segunda-feira, março 30, 2009

MARAFAÇÕES LXXIII

1. SOMBRAS
Que deve chamar-se a uma mensagem filmada que se quer prova decisiva e depois mostra apenas sombras negras a dizer um texto?
Ainda é preciso mais provas vivas de sombras falantes para ver donde vem a campamha negra?

2. O APRENDIZ QUER BATER O MESTRE
Eduardo Moniz, o aprendiz de Rangel o tal que nos tempos aureos sic afirmava que se quizesse elegia o Presidente, faz seu desejo obstinado mostrar que tem poder e é capaz de levar à prática o feito que o mestre sómente foi capaz de insinuar ter poder para. Neste caso o poder de demitir o Primeiro Ministro. O aprendiz, como quase sempre na história, bate-se por bater o mestre.
O Presidente, que não se cansa de perguntar pelas contas custo-benefício das grandes obras, explicando para criancinhas o que são custos e são benefícios numa obra de estrada, deveria igualmente perguntar (e os portugueses) pelas contas de custo-benefício entre os serviços; educação via escolas públicas versus deseducação via tvi.
Sendo o custo da escolarização um dos maiores e com mais fracos resultados custo-benefício, dever-se-ia estudar e medir qual o impacto no custo da educação na nossa juventude, causado pela permanente pimbalhice deseducativa da programação tvi. Sem esquecer a taxa de influência e respectivos custos, no nível de delinquência e banditagem diária, directa ou indirectamente associada a tal nefasta escola televisiva. De cloaca aberta horas e horas diariamente, o que de lá sai apaga grande parte do que ensina a escola pública aos alunos do país além de corromper os bons costumes do povo.

Adenda.
Precisando, Rangel disse: "se quizer vendo um Presidente como vendo um sabonete"

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sábado, março 28, 2009

ENFIM O DVD


Finalmente a tvi saltou com o dvd que tinha guardado como arma letal na guerra total declarada pelo "grande educador do povo tvi" e marido da boca de rola.
Mas pôem-se duas questões:
1) Porque carga de água um administrador se propôe filmar uma reunião de pessoas e depois só filma sombras?
2) E depois sobre as sombras das figuras "filma" um texto de perguntas e respostas tão exactamente precisas e directas para incriminar tim-tim por tim-tim um nome de pessoa?
Um "director de filmagem" que tem o cuidado de não cuidar da imagem mas cuida tão cuidadosamente do diálogo, mais parece que dirigiu um sketch com guião escrito.

Como diria logo o Loução: aqui há marosca.

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sexta-feira, março 27, 2009

DETERMINISMO E RUPTURA

É UMA IMPOSSIBILIDADE
Libertarianismo e livre arbítrio será uma procura constante dos humanos actuais num apelo, agora cada vez mais racional e intelectual, de recuperar míticas liberdades havidas no primitivismo bárbaro original? De forma nenhuma, nem existiram alguma vez tais extremas liberdades originárias para que possa haver agora a ideia racional e cultural de um regresso a tal possibilidade.
A lei natural e universal a quem ninguém escapa é determinista, é a da liberdade encaminhada, mais ou menos direcionada, sinalizada e balizada. É a lei que permite palmilhar abrindo-o, sem dar-se por isso, um caminho imensamente largo, tão largo que não se dá pelas barreiras muradas dele, mas sem desvios ou escapatórias possíveis, pelo qual segue imparável a marcha da mole humana. O livre arbítrio é a lei individual, é a liberdade pessoal inerente e possível dentro desse caminho largo que a humanidade vai abrindo, sob a lei do determinismo evolucionista global envolvente, num processo não pré-concebido mas necessáriamente concebendo-se caminhando. O determinismo é conduzir numa auto-estrada de várias faixas de rodagem; não se pode mais sair dela, mas é do livre arbítrio escolher a velocidade, a faixa, a ultrapassagem, apitar, acender as luzes, etc. E se o livre arbítrio do indivíduo condutor quiser inverter a marcha também o pode fazer mas sujeita-se ao acidente grave ou mortal.
Desde o princípio todos estamos submetidos individualmente a uma determinação fatal e inescapável, a morte. Desde o nascimento esta determinação condiciona de forma muito apertada a nossa existência: começamos por ser bebés inteiramente sujeitos ao livre arbítrio dos outros, depois rapazes continuamos em grande medida sujeitos às determinações ditadas pelos pais, escola, sexualidade, grupo, moda, cultura, etc. Homens feitos estamos sujeitos às determinações impostas pela necessidade, emprego, familia, filhos, etc. Homens adultos e culturais, temos as nossas inconformidades, protestações, desejos inflamados de todas liberdades sociais e livre arbítrios individuais, e rebelamo-nos, lutamos, estrebuchamos, unimo-nos uns contra os outros e guerreamos para mudar as coisas e o mundo, e sempre em vão. Atingimos a idade madura, e quase sábios de experiência feita, o espectro do fim ameaça a carne, desfigura aspectos e modelos, cria limitações físicas, pressiona o pensamento, torna-nos temporais, determina-nos completamente a existência. Quer nos conformemos ou tenhamos rebelias espasmódicas, já tudo nada adianta e nada há a fazer.
A determinação fatal que carregamos desde o nascimento pôe termo à nossa temporalidade individual e a massa humana global do mundo, continuamente regenerada e por conseguinte ela sim intemporal, prosseguirá abrindo os trilhos que formarão o caminho largo sem retrocessos, desvios ou escapatórias. Quem pensa que pode sair do percurso, inventando atalhos corta-caminho ou sábias receitas de artificiosa engenharia social, para interromper abruptamente o sentido do caminho humano de milhões de anos e inaugurar um novo caminho directo à felicidade, engana-se e fará quem o seguir bater com a cabeça num beco social desgraçado e intransponível. E retornará inevitavelmente ao ponto de ruptura, para reiniciar a caminhada conjunta e prosseguir a sua contribuição no desenhar do traçado da marcha humana que é uma linha sem descontinuidades, sem representação matemática, inequacionável. O determinismo não consente rupturas.

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quarta-feira, março 25, 2009

ELEIÇÕES EUROPEIAS


E O PSD
Pelos média ainda não se conhece o cabeça de lista do PSD às próximas eleiçoes europeias. Dada a instabilidade proveniente da existência de três nuances políticas dentro no partido, compreende-se que a escolha do candidato cabeça de lista seja um caso complicado; conciliar três opiniões vá lá, mas conciliar três interesses de grupo torna-se bicudo.
O que me espanta nisto, contudo, é que eu pensava que o PSD tinha à partida um cabeça de lista "natural" para esta eleição, e deste modo era o partido sem problemas neste assunto. Falo, claro, de Graça Moura o indefectível cavaquista e sempre ao lado do líder de serviço. Este homem está em Bruxelas há dois mandatos ao serviço do partido, será que não tem experiência mais que suficiente? Ou que não tem capacidade intelectual e política para capitaner a futura equipa parlamentar?
Impossivel questionar quem tem anos e anos de traquejo nos corredores, ruas, cafés, bares, hotéis, museus, exposições e livrarias de Bruxelas e arredores sem uma única queixa de falhanço, indisponibilidade, inconformidade, incompetência ou comparência. Portanto por este lado nada a apontar. Igualmente, a quem leva a vida como escritor, poeta, tradutor, cronista regular de jornais e revistas, conferencista, apresentador de livros seus e outros autores amigos, pensador político doutrinário do carneirismo, do cavaquismo, do mendismo e do manuelismo, será a qualquer título inacreditável não ter em conta tal insuspeito curriculo.
Ou pensarão os do actual PSD precisamente que, por tanto afazer particular do insigne e incansável eurodeputado, precisa o partido de alguém com algum tempo e dedicação ao trabalho do grupo parlamentar europeu? Ou pensará o próprio que o seu adquirido estatudo, ganho na louvaminhice descarada, lhe dá o direito definitivo de receber em grande pela Europa e trabalhar apenas em projectos pessoais de proveito próprio e, como tal não quer ser mais que apenas um entre? Ou já pensarão todos no interior do partido, como certamente muitos portugueses pensam, que basta de parasitismo?

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terça-feira, março 24, 2009

À NATÁLIA E AOS OUTROS

HOMENAGEM
Na Galeria Arade em Portimão a exposição "Gosto de Mulheres" conta-se que em 21 de Março de 1970, há 39 anos, foram julgados e condenados, Natália Correia, coordenadora, Fernando Ribeiro de Mello, editor e ainda Luis Pacheco, Mário Cerariny, Ary dos Santos, Melo e Castro, colaboradores, pela publicação da "Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica", publicada em Dezembro de 1966 pela editora Afrodite, e que havia sido proibida pela censura salazarista.
Pois em 1968 eu adquiri um exemplar da dita "Antologia" que se vendia clandestinamente em Lisboa, edição de "F. A. Edições SA, Rio de Janeiro" e " Composto e impresso na Tip. Vale Formoso".
Mulher corajosa sem papas na língua mas sobretudo sem papas no aparo e na palavra, que coadjuvada por outros igualmente corajosos, enfrentaram sem medo a política salazarista, atenta e vigilante do moralismo beato, exercida pela censura e justiçada pelos tribunais tutelados e submetidos à política da ditadura do velho Estado Novo. A todos, corajosos de ir à luta e de alma grande nos seus ofícios, esta singela homenagem de quem gosta de gente assim.

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segunda-feira, março 23, 2009

MARAFAÇÕES LXXII


PROVEDOR
Da maior normalidade que há em política, o qual é a conflitualidade entre partidos, os de fora da responsabilidade política ou por incapacidade ou incompetência, ou afastados por deslealdades, ou arredados da política por não cooptação, ou por defraudados grossos méritos auto-atribuidos, ou por muitos que estão na política activa mas agem nela, sob a perspectiva manhosa, dos falsos moralismos, todos, a uma nota só, julgam, condenam e arremessam pedras de lapidação de políticos e partidos. E a falta de vergonha maior atinge até pequenos partidos que fingem que não estão na Assembleia da República, e fazem de coitadinhos.
Está provado que o conflito de ideias é um dos motores da inovação, da descoberta, do avanço da democracia. Ora os partidos formam-se sob um ideário de denominador comum que se faz marca e côr partidária e que se torna bandeira ideológica. Se as conflitualidades e respectivas discussões, até azedas, na AdR são tidas como boas, por isso são requeridas sempre mais, porque carga de água a discussão entre partidos para escolher o Provedor é má? O choradinho é que desprestigia os políticos, a AdR, a Democracia e até o Estado e por aí fora, o fingimento não pára nem acaba.
Se está previsto na Constituição que deve ser a AdR a escolher por maioria de 2/3 o Provedor, é precisamente isso mesmo que deve ser exigido que se faça. Com muita ou pouca discussão, muita ou pouca demora, até serem obtidos os consensos e votos necessários para a eleição. O que está errado, o que é uma falsificação democrática, é que se mancomunem os dois maiores partidos para repartirem entre si o lugar, quando a lei prevê a sua eleição por votos expressos na AdR. Um Provedor assim eleito dará honorabilidade à política e o eleito será instituido de maior respeito e aceitação.
Portanto, rápidamente e sob a força da lei e hombridade política, ponha-se à votação.

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sábado, março 21, 2009

UM GOVERNO "MALFEITOR"

NUM JORNAL DOUTRINÁRIO
Desde que o "Público" apareceu este tem sido sempre o meu jornal de 1ª escolha. Já tinha lido o "Expresso" desde o 1º número e deixei-o nos anos oitenta quando me apercebi que o jornal mais condicionava a opinião do que informava. Actualmente, com o "Público", está a tornar-se insuportável a sensação de que este jornal tenta condicionar e subordinar a opinião do leitor à sua.
As notícias não são notícias, são interpretaçoes opinativas, vistas e adjectivadas através do funil do escriba de serviço. O Governo eleito pela maioria dos portugueses no pleno exercício das suas funções, para este jornal não existe ou existe apenas como um "malfeitor". Todas as notícias de medidas do executivo governamental ou são omitidas, ou são remetidas para um remoto cantinho do jornal, ou são assunto interpretado como mais uma "malfeitoria" merecedora de manchete parangónica de 1ª página com continuação nas páginas interiores onde, quase sempre, uma leitura atenta desmente a parangona. E como ramalhete de jarrão, em jeito doutrinário justificativo da "malfeitoria" governamental, vem o momento editorial de JMF. Momentos, quantas vezes, elevados ao nojento como o de ontem, onde compara misturando-os e assemelhando-os, os casos de Josef Fritzl com o caso da turma de ciganos da Escola de Barqueiros.
Onde costumo comprar os jornais, há espalhados pelas mesas o tablóide "Correio da Manhã" e o pasquim "24 Horas" e, dado que cada vez leio menos coisas do meu jornal, sobra-me tempo para olhar pelos da casa. O meu espanto é que constato que sei mais coisas sobre medidas do governo do meu país lendo estes jornais pimba que lendo o meu jornal dito de "referência". Começo a pensar qual será mais nocivo à inteligência, se a leitura fácil directa de um jornal pimba despretensioso assumido que dá as notícias digestivamente, ou a leitura de aquele outro travestido dissimulado que dá as notícias doutrináriamente.

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quinta-feira, março 19, 2009

A GAIANA E BUÑUEL



CLANDESTINAMENTE
No princípio dos anos cinquenta, frequentava o 2º ou 3º ano do Liceu, os grande desafios de bola entre Liceu e Escola (Bifes e Costoletas) marcavam-se para o melhor terreiro de jogo que havia e que era o "Campo dos Blocos", junto à antiga prainha de Faro. Muitas vezes juntávamo-nos na baixa e, em grupo, apanhávamos o caminho do Bom João que, a partir da ponta da Alameda era todo de areia solta. Num local isolado à beira esquerda desse caminho, numa barraca elevada sobre uma espécie de duna, morava a família do "Gaiana". Uma irmã deste, sua gémea de andrajosa miséria física e mental, passava o dia metida no interior do seu horrível habitáculo escuro feito de tábuas podres e latas ferrugentas.
Uma vez, um do grupo que morava para aqueles lados e passava pelo caminho frequentemente, quando íamos para uma jogatana no campo dos blocos, disse-nos: hoje vamos tirar um retrato ao grupo. Olhámos uns para os outros mas ninguém tinha máquina fotográfica. Pensámos todos que era "balela", mas quando chegámos em frente da tal barraca o mesmo dá em chamar alto pela "Gaiana". Quando ela aparece à umbreira da porta o tal do grupo começa a pedir: tira um retrato, tira um retrato. Ela desceu pela duna e aproximou-se do grupo, parado no caminho em baixo, e o colega insistia: tira um retrato, tira um retrato.
Eis senão quando a borbulhenta e feia matrona "Gaiana", próximo e sobreelevada em relação a nós, joga as mãos e levanta por cima da cabeça o sujo vestido de saia rodada até aos pés, única peça de roupa que tinha sobre a pele. E a todos que pediram um retrato ela repetiu o gesto e retratou bem de frente para que nenhum pormenor ficasse desfavorecido.
O segredo do "retrato de grupo" estava desvendado e nós tinhamos levado uma aula prática de educação sexual à maneira do tempo, clandestinamente. E quando vi nos anos sessenta, também clandestinamente no cineclube em Lisboa, o filme "Viridiana" de Buñuel 1961, onde há uma cena semelhante bem encenada e fortemente interpretada pela bela Sílvia Pinal, desde então mais se tem reforçado na memória o sentimento de que foi imcomparável a pureza e veracidade maior do rude realismo e gozo dionisíaco que trespassou a "Gaiana" animalesca e a nós imberbes iniciáticos. Hoje revejo a nossa retratista na beleza de Sílvia Pinal mas, nessa imagem, representando a força telúrica de mulher está sempre a "Gaiana".

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terça-feira, março 17, 2009

PROPOMOS CONCELHO SEM BARRACAS


A pequena esperteza dos homens miudinhos da política destapa-se imediatamente de suas cabeças mal começam a lançar propostas que, primeiro que tudo, pretendem mostrar ao povo eleitor a sua aparente imensidão política mas acabam, subjacentemente, de mostrar a sua ligeireza de visão eleitoralista e pretensa capacidade aguçada, denodo e fino empenho de futuro autarca desvelado e atento aos problemas da Cidade que se propõe servir. É o que demonstra a proposta macarista de "piscar o olho", quer ao letrado urbano cidadão moral da cidade, quer ao cidadão inconformado das periferias que têm de conviver com os abarracados acampamentos de etnia cigana.
Propõe-se o homem acabar com as barracas de ciganos na Cidade. Mas porquê apenas na Cidade? Quer o homem, tal como todos outros antes, ser apenas Presidente da Cidade ou de todo o Concelho de Faro? Que eu saiba há, pelo menos, dentro do Concelho e só na Freguesia de Santa Bárbara de Nexe, mais dois aldeamentos de barracas de ciganos: um aqui nos Gorjões, e um outro na Falfosa. Ou estes não contam porque não contam eleitoralmente e porque não têm visibilidade incómoda aos olhares dos visitantes e turistas? Se estiverem escondidos, longe do moral assepticismo citadino e dos indiscretos circuitos turísticos podem ser discriminados, caso contrário, se estiverem inseridos na malha urbana é preciso acabar com tais acampamentos de barracas e substitui-los por bairros de inserção apropriada.
E, depois, para onde são deslocalizados os acampamentos ciganos? Para novos bairros sociais de novas periferias, certamente. E porque são deslocalizados? Porque os terrenos ocupados tornaram-se valiosos para a especulação imobiliária, normalmente.
O que se pede ao candidato é que explique qual é a sua visão de autarca integrada na totalidade do mapa do Concelho. Da Cidade também e sobretudo evidentemente, mas da Cidade como o grande palácio no meio dos grandes jardins que o rodeiam. Da Cidade que conte com todo o Concelho, pouco extenso, como arredores de acessos bem rasgados, fáceis e rápidos, bem tratados e limpos, bem servidos de infra-estruturas e atractivos quer a citadinos quer a turistas. O Concelho tem Cidade e Campo habitados e a cidadania está e vive em cada cidadão, não tem lugar rua ou morada.

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domingo, março 15, 2009

PRIMAVERA NO MEU QUINTAL, A SAGRAÇÃO II

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sábado, março 14, 2009

PRIMAVERA NO MEU QUINTAL, A SAGRAÇÃO

AINDA AS LARANJEIRAS CARREGAM OS BELOS FRUTOS MADUROS E

JÁ A PRIMAVERA IMPARÁVEL EXPLODIU EXUBERANTE DE CÔR E BELEZA
IRRADIADA DE VARIADAS E MULTIPLAS FLORES



















E AS PLANTAS RENOVAM PROMESSAS DE NOVOS FRUTOS
OU NOVAS PLANTAS COUVES


OU PROMESSA RENOVADA DE ALECRIM

MÃOS DE MULHER PLANTARAM, PLANTAS QUE DERAM FLORES, FLORES QUE PROMETEM FAVAS PARA BREVE


RECÉM-PLANTADAS ÁRVORES RENOVAM A PROMESSA DE NOZES AINDA EM REBENTOS INICIAIS E AMEIXAS "CAVALHINHA" JÁ EM BOTÃO E FLÕR



PLANTADA PELO AVÓ, ENXERTADA EM TRONCO DE AMENDOEIRA, A CENTENÁRIA AMEIXEIRA
CONTINUA CUMPRINDO PROMESSA DE AMEIXAS "CANOCAS"



PROMESSA DE PÊSSEGOS

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sexta-feira, março 13, 2009

LOULÉ, CARNAVAL 2009 II

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quinta-feira, março 12, 2009

LOULÉ, CARNAVAL 2009 I



Mesmo o que se designa hoje por "tradição", para além do acontecimento em sí, da vaga carga simbólica que ainda insere, pouco significa da fundadora tradição original. Como tudo o mais, o Carnaval de Loulé é uma boa amostra de como os "modos" de interpretar a festa do entrudo acompanha o progresso dos "modos" de pensar das populações. Não é por acaso que antigamente todos conheciam a festa carnavalesca de Loulé por "Batalha de Flores" e hoje se abrasileirou para corso, desfile na Avenida ou simplesmente o standardizado, carnaval de.
De resto, a única analogia com o outrora ainda são os carros alegóricos, cada vez menos, totalmente cobertos de flores de papel de fabrico manual, que os decoravam com motivos e gostos populares integrados na crítica de costumes e problemas locais. Para lá dessa réstea de identidade local, a Batalha de Flores de Loulé, é mais um desfile urbanizado de grupos de figurantes, mais ou menos pintados, travestidos ou despidos, saracoteando-se vigiados e mantidos fora do contacto com o público, como estrelas de telenovela, por vigilantes auto-autoritários, qual asae velando pelo assepticismo manso da nudez ou plumas alegóricas de sambódramo.
Vale, alguns "espontâneos", que por meios rudes directos e não tecnológicos, ainda se arriscam a dar uma amostra da antiquissíma natureza pagã dionisíaca da original festa do entrudo, subvertendo com o burlesco do real humano, o burlesco da realidade de plástico.

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terça-feira, março 10, 2009

FOI VIÇOSA VALENTE VISTOSA, É VELHA FRACA FALIDA


MAS AMENDOEIRA SEMPRE
A velha centenária amendoeira resiste, do interior do tronco carcomido e ressequido arranjou força uterina de parir um rebento que lembra aos viandantes que ainda está viva e tem memória de sua original natureza. Foi menina bonita do Tio Cebola e bem cuidada, arranjada e tratada para produzir, e produziu, bons e belos frutos que a todos agradava. Mas, ao contrário da Àrvore que vive e morre, sossegada e impassível, agarrada à Terra, o Homem vive nesta, inquieto, instável e louco, aos saltos e sobressaltos até ao infindável grande salto. Desprotegida do amparo, tratamento e rumo do amo-dono protector, a velha amendoeira sentiu-se só e abandonada entregue a sí própria e suas memórias das grandezas dos bons velhos tempos.
Como normalmente, tudo o que é velho se torna ultrapassado, as árvores, recicláveis, ficam lenha cinzas estrume, os homens, irrecicláveis, ficam rabujentos, saudosos amargos e revoltados. Ambos, antes da fatalidade irregressável, reagem com novos e desesperados desassossegos, no homem filhos de velhos sonhos nunca conseguidos, na árvore filhos de um carácter ctónico imutável e indestrutível. Na árvore soltam-se, como gritos surdos, rebentos novos mas raquíticos, que já não são farta copa frondosa nem sombra de Sol escaldante ou esconderijo de ninho de pássaro, nem espanto de beleza florida, nem fartura de frutos; são agora, sobretudo, uma míngua triste de tudo isso que foram, um último galho de raminhos e ralas folhas em desesperado esforço de imagem para mostrarem que ainda existem. No homem, culturalmente imbuído de um sentimento desligado da terra, salteador e pisador dela, tende a ter uma variedade de carácteres tantos como o ambiente climático e social proporcionam, tornando-o um ser volúvel adaptável à situação do instante, levando-o a agir desnorteadamente nesse sentido camaleónico.
À velha amendoeira de um tronco seco afundado na terra e um ramo de vaso ao alto, basta-lhe a ligação ao seio materno para ilustrar que já foi árvore e alí está, debruçada sobre a estrada e junto dos fios de energia e comunicações, mas sempre impassível e indiferente ao tempo e ao futuro. Ao contrário, o homem, no seu lugar, logo inventaria arte e manha de pintar um cartaz gigante e ligar-se aos fios de telecomunicações para avisar e acusar o mundo de caminhar para a loucura se não escutar e respeitar a sua palavra de salvação de sábio antigo, aristocrata-divino, tão acima dos miseráveis mortais à maneira de Empédocles.
Porque raio de critério racional, esta associação de ideias nasceu, quando passava junto desta velha amendoeira depois de ter lido no jornal as últinas variações do poeta maior dos poetas menores.


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sábado, março 07, 2009

MARAFAÇÕES LXXI


ANTÓNIO BARRETE
O grande António Barreto chamou tudo ao Sócrates por causa da lei anti-tabágica que lhe interditava a sua superior liberdade de atirar fumo para os outros. Agora larga esta pedrada sobre o "magalhães", mais uma nódoa que cai em cima e suja a sua fatiota de privilegiado que pôde fazer-se intelectual pela leitura de livros num tempo de livros proibidos e da promoção oficial salazarenta do analfabetismo. O saudosismo e o receio que uma torrente de concorrentes, jovens intelectuais válidos e actualizados, o atirem para o caixote do lixo, faz que lhe escapem da boca tamanhas disparatações.
Outros velhadas ditaram o assassinato da pintura face à fotografia, do cinema face à televisão, agora o tremendista Barreto informa sobre a chegada da morte súbita da leitura face ao "magalhães". E porquê o "magalhães" e não os "computadores" em geral? Não, o "magalhães" porque esse é que é o tal, o simbólico.
É caso para perguntar ao académico se, ao contrário do pensamento de bom senso generalizado, pensa que a quantidade imensa de gente que aprende com gosto a ler e escrever no "magalhães" não promove uma quantidade maior de gente a interessar-se pela boa leitura do que a escola, só com livros e gramáticas chatas para miúdos, pode promover? Felizmente a capa da mesma revista põe a quetão: "Os intelectuais, podemos acreditar neles? Nem de propósito ou nem tanto?

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MARAFAÇÕES LXX


1. A CONSTELAÇÃO DOS ESPIÕES MAIS FAMOSOS
Tanbém li a história da descoberta pelo "Público" de um português espião famoso que teria mudado o rumo da Guerra e, tal como hoje VPV, vi nela uma bestunteira total. É, como diria JPP um verdadeiro "momento Público". No momento actual em que o jornal conduz uma cruzada contra "corrupção" e "luvas" de políticos no caso Freeport e pela liberdade de imprensa contra a "manipulação" governamental, vem este jornal fazer o elogio do "que entrou ontem na constelação dos espiões mais famosos da II Guerra Mundial".
E porquê? Porque tal espião famoso, segundo o Público" se vendia ao nazismo racista totalitário que lutava por um mundo presidário do arianismo, contra o mundo ocidental que lutava pela liberdade democrática, "a troco de uns valiosos (para a época) 15 mil escudos". Não diz o jornal se se trata de uma mensalidade ou se se tratou de um pagamento apenas por conta, mas é pressuroso a descupabilizar o tratante ao qualificar de "valioso" o vender-se por quinze contos.
Talvez porque vendia caro o seu miserável e corrupo carácter de "distinto" Oficial da Marinha, que tem direito, no "Público", a tratamento vip de herói português, ao arrepio do tratamento diário dado aos "indistintos" baixos altos políticos intervenientes do caso Freeport. Sobre um facto histórico comprovado de corrupto vendido, o jornal trata de, subrepticiamente, fazer o elogio de tal leiloeiro carácter, e por suspeitas criadas e manipuladas por sí próprio e outros interessados, sem o mínimo respeito pelo direito à dúvida ou presunção de inocência, faz tudo para lançar merda sobre o carácter do PM. Tal como o grande falhado espião Ferraz foi apanhado e não mudou puto História nenhuma, tanbém este jornal se arrisca a entrar na constelação dos falhados espiões de vidas familiares que não mudaram porra nenhuma.


2. CONVERSA AZEDA
Ainda sobre o jornal "Público", que hoje, sexta-feira, titula e enche uma coluna acerca de uma havida conversa azeda, travada na AdR, entre um deputado do PSD e outro do PS. Bom, a gente lê toda a coluna da notícia e nicles, fica sem saber que mimos de impropérios azedos foram trocados. Uma notícia embrulhada em perfeita conversa de enfeite para tapar espaço de sobra de papel e que nada destapa do motivo da azia.
Mas o espanto vem na última página do dito jornal no cantinho das setinhas classificativas em "sobe e desce". Alí, o deputado do PSD é castigado com uma setinha para baixo, contudo, novamente um escrevinhado condizente não informa qual o palavrão proferido e que escandalizou o setinhador. Este jornal, quando quer é um moralão muito púdico, quando quer é vilão sem moral.

quinta-feira, março 05, 2009

BORDEIRA, CARNAVAL 2009

quarta-feira, março 04, 2009

O ENCLAVE DE MATA LOBOS, RESOLVER A INDEFINIÇÃO


Desde jovem que ouço falar acerca deste problema imbricado que é o célebre "Enclave de Mata Lobos", isto é, a ponta de terreno que penetra em cunha pelo concelho de Faro, atravessa a EM520 de acesso a Santa Bárbara de Nexe e é reclamada como seu quer pelo município de Faro quer pelo de Loulé. E isto ouvia eu falar no tempo da ditadura dita dura, que como dizia a senhora à tempo, serviria para pôr as coisas na ordem. Ora se tal regime não resolveu o problema, o que lhe seria fácil determinar e pronto, ou tanbém teria tido receio de uma guerra de vaidades bairristas e deixou o caso andar?
Bem, mas se a ditadura não resolveu por decreto, a democracia tem o dever de o resolver por decisão democrática. E a decisão democrática é aquela que resulta da soberania do povo exercida de livre vontade em total liberdade e consciência. Deste modo, a escolha de municipalidade dos tais 5km2 de terras, deve ser referendada e sentenciada pelos cerca de 1000 habitantes que lá vivem. Ao povo que lá mora e conhece os problemas causados pelo impasse que a situação provoca e promove, deve ser dada a oportunidade de, em referendo local acordado e supervisionado pelas duas Câmaras, poder decidir de sua livre vontade, por maioria, o que mais convém ao seu dia a dia. Então o povo só é soberano e quem mais ordena nos discursos?
Podem ser invocados direitos consuetudinários, por uso-capião, até por lei das sesmarias ou joaninas ou posteriores que, por perda de validade, nenhuma terá autoridade suficiente para resolver o perverso caso. Cabe às Câmaras porem-se, democraticamente, de acordo, explicarem e baterem-se pelos seus argumentos favoráveis e deixarem que o povo decida. E respeitarem essa decisão sem azedumes de clubite bairrista.

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terça-feira, março 03, 2009

GORJÕES, CARNAVAL 2009



Neste Lugar, lugarejo de trezentas famílias dispersas, desde sempre se brincou ao Carnaval. Quando era miúdo, os grandes juntavam-se no Alto e travavam uma luta viril de astúcia guerrilheira de "bate e foje" à repolhada uns com os outros, numa refrega contínua plena de vivacidade e sã convivência, que era uma alegria enorme para os miúdos que, por sua vez, imitavam os grandes com os restos dos repolhos usados. Vendedores das "hortas de Faro" vinham aqui de propósito vender carradas de carroças carregadas de repolhos menos vendáveis na praça.
Outra brindaceira divertida consistia em arrancar os chapéus da cabeça dos velhotes, ou de jovens desprevenidos, por meio de uma mola de estendal presa na ponta de um fio de guita que alguém segurava, pela outra ponta, do alto duma açoteia para onde puxava os chapéus de repente, imediatamente após um outro cá em o baixo, indo pelas costas do distraido, o ter prendido pela aba com a mola.
Ao longo do tempo, o tipo e estilo de brincadeira foi evoluindo e, a certa altura, as antigas lutas inofensivas à "rapolhada", deram lugar a lutas travadas corpo a corpo, com pedaços de pneus velhos de bicicleta que deixavam marcas na carne. Nos fins dos anos oitenta a juventude, jogava ao carnaval com lutas de ovos e sacos de plástico cheios de água. Progressivamente, este tipo de lutas rudes mas genuínas e brincalhonas, à maneira do campo, que reforçavam as relações comunitárias e ligações de amizade e vizinhança, foram desaparecendo à medida que a televisão se tornava o altar dos lares das famílias locais.
E como desde sempre estivemos próximos e tivemos fácil acesso à "batalha de flôres" de Loulé que era nossa referência máxima de carnaval, e como também esta entrou nos roteiros mediáticos televisivos, tais contágios foram determinantes para a criação, nos pequenos lugares, de um imaginário carnavalesco único ligado a desfiles de carros e grupos alegóricos. Deste modo, actualmente e desde há seis anos, que também aqui nos Gorjões se organizam cortejos carnavalescos ao estilo e forma do desfile standardizado.
Ainda assim, quando a alegoria foge à crítica mimética do assunto mediático do dia, o que se vai tornando raridade, para assentar na crítica burlesca de costumes de trabalho ou histórias da moral picante locais, o carnaval destes pequenos lugares surpreende o forasteiro pelo toque da sua originalidade genuina que marca a individualidade de cada Lugar.

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domingo, março 01, 2009

MARAFAÇÕES LXIX


1. VÍTIMA E VITIMIZAÇÃO
Todos os dizedores escrevinhadores pardais de esplanada à cata de migalhas, que disseram e publicaram tudo o possível para criar e insuflar um balão de vítimas (Governo, PS e Sócrates) até rebentar, perante o mais que previsível fracasso, viraram o bico ao prego:
não conseguindo fazer daquelas entidades suas vítimas acusam-nas de vitimização.
É caso para perguntar quando será o lançamento da próxima "campanha limpa"? Limpa no sentido de querer, ansiosamente e à força, limpar cadeiras e mesas dos restos e migalhas para pardais, enquanto as ocupam para o banquete.


2. PORQUE ESTÁ PSL CALADO
Depois de ter proclamado grandes tiradas politico-económicas como:
- não sei se não era melhor interromper a democracia seis meses para pôr tudo na ordem.
- quem não tem dinheiro não tem vícios.
- aumentar o vencimento mínimo em 25 euros é uma irresponsabilidade.
- consentir, senão incentivar, que à saida de uma reunião consigo, o patrão dos "camiões tir" ameaçe o país com um bloqueio.
E outras tantas mais que já esqueci, vem agora MFL, afiançar naquele seu mau-feitio ameaçador, que:
- mesmo com 40º graus de febre não deixaria de ir à reúnião da UE,
- em vez de ir para uma "festa".

Verdade manifesta é que com tais tiradas de pobre irreverência, percebemos bem porque está calado Pedro Santana Lopes: a chefe chega e sobra para abrilhantar a opereta.

Nota. Qualquer corpo humano a 40º de febre está entrando em estado de delírio, contudo, pelo visto, a MFL basta-lhe a temperatura normal.

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