sexta-feira, setembro 30, 2011

A RASIA DOS RASOS


O ódio irracional destes governantes ao anterior PM é um vício a caminho da loucura. Sendo uns cabeçudos rasos mentais e incapacitados de qualquer pensamento inovador, continuam actuando por oposição odiosa ao que Sócrates concebeu, planeou e pôs em marcha. Obstinados em querer dar razão ao seu ódio pessoal pela obra pensada e iniciada pelo anterior governo, actuam como terroristas homens-bomba de fazer explodir e arrasar toda e qualquer obra em curso ou sob o primado do ser homem-borracha para "apagar", "riscar" ou "rasgar" todo e qualquer projecto de obra planeada e boa para alevantar o país do raso.
E o mal pior é que sendo esta gente de uma fúria destruidora imparável, o que é uma forma de ser boçal primitivo, esgota-se totalmente nessa tarefa negativa de arrasar, parar, fechar, acabar, rasurar, apequenar, amaneirar, diminuir, sem contrapartida de criar algo que nos surpreenda ou nos faça gostar de ser portugueses.
Numa razia feita por rasos nada pode estar acima do raso.

Sem qualquer explicação técnica, estudo económico-financeiro ou outro fundamento forte que sustente tais mudanças, variações e paralizações, percebe-se à légua que o objectivo é apagar tudo o que foi emblemático e começava a colocar Portugal sob o olhar do mundo, por cometimentos inovadores com visão de futuro.

Agora chegou a vez de alterar, mudar, amesquinhar, vulgarizar o projecto para abrigar o Museu dos Coches.

Ontem foi a vez de acabar com o computador "magalhães" para as crianças escolares. A sanha é tanta que há quem quase proponha mandar fechar o fabricante português, esse malandro que colaborou com Sócrates na tentativa de colocar alguma igualdade entre crianças pobres e ricas face a essa ferramenta imprescindível hoje e mais ainda no futuro. O aristofaneszeco pachecal pereira e o tresloucado mentor de merceeiro barreto antónio, já podem dormir descansados acerca da futura saúde mental das suas zelosamente protegidas criançinhas.

Ante-ontem, de repente, repararam que iam ser atribuidos uns prémios aos melhores alunos de várias escolas, um prémio iniciado há anos por iniciativa do governo anterior.
Alto e pára o baile, qual prémio qual carapuça, nada disso, que um prémio com tal autoria só pode ser obra do diabo para enganar as crianças. Que os premiados façam doação aos pobrezinhos das ditas escolas, manda a cratinice do crato.

As obras de requalificação das antigas escolas e liceus, uma quase exigência dos próprios hoje no governo, é para parar e voltar a remendar os projectos e rasurá-los à medida das suas mentes mesquinhas e rasas. Que as obras pensadas e projectadas têm alma demais para o que deve ser e manter-se como a alma lusa a bem da tradição do histórico deprimido homem português.

As creches para miúdos, os lares para terceira idade, as salas das escolas e de serviços continuados já foram todas reavaliadas pela justa medida destes governantes: como o homem é a medida de todas as coisas, segundo Protágoras e não Sócrates, então como estes homens do governo são pequeninos e eles medem tudo segundo sua rasa estatura, então nesses espaços incomensuráveis para tão pequena gente, cabem quase tantos quantos convém e eles quiserem.
Soluções à la carte e à la minute, é mato.

O TGV, pela bitola de medida do actual governo tem de passar a tgv de velocidade razoável, um conceito altamente inovador.
Neste caso, depois de anos a alegar razões e saberes incontornáveis para a sua não construção e do absurdo e teimosia de Sócrates em defendê-lo, eis senão que chegada a hora da verdade não sabem minimamente o que fazer com o caso: andam às apalpadelas no túnel à espera que surja uma luz que os salve da humilhação de darem razão a Sócrates.

Outro tanto se passa com a célebre TSU que fora objecto de estudo, entre pelo menos tantos como os antigos afamados sete sábios gregos. Agora, depois da propagandeada megalomana medida que ia resolver automaticamente a economia do país, postos perante a sua aplicação prática o governo, voltando a medir a medida pela pequenez própria, prepara-se para propôr uma tsu rasinha e gostaria mesmo de apagá-la do acordo troikista.

Riram alarvemente e à fartasana e bateram palmas, e proclamaram vitória em toda a comunicação e gritaram nos comícios porque tinham ganho o debate pré-eleições porque, como viram, Sócrates não tinha uma resposta pronta para o caso da TSU.
E mesmo quando já em vésperas de passar a pasta, Sócrates voltou a dizer que a aplicação de tal medida, que fôra bandeira do negociante catroga por parte do psd, era um assunto de solução muito complicada na prática, voltou a haver gargalhada geral na plateia gabiru porque, "era notória a falta de estudo e preparação do PM nesta matéria, como de resto o foi em tudo o mais que fez ", segundo sentença dos sábios gabirus do psd.

Constata-se hoje, e cada dia que passa mais evidente se torna, que transformar a opinião pública ao ponto de a sintonizar com a mentira e a alarvidade é um logro que abre os olhos de espanto e ofende a gente honesta e portanto não pode durar muito.

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segunda-feira, setembro 19, 2011

JOSÉ CRISTINO, O CONTÍNUO "CRISTINA" E Ti CRISTINA "O EMPREGADO D' ESTADO"


LICEU CENTRAL DE FARO, ANOS' 50

Depois de seu nascimento em 1836 como Liceu Nacional de Faro e oficializado em 1851 por D. Maria II, passou a designar-se em 1911 de Liceu Central de Faro e em 1929 de Liceu de João de Deus, ao mesmo tempo que ia crescendo e mudando de instalações.
Em 1941 é decidido construir, para visibilidade da grandeza do "Estado Novo", no Alto de Santo António, um grande, moderno e vistoso edifício para albergar o centenário Liceu criado em 1836. Inaugurado em 28 de Abril de 1948, o novo e monumental edifício abraçando e olhando a Cidade lá do Alto do santo e António, foi baptizado de novo como"Liceu Central de Faro".
De registar que este invulgar edifício para a época, foi construido com brilho técnico pelo empreiteiro de obras públicas Eduardo Pinto Contreiras, um ilustre gorjonense, aluno continuador da escola de "empreiteiros de estradas" criada por seu avô e parentes do Estanco nos Gorjões.


Para a equipa de "contínuos" do Liceu acabado de inaugurar, comandados pelo chefe Paulino, entra o nosso conterrâneo gorjonense Sr. José Cristino, logo no início dos anos cinquenta baptizado, reconhecido e apontado pelos alunos como " O Cristina".


Sempre direito e impecável, quer envergando a sua farda de cotim ou de gala com as suas estrelas, botões e escudo nacional dourados bem à vista na farda e boné oficial, o contínuo "Cristina" marcava a sua autoridade e respeito só pela sua presença junto dos alunos. Talvez imitando o severo reitor Ascenso, também ele andava pausadamente, muito direito, mãos atrás das costas e cabeça levantada para tornar visível aos alunos a sua figura investida de uma autoridade que era para ser respeitada completamente.
E, realmente, os alunos num misto de medo e respeito, onde se apresentava "O Cristina" logo, qualquer indisciplina de comportamento à severa regulamentação não escrita mas duramente aplicada e sentida, terminava sem que o nosso contínuo precisasse de abrir a boca ou fazer um gesto: o ambiente social repressivo da época aliado do seu ar sério e pose ríspida faziam imperar a disciplina nos corredores e recreios.


Contudo, " O Cristina", que cultivava o uso de uma máscara de pessoa dura para pôr em respeito os alunos, era na verdade um homem que não fazia mal a uma mosca. Bastava-lhe a exibição dessa máscara de "cara de ferro" para obter o resultado eficiente de obediência a que era obrigado pelo patrão Estado.
Muitas vezes, observando atentamente, depois de imposta a boa ordem pela sua presença, raramente não se via no seu rosto um sorriso maroto seguido de uma observação benevolente para com os alunos "garotos cheios de malícia". Sendo o contínuo responsável pelo laboratório de Física ou Quimica, ajudava outro mausão "cara de ferro", o professor Pestana de Olhão, nas experiências de Torricelli sobre pressão atmosférica, sobre vácuo ou combustão e outras, e nesses momentos de ajuntamento e curiosidade dos alunos, brincava e trocava palavras de simpatia e bondade com eles, demonstrando-lhes afecto e amizade.


O mesmo se passava nos Gorjões, sua terra natal e onde sempre residiu. Conhecido como "Empregado d' Estado" pelos gorjonenses, fazia gala de nas tardes de Verão fardado a preceito e puxando com uma mão a sua velha pasteleira, passar a pé frente ao povo local reunido na rua junto das tabernas bebendo ou jogando às cartas, metido na pele de um ar acima de trabalhador rural, mais por força do hábito que por sobranceria, e respeitosamente cumprimentava todos e por todos era igualmente considerado e respeitado.
Nesse momento ao seu rosto assomava um sorriso quase imperceptível de felicidade que se percebia, lhe inundava a alma.
O povo todo do Lugar de Gorjões, novos e velhos, conheciam a sua história de luta honesta feita de força de vontade e resistência contra a adversidade quando, de sete filhos nascidos apenas sobreviveram dois, e mais tarde a coragem de aprender a ler e escrever como adulto e auto-didata para poder vir a ser contínuo e "Empregado d'Estado", com emprego e ordenado certo.

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terça-feira, setembro 13, 2011

TV DE FIGURANTES

RICARDO PAULA(do Hoje há Conquilhas)
Em tempo de austeridade que raio de tv foi fazer para NY o grande romancista-locutor-actor-fingidor, j.r. dos santos? Para informar os portugueses sobre as notícias que os americanos transmitiam para o mundo acerca do 11 Setembro? Para fazer o espectáculo habitual e já abusivamente costumeiro e ridículo de se colocar frente ou sobre o local do evento e relatar, futebolisticamente, o que estamos vendo ou inventando histórias sobre o que não vemos e não percebemos do que fala?
Ao vazio de jornalismo sem opinião e mensagem própria que relacione os factos e nos faça perceber o passado e deste tirar ideias que nos façam entender a cerimónia face ao futuro possível, os nossos jornalistas atacam a matéria noticiosa como um relato de futebol: encenando emoções através do rosto, dramatizando pela fala e trejeitos a notícia, exibindo-se como actores quando não passam de figurantes.
Já era assim quando Judite, cara de pássaro, se exibia no Paquistão num sermão frente às montanhas, "aquelas alí em frente para lá das quais estão os talibãs, estão a ver?" Depois a escola continuou com as reportagens de guerra feita dos altos dos hotéis previamente "preservados " dos ataques. Recentemente o daniel vice-director fala-barato à velocidade da luz, foi para o Japão com a mesma táctica e foi um flop completo: os japoneses não lhe ligavam pívia e ele alcandorado em cima das ruinas da catástrofe a tentar fazer render a desgraça alheia. Teve de meter as câmaras no saco e voltar a sete pés. Antes tinha havido a aplicação da mesma receita vergonhosa sobre os escombros, mortos e desaparecidos na Madeira.
Neste tempo de misérias a tv pode dar-se ao luxo de montar tenda para fazer um telejornal a partir de NY com uma equipa completa e ajudantes, só para dar-se ares de grande reportagem?
Meus caros, se querem passear-se por NY façam-no mas não nos queiram fazer passar por parvos.

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