos os cálculos baterão certos na respectiva folha de papel, contudo, as contas baterão todas erradas na folha da vida das  pessoas.

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quinta-feira, janeiro 10, 2013

... VAMOS NO BOM CAMINHO (3)


Provavelmente os portugueses já não têm qualquer dúvida de que vamos no bom caminho. Se não, vejamos a situação nos nossos caminhos:
1) Na estrada municipal da minha aldeia algarvia, entre as 7-8 horas da manhâ, constata-se que o transito de gente para o trabalho quase não existe, ao contrário da correria de carros e carrinhas de trabalho que acontecia  há dois anos atrás. 
2) No caminho para Lisboa que faço espaçada mas regularmente constata-se que os carros com que cruzamos ou passam por nós estão-se reduzindo drasticamente e à noite não ultrapassam meia dúzia. 
Na noite de 8 entre as 9,00 e as 12,00, no IC2 até Setúbal não chegaram à meia dúzia. 
3) Hoje, dia 9 pelas 16,00 horas estive parado a observar o transito numa travessia da Rua do Ouro em Lisboa e constatei que os carros circulavam um a um a distancias de 50 metros entre eles. 
Há muito poucos anos neste local e àquela hora o transito era compacto e ininterrupto horas a fio.
Neste bom e belo caminho que levamos, tudo indica que brevenmente quando não houver viva-alma a circular nas estradas e caminhos de Portugal, o governo informará os portugueses que, todo o dinheiro gasto em  Auto-Estradas, IPs e ICs pelos governos anteriores, foi uma festa de desperdício.
Atingido este ponto do "reajustamento" e "corte nas gorduras", qundo todo o povo todo estiver metido em casa a comer a sopa de erva, o governo anunciará entusiasmado o grande momento aos portugueses, à Europa e ao mundo: conseguimos, vitória, vitória.  

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sexta-feira, janeiro 04, 2013

FINALMENTE!

Finalmente o homem teve dúvidas.
O homem que "nunca tinha dúvidas e raramente se enganava", finalmente foi acometido pela terrível angústia  da dúvida. 
O Presidente Cavaco enviou para o Tribunal Constitucional o OE 2013 porque encontrou "fundamentadas dúvidas" em algumas medidas desse OE.
Bem vindo senhor Presidente à Terra, à companhia e ao tempo dos mortais deste país e do mundo.
Acerca de dúvidas já desceu ao nível dos humanos, quanto a honestidade vamos ver se temos nós de nascer outra vez se tem o Presidente de renunciar a um nascimento.

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