terça-feira, abril 24, 2018

CRCG, COMEMORAÇÕES 25A 2018

terça-feira, abril 10, 2018

REVISTA LÓGOS Nº 2

No próximo dia 15 de Abril às 16H45, no Salão da antiga SRG, Sociedade Recreativa Gorjonense dar-se-á o lançamento do livro de Noémio Ramos que constitui o 2º número da Revista LÓGOS.
Revista de crítica literária e poesia que pretende incentivar o debate público, alargando-o o mais possível, incidindo sobre a peça de teatro em si mesmo, o seu texto e a sua encenação: a forma, sentido, significados, interpretações.
Num encontro onde se pretende dispensar as Lições de Cátedra privilegiando preparar e distribuir o debate com os ouvintes.
A peça teatral em debate será  o AUTO DAS BARCAS de Gil Vicente a qual sua 1ª representação fez 500 anos no recém passado ano de 2017. 

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segunda-feira, abril 09, 2018

EM MEMÓRIA DO NOVE DE ABRIL DE 1918

José Pinto Contreiras mobilizado pelo CEP embarcou em Lisboa a 25 de Junho de 1917 para a Flandres francesa como Soldado e promovido a 1º Cabo Observador em Setembro de 1917 foi colocado no Q.G.B. em Fevereiro de 1918.
Em Novembro de 1917 enviou de Flandres um postal com a foto abaixo fardado a preceito na sua qualidade de 1º Cabo Observador.
Após a grande derrocada da frente portuguesa no 09Abr1918 é colocado em Hendaya em Junho de de 1918 e incumbido de escoltar três desertores portugueses deixou fugir um deles no Metro de Paris pelo qual apanhou dez dias de prisão disciplinar que cumpriu integralmente.
Foi repatriado em Junho de 1919.  

FOTO ENVIADA DE FLANDRES EM NOVEMBRO DE 1917

DOCUMENTO REGISTO DO 'BOLETIM INDIVIDUAAL' DO C.E.P. 

INSCRIÇÃO NO REVERSO DE UMA MOEDA DE FRANCO FRANCÊS ÚNICA "RECORDAÇÃO DE GUERRA" TRAZIDA COMO MEMÓRIA DESSE TEMPO

Excertos do livro "A Malta das Trincheiras" de André Brun, Comandante do Bat. 23 e herói da guerra 1914/18, dão-nos uma ideia realista do que era e foram os dias duros desses tempos de guerra passados nas trincheiras às intempéries da chuva e neve mal enroupados e alimentados.

Assim, nos primeiros dias:
- Afizemo-nos à lama pelo joelho, aos charcos de água barrenta, aos dugouts, ás visitas do general, aos morteiros de todo o tamanho...-. 
- Aquela espada, que alguns sonhavam brandir em arrancadas de glória,foi substituído por um cacete nodoso em que se amparavam os nossos passos sobre as passadeiras viscosas e com que se enxotavam os ratos.

A 09Abr2018:
- De súbito a artilharia desperta ao longe. O seu rumor avoluma-se e torna-se dentro em pouco como o marulhar de uma onda brava batendo a rocha sem descanso-.
- Temos a impressão de que cousas formidáveis se estão passando. As horas vão decorrendo sem que aquele furacão abrande.Os nossos ouvidos afeitos a tais tempestades reconhecem que esta é a maior de todas-.
-Começam a chegar outras novas. O desastre é maior. Os boches estão em Vieille Chapelle, o outro extremo do front que defendiamos desde Junho do ano passado. É todo o Corpo Expedicionário repelido.
- Todos aqueles que, nos últimos dias , tínhamos reflectido na precipitação das nossas deslocações, febrilmente executadas desde que a insubordinação começara lavrando em tropas inutilmente sacrificadas nos últimos tempos, olhávamos mudamente uns para os outros, aterrados pela rápida confirmação de todos os nossos receios -.   

José Pinto Contreiras nunca falou com a família acerca da guerra nas trincheiras ou fora delas na sua passagem pelas cidades e aldeias de França. Nunca contou qualquer história passada consigo ou entre outros expedicionários durante a sua passagem pela 1ª Grande Guerra, o maior acontecimento mundial até à data.
Mas recordo ter ouvido ele dizer, era eu garoto, falando com antigos seus camaradas das trincheiras durante uma das Festas comemorativas que se realizavam todos os 9Abril de cada ano aqui nos Gorjões, acerca da má alimentação das tropas portuguesas que "quando se apanhava uma ratazana grande e gorda era um petisco e uma festa na trincheira".
Parece que numa primeira fase inicial ainda o bordão nodoso servia para enxotar os ratos mas por fim teria sido precioso para os matar e comer.
Muito provavelmente a "insubordinação" de que fala André Brun teve origem na incapacidade dos Comandos manterem os Soldados em boas condições de alimentação, fardamento, alojamento e descanso o que levou à quebra total do moral para combate e depois à insubordinação.
E por fim à tragédia que foi a nossa pequena participação na Grande Guerra.  

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sexta-feira, abril 06, 2018

UM TORPEDO NO PACHECO

Finalmente algo inesperado aconteceu de inabitual na habitual amena cavaqueira semanal na quadripartida "quadratura".
Pacheco, o bonzo maior dos falhados políticos portugueses foi atingido na mouche daquilo que foi sempre o fundo da sua actuação falhada na política portuguesa.
Jorge Coelho, o que repete sempre ter uma admiração e respeito enorme sobre aqueles que tece comentários quaisquer que sejam eles incluindo os seus amigos presentes no programa, quando Pacheco argumentava que sempre fora e porque era contra o apoio do Estado à cultura saiu-se, inesperadamente, com um argumento que retrata fielmente o passado de falhado político que sempre foi e continua sendo Pacheco Pereira.
E que disse Jorge Coelho sorridente e diplomático: - Ora aí está como eu compreendo bem agora a política cultural de Rui Rio no Porto, pois tinha como ideólogo cultural o seu amigo e apoiante dedicado Pacheco Pereira -. 
O Pacheco apanha papéis nacional, para fingir que é historiador moderno, sentiu-se apanhado no seu cerne político e ficou de face alaranjada.
Pois Rui Rio como Presidente do Município foi uma seca cultural para a capital do Norte. Todas as iniciativas de cariz cultural que tomou foram sempre contra os agentes culturais e reduziu o Porto quase à estaca zero cultural. Todos nos lembramos dos artistas barricados no seu teatro para tentarem evitar o fecho do que era a sua vida profissional e das guerras contra outras actividades culturais como na Casa da Música e no próprio museu de Serralves.
Realmente se olharmos retrospectivamente para o percurso de Pacheco temos:
Pacheco jovem como ideólogo de grupo de extrema esquerda (m-l) que falhou e ele abandonou para se refugiar no PPD/PSD.
Pacheco grande ideólogo de Cavaco e do escol da escola do cavaquistão durante décadas e note-se no que deu o cavaquismo e como terminou o próprio Cavaco: tudo no lixo da corrupção.
Pacheco amigo e colaborador directo de Duarte Lima o tal que subiu vestido de Adão no paraíso ao paraíso dos milionários mundanos feitos supersonicamente, e outras escroquerias conhecidas ainda piores cometidas sob as barbas do Pacheco sem que este desse por nada quando depois até viu as armas de destruição maciça no Iraque tão longe da vista.
Pacheco amigo e apoiante de Rui Rio no Porto, idem, idem acerca de Graça Moura o parasita-mor do reino que requeria ao partido o maior cadeirão e gabinete dourado disponível para trabalhar em nome individual e para si próprio à conta do Estado. 
Pacheco ideólogo amigo e apoiante de Manuela Ferreira Leite, outra que puxava da pistola mal ouvia falar em cultura e também política falhada que até pedia seis meses de suspensão da Democracia para aplicar o seu programa de governo "democrático"
E para fechar em beleza vemos Pacheco como ideólogo a apoiar Durão Barroso colaboracionista na guerra contra o Iraque que também apoiou na escroqueria que já havia revelado ser como PM de Portugal e depois se tornou o mais internacional dos escroques mundiais ao chegar a presidente da UE. E tudo a troco de um lugar prometido como Embaixador na OCDE em Paris.
Um passado triste e infeliz para Portugal que tanto lhe pagou a troco de nada ou pior ainda pois fora melhor que nada tivesse feito.
Nesta "quadratura" nem o seu amigo retórico sofista Xavier, o auto-convencido sábio explicador das boas éticas e morais políticas que são sempre de acordo com as do CDS, dizia, nem o Xavier o apoiou e o Pacheco ficou de cara de pau alaranjado.
Actualmente, tão calejado de falhanços políticos e já muito sob observação desconfiada do povo não ignorante teme aparecer ao lado de Rio nesta sua nova fase de candidato a PM.
Ou Rio não quer por perto a criatura que mais falhanço ideológico produziu neste país.

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quarta-feira, abril 04, 2018

FESTA DAS TOCHAS FLORIDAS 2018

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Esta "procissão" inédita em termos religiosos cristãos pode ter milhentas interpretações a partir do que foi o seu registo há cem ou duzentos anos e é agora. Contudo teremos de ir muito mais atrás na história quando na Grécia arcaica se realizavam festas de um cariz e natureza com algumas características desta festa das tochas floridas.
Tratava-se das "festas dionisíacas" consagradas ao culto do deus do vinho Diónisos (Baco) na sua forma primitiva. Mas Diónisos era primeiramente deus da fertilidade agreste que tinha como símbolos vegetais a hera e a videira. Era por isso o deus do vinho que alterava as consciências e por tal pressupunha a intervenção de uma divindade.
O cortejo dionisíaco era um fenómeno de massas contagiante composto pelo grupo dos Sátiros encharcados de vinho que cantavam os "ditirambos" e o grupo de mulheres, as ménades ou bacantes, que empunhavam as suas "tochas floridas" chamadas tíaso. O conjunto da festa formava uma manifestação colectiva de delírio a que ninguém era indiferente.
Estas festas deram origem ao nascimento do teatro original e a inultrapassáveis tragediógrafos cujas peças eram representadas em concurso, precisamente, na festa da grande dionísica.
Nesta festa o cântico dos homens ainda se assemelha ao que seria o cântico dos ditirambos pelos sátiros.
O culto da fertilidade agreste ainda se revê na ida ao campo agreste da serra fértil apanhar canastras de lindas e belas flores silvestres para enfeitar as ruas e as tochas floridas transportadas pelos homens.
Também quanto ao vinho para ajudar na euforia dos cânticos, em conjunto de grupos, os homens transportam escondidos nas algibeiras frascos adequados cheios, não de vinho, mas de aguardente de medronho, outra preciosidade devida à fertilidade agreste da serra algarvia.
Também, ainda, das tochas floridas se pode dizer que são a representação do tíaso dos tempos arcaicos que eram o símbolo devoto das bacantes. 
Sintomaticamente a integração da festa pela religiosidade católica transformou a festa grega arcaica, dedicada ao culto da fertilidade da terra, num culto ao nosso Cristo ressuscitado. E as mulheres, como em toda a ordem hierárquica da igreja, passaram a desempenhar um papel secundário.
Mas, para se manter contagiante de multidões, os ingredientes de "festa" arcaica grega mantêm-se de forma disfarçada.      

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