terça-feira, dezembro 28, 2010

GORJÕES E GUNGUNHANA HÁ 105 ANOS

ANTÓNIO CONTREIRAS DE FRENTE À ESQUERDA(TÍ TÓLICA) AOS 102 ANOS

A 28 de Dezembro de 1895, faz hoje 115 anos, deu-se a captura de Gungunhana, o último imperador do Império de Gaza em Moçambique, por Mouzinho de Albuquerque. D. Carlos exibiu em Lisboa o célebre chefe guerreiro como desprezível troféu de guerra e de seguida desterrou-o para os Açores onde viveu dez anos até morrer em 1906.

Desde miúdo que ouvia a história do homem meu vizinho e parente, alto, delgado, esguio, seco, já muito idoso, de poucas e acertadas palavras de nome António Contreiras mas que todos conheciam e tratavam carinhosamente por Ti Tólica. Era eu muito miúdo e já ele tinha mais de noventa anos quando comecei a ouvir o povo dizer: o Ti Tólica esteve na guerra do Gungunhana em África.
Foi verdade, mais tarde, sendo eu mais rapaz que garoto, já ele tinha mais de cem anos, ouvi da boca dele contar que realmente tinha participado na batalha e captura do Gungunhana em Moçambique. Na sua morte e funeral, aos 104 anos(ou 106?), foi referido tal episódio por muita gente que conhecia a história de ter ouvido contada ao vivo pelo próprio.

Hoje, no dia de aniversário de tal evento, relembro com emoção a memória deste nosso conterrâneo, velho combatente africano precursor de outros combatentes gorjonenses nas guerras 1914-1918 e mais recentemente na Guerra Colonial.
Os gorjonenses, que a arqueologia local prova já aqui existirem no tempo Calcolítico, desde sempre têm sido combatentes pela defesa dos interesses da comunidade onde se inserem. E foram homens contributos de vida para o bem e bom nome dessa comunidade Mãe.

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sábado, dezembro 25, 2010

GORJÕES TEVE PRENDA DE NATAL

ESTAÇÃO DA CHARNECA

O meu Lugar de Gorjões, sítio da freguesia de Santa Bárbara de Nexe, concelho de Faro, a 13 Kms da sede de concelho e capital do Allgarve, teve este ano uma prenda de Natal desejada, ambicionada, pedida, solicitada e reclamada desde o 25 de Abril.
Ainda não é a prenda completa mas hoje já ultrapassou a fase de "prenda promessa eleitoral" para ser o início de "prenda obra em construção". São já evidentes os sinais de que foi dado início à contrução das estações e condutas que vão levar a água suja e trazer a água potável ao nosso Lugar e, deste modo, trazer finalmente a Europa aos Gorjões.
Quem pecorre diariamente a EM520, entre Gorjões e a Via do Infante, começa a ter troços de transito condicionado e controlado pelo pessoal operário da obra. Certamente iremos ter ainda maiores dificuldades de transitar quando começarem obras de abertura de valas nesse percurso. Mas isso nada conta face à grande vontade da população em vir a usufruir desse bem de elevado conteúdo de igualdade social e grande necessidade para a fixação dos nativos e desenvolvimento futuro da ruralidade farense.
Serão benevolamente aceites todos inconvenientes e dificuldades que as obras nos imponham segundo técnicas de segurança prudentes. E sobretudo se, com o bom desenrolar dos trabalhos, nos convençamos de que tais sacrifícios são mesmo temporários e limitados de acordo com o programa e calendário de execução da empreitada.
Nesta quadra de Natal, tal como nos pedem o Cardeal, o Primeiro Ministro e o Presidente da Républica, vamos manter a esperança e ter fé de que assim seja.

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sexta-feira, dezembro 24, 2010

PRESIDENCIAIS, SINAIS DE NATAL.


No debate para as presidenciais entre Cavaco Silva e Defensor Moura foram visíveis dois casos de registo, para além da parcialidade da mo(r)deradora "pescoçuda":

1. INSULTOS E HONESTIDADE
Quando falam de casos-factos desagradáveis ao Presidente "acima dos portugueses"; são insultos.
Quando o Predidente "acima dos portugueses" fala de casos-não factos(escutas a Belém); são honestidades supremas: de quem nasceu duas vezes.

2. MESSIAS DE BELÉMQUEIME
"Nascer duas vezes" e estar "sempre acima dos portugueses" só pode ser obra de Deus: terá nascido um novo "Messias" em Belémqueime.

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quinta-feira, dezembro 23, 2010

EM QUALQUER DOS CASOS ...

Pelo que se entende das notícias dos jornais, o senhor Assange da WikiLeaks entregou o baú de cables apanhados de assalto, a cinco jornais tidos de referência mundial. Também pela leitura de tais cables se sabe que uns tratam de análise psicanalítica de políticos sobre políticos tal como acontece entre pessoas que se conhecem e comunicam entre sí, nada de novidade. Outros desvendam os motivos reais das decisões dos políticos, escondidas do público, face aos motivos invocados publicamente o que prenunciam meias-mentiras e, também aqui nada de novo pois os comentadores e críticos não fazem outra coisa senão analizar em público e voz alta o que são disfarces dos vários possíveis reais fundamentos que estão por detrás e são mola que determinam os políticos.
E diga-se, para avivar branqueamentos, que tal sucede apenas e só nas democracias que respeitam, quanto pode os assuntos de Estado, a liberdade individual incluindo a liberdade de falar e publicar o pensamento. A coragem do senhor Assange não ultrapassa a fronteira da democracia e liberdade de imprensa, muito pouca valentia é actuar onde previamente sabe ter garantida a proteção legal e, sobretudo, prevê como certo tirar elevado lucro pessoal imediato pela "entrega" do material agora e no futuro pela exploração comercial da notoriedade perseguida e alcançada. Coragem mesmo era conseguir obter dados sobre regimes obscuros cuja política interna e externa é oculta sob um verdadeiro mistério de quais são as verddeiras intenções face ao mundo actual.
Dito isto, quando se fala de jornalismo e em liberdade de imprensa, neste caso, está-se a falar de quê? Assange não publicou, ele próprio directamente na net ou no papel com sua assinatura, o material que tinha em mão exercendo o seu direito de publicar como jornalista livre. Nada disso, foi "entregar" o material a cinco ricos e famosos jornais do mundo democrático e estes criaram uma câmara especial no "El País" para manipular, à sucapa da redacção, o tratamento jornalístico do material "posto" à sua disposição. A "notícia" saída, filtrada, tratada, contextualizada e montada segundo o primado do interesse do jornal como meio económico e orgão financeiro para gerar lucro, que só por acaso coincide com o interesse do jornalismo, tem a ver com liberdade de imprensa ou com comércio-negócio puro e duro?
O mundo dos interesses, politico-económicos, pouco muda e quando algo é obrigado a mudar é para que tudo fique na mesma. O que Assange quer mostrar sobre a batotice dos políticos no mundo da política é precisamente a mesma batotice que ele faz usando a "sua política pessoal" no mundo jornalístico. Os políticos mascaram interesses de Estado, partidários ou pessoais com o interesse geral, o jornalista mascara o interesse pessoal com a liberdade de expressão e o direito de informar o público em geral. Em qualquer dos casos invoca-se o interesse geral mas, no fundo, quem é sempre verdadeiramente enganado é precisamente o público e o interesse geral.

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terça-feira, dezembro 21, 2010

CAMARATE ATÉ À VERDADE


Ouvi na tv no dia 10 passado, o chefe de bancada parlamentar do CDS, com aquele seu som oco e dizer aos solavancos, que:
" todos os inquéritos feitos até hoje foram sempre no caminho de apurar mais um pouco da verdade" .
Topam, o homem conhece o caminho para a verdade. Logo, far-se-ão mais uma, ou duas, ou três "Comissões de Inquérito", ou as que forem necessárias para atingir o fim do tal caminho onde a verdade sua conhecida será desvendada e revelada ao mundo.
Todos os inquéritos, sempre no mesmo caminho e sentido que o deputado credita verdadeiro, deverão acrescentar mais uns pós no caminho da verdade palpitada. Um dia, num qualquer século futuro, hão-de lá chegar. Então a honra estará salva e a estátua do seu herói mártir santo estará garantida.

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terça-feira, dezembro 14, 2010

MARX AINDA SOBREVIVE


Marx fez todo o seu percurso de crítica ao capitalismo através do que ele propunha serem as suas várias contradições internas inerentes ao sistema, a partir do que designou como sua contradição essêncial e mãe de todas as outras: A insanável contradição mãe, nascia do facto de os meios de produção, do patrão, terem carácter individual enquanto a produção feita pelos operários, tinha carácter social.
Entretanto, o capitalismo no século e meio passados, evoluiu em muitos sentidos não previstos por Marx, contudo contradições indignas semelhantes mantêm-se.
Veja-se esta:

Os gestores, representantes dos patrões, ganham e recebem prémios de acordo com objectivos e resultados pessoais obtidos na empresa, enquanto os trabalhadores recebem de acordo com a produtividade e inflação geral obtida pelo conjunto da sociedade.

A solução de um problema mãe mal resolvido deixa rasto de uma dúzia de pequenos problemas filhos, e a solução do problema filho deixa outros tantos, novamente mais pequenos, de problemas netos e sucessivamente até serem práticamente imperceptíveis. Até que uma qualquer crise os destapa e faz deles, outra vez, um problema mãe.

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sábado, dezembro 11, 2010

QUATRO ANOS VÃO...


Quatro anos vão, presença
constante, uma cabeça
vertical ao alto avessa
ao mito ao fito, que pensa
pela própria, pela leitura
que vale, que comenta,
que compara, que isenta
risca e riscará de impostura
limpo, de mesa e ementa
sua, enquanto tempo dura.

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quarta-feira, dezembro 08, 2010

PARECERES, COMENTARISTAS.

OS PORTUGUESES SABEM MAIS E JÁ NÃO SE DEIXAM ENGANAR

Tem vindo a lume que comentadores desportivos de TV auferem por tal serviço, de entre dois mil e cinco mil euros mensais. Também se sabe que políticos no activo são comentadores a dois mil euros/mês e certamente, outros que fingem-se desactivados, terão cheques bem mais gordos.
Talvez, por imitação de alguns árbitros que apitam penalties por compensação, o Rui Moreira voltou a ser chamado, agora como comentador político. E se cada vez são mais os comentadoeres desportivos que metem, pelo meio da bolagogia, buchas políticas de cariz descaradamente partidárias, porque razão o R. Moreira não havia de nos vir descrever causas e consequências dos acontecimentos passados, que é a sua especialidade?
Mas o real motivo que preocupa a minha ideia é o facto de esses mesmos comentadores, hoje em dia terem sempre na boca, como saliva do dia, uma feroz crítica ao despezismo do Estado com a contratação de "pareceres" fora do mesmo Estado. A questão é: porque não se lembram de usar de igual critério com as tv que os contratam? Também aqui podemos comentar, tal como esses comentadores relativamente ao Estado, se nas redacções douradas das tv não existem jornalistas capazes de comentar notícias da política ou da bola, quando são, precisamente, especializados nessas matérias. E até são bem pagos nas redacções por serem bons especialistas.
Mas, claro que se o especialista criar um programa e chamar os amigos para democratizar a mesa da assembleia opinativa, logo obterá o ar de "chefe" com o seu poderzinho de contratação próprio.
Não é por acaso que os nossos olhos estão dirigidos para fora e topam fácilmente tudo o que nos é exterior, e o nosso pensamento existencial se ocupa sobretudo da vidinha própria.

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sexta-feira, dezembro 03, 2010

INDIVIDUALIDADE, SOCIEDADE, LIBERDADE


Lê-se nos jornais que:

Havana autorizou a abertura de pequenos negócios em 178 tipos de actividades, incluindo profissões como mecânico, jardineiro, encadernador, vendedor de frutas e legumes, relojoeiro, palhaço e contabilista. Estas medidas visam aligeirar o efeito do desaparecimento de 500 mil postos de trabalho na função pública, uma de várias medidas de austeridade aprovadas no Congresso do Partido Comunista, em Abril.»
Há tempos tinham falado, os jornais, da privatização dos barbeiros e quiosques de gelados e que também o governo de Havana havia mandado criar juntas de bois dada a falta de dinheiro para comprar tratores.

Também nos jornais se tinha lido há dias que Fidel Castro aprovava, sem dúvidas, as medidas do irmão acerca destas pequenas privatizações face ao descalabro e miséria da economia cubana, e desabafara desiludido, mais ou menos o seguinte(cito de memória): nós pensávamos que sabíamos o que era o socialismo e quais as medidas certas (científicas?) para implantá-lo facilmente numa sociedade capitalista.

Por cá, elites livrescas de fino recorte existêncial burguês, que acerca do socialismo não evoluiram uma palha para lá da cartilha proféctica vulgarizada de Marx, da pretenciosa sociologia científica de Engels e da teoria anti-democrática da tomada do Estado de Lenin, fazendo-se passar por proletários através do discurso crítico sob a visão moral marxista, sempre de grande efeito fácil atractivo, quando sobre as contradições da acção política do dia a dia que, obrigatória e inescapavelmente, se tem de mover e sobreviver no interior do imbrincado novelo de relações de força e interesses internos e externos e que são a pedra de toque do regime democrático, arregimentam tais elites, massas de trabalhadores de colarinho branco nas quais vêem, tomam e tentam organizar como se fôra a nova classe de proletários ao serviço da elite, vanguarda, guia e educadora da classe, para a tomada revolucionária do poder.

Foi o "socialismo real" da URSS que em 1989 caiu de podre simbolizado pelo derrube do muro de Berlim, foi o "maoismo" socialismo real ultra-radical que virou paulatinamente no capitalismo mais desumano do planeta(semelhante ao mesmo que Marx tinha contemplado em Inglaterra na primeira industrialização) e lhe dera inspiração para a formulação crítica da história económica e o seu sistema sócio-ideológico, foi a experiência de Pol Pot, um verdadeiro holocausto em sacrifício de mais uma ideia científica cobaia para instalar o verdadeiro "socialismo real", é na Coreia do Norte que está instalada outra aberrante forma de "socialismo real" onde um regime ultra-despótico mantem um exército mostruoso que consome tudo e é usado ao limite do confronto nuclear como forma de mendigar esmola junto dos países ricos, enquanto o resto da população morre à fome ou vive para sobreviver como num goulag, e é agora o modelo existente de "socialismo real" cubano que a própria nomenclatura, ao mais alto nível, começa a dizer ao mundo que falhou, contrariando a tese propalada de que era tudo culpa do embargo norte americano.

Apesar das evidências históricas de maus resultados e sofrimentos infligidos às massas de população desses países que experimentaram o "socialismo real", por cá não desarmam as tais elites que prometem remédio para todos os males sociais, precisamente, pela aplicação de receitas à base de doses, mais ou menos maçiças, de "socialismo real".
Servindo-se fraudulentamente da atracção e fascínio que a moral igualitarista suscita sobre as camadas mais atrazadas das populações, usam e abusam da oferta, já para amanhã, dessa utopia igualitária para esconderem que o percurso para tal desígnio vai directo ao igulitarismo na servidão.

O "socialismo real" ao coartar os homens de elememtares liberdades individuais castra-os da livre iniciativa individual e do racional conflito de ideias entre sí, chama humana que ilumina e donde brota a capacidade criativa dos homens. A falta de liberdade é o caminho em linha reta para a amputação de uma essencial condição humana: a idividualidade.
Sim, porque o homem livre contém inerentemente duas essencialidades que interagem dialécticamente: a interior ou componente individual e a exterior ou componente social. Se uma delas é aniquilada o homem fica refém da outra: amputado da sua individualidade fica servo do exterior social e vice-versa.

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quarta-feira, dezembro 01, 2010

NA WIKILEAKS É TUDO EM GRANDE

Já pensaram quantos "crimes de atentados ao estado de direito", não teriam descoberto e imputado os magistrados de Aveiro, a presidentes, primeiros ministro, ministros, reis, secretários de estado, etc., do mundo inteiro, caso tivessem sido eles a caçar a documentação ou escutar as conversas que a Wikileaks vem divulgando?
É uma pena terem um país tão pequenino e sujo para mãos limpas tamanho de limpar o mundo.

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