quinta-feira, maio 30, 2019

CONVÍVIO GORJONENSE 2019

sexta-feira, maio 24, 2019

A CRÍTICA DA DEMOCRACIA E OS CUSTOS NUNCA DITOS DA REVOLUÇÃO.


Em resposta-comentário ao problema colocado no post anterior o Senhor Mário Reis colocou a seguinte questão: 

"Meu caro josé neves, mas se lendo o artigo (e muitas notas sobe muitos outros temas e “lutas”) não se vê a água a bater até “que fure” o que imagina?, como pode o sistema ser superado? E isso dos custo dos custos para inibir a ação pela alteração de um sistema iníquo e injusto parece coerente com a posição que transparece assumir: a escorregar para a inércia e o sono letárgico esperando que o sistema caia…""

Que mereceu, da minha parte, esta seguinte resposta:

Caro Mário Reis,
Também não vê o ponteiro das horas mover-se no entanto ele move-se e dá horas certas; se forçar o ponteiro a rodar fora do tempo certo, destrói-o.
Tem sido o caso das Revoluções abruptas; destroem o que existe provocando miséria, terror e mortandades inglórias para, passados anos depois, tornarem ao ponto de partida ou estaca zero (da sua opinião atrevia-me a pensar que é daqueles que já hoje perguntam “para que serviu o 25 Abril?), e não obstante o nosso 25A ter sido restituidor imediato do precioso bem que é a Liberdade ao contrário das grandes Revoluções históricas que pretendiam mudar o mundo.
Tal como o ponteiro das horas não está inerte nem inativo também a dialéctica social da luta dos opostos, ou de classes se quiser, fará o seu caminho longo face às contradições internas que o “sistema” inevitavelmente vai criando.
Se, como diz, o sistema tal como existe hoje fosse integralmente “iníquo e injusto” ele já teria implodido, penso. Acontece que o “sistema” parece ter ideias, sentimentos e práticas de auto-preservação e como tal não é “iníquo e injusto” para todos e até é copiosamente benemérito para aquela parte que lhe apara e serve o gosto; desse modo mantém a Sociedade em permanente equilíbrio instável e até usa a liberalidade da Democracia para fazer os ajustamentos contínuos necessários a tal equilíbrio na corda bamba.
A Democracia, tal como os ingleses demonstraram, pode servir para mudar a vida evitando sangrentas revoluções, claro, não pode nem foi para isso criada mas pelo contrário, promover rupturas e descontinuidades no trajecto histórico.
As grandes Revoluções para mudar o mundo provaram que o processo histórico humano, ao contrário do que pensava o marxismo, não consente rupturas e descontinuidades dada a interacção íntima, ontológica entre consciência e existência; mudar abruptamente e à força o modo de existência faz que a consciência entre em pânico.
Esta não acompanha a brusca mudança da forma de viver e existir mantendo-se intrinsecamente ligada aos costumes, tradições e valores da experiência recebidos e mantidos desde gerações de antepassados seculares e, um enorme desfasamento cultural e de comportamento face ás novas revolucionárias exigências resulta, desse desencontro abrupto entre existência e consciência, uma inércia e reacção à mudança tão natural como o próprio viver.       
O povo tem um proverbio para definir essa situação; cadelas apressadas parem filhos loucos.

Etiquetas:

quarta-feira, maio 22, 2019

A CRÍTICA DO "SISTEMA" DEMOCRÁTICO OCULTA SEMPRE OS CUSTOS DO "SISTEMA" DE SEU GOSTO.

«Sim, "capitalismo" é um sistema económico de organização das sociedades onde os três casos referidos (artigo de Louçã; "O Senhor Mil Milhões" sobre caso Berardo) são triviais, fazendo parte da natureza íntima do sistema.»
                                                (extrato do comentário de "estatuadesal" ao artigo de Louçã)

Não diria que faz parte da natureza íntima do "sistema" mas de uma organização formalizada dirigida à obtenção de objectivos político-económicos e sociais definidos; tal organização sistémica não é mais que a "superestrutura" do capitalismo transformada no Estado como aparelho instrumental do "sistema". 
Contudo, o capitalismo não foi uma invenção de Marx mas uma etapa a que chegou o evoluir do processo histórico que se modernizou e sistematizou com a Revolução Francesa; ironia das grandes Revoluções para mudar o mundo e que apenas mudam a forma e os senhores do poder.
O mundo é hoje em dia a tal "Aldeia Global" e globalizada que vive todo ele segundo as práticas do capitalismo. E mesmo os que se intitulam uma sociedade comunista vivem tão só sob um Estado que não passa de instrumento repressivo de um capitalismo sem regras tal qual existia ao tempo de Marx e este estudou e escalpelizou metodicamente; outra ironia das grandes revoluções para mudar o mundo, a marxista que, outra vez, apenas alterou a forma e elite do poder e esta estabeleceu, por fim, um capitalismo selvagem de regras impostas à força que, no fundo, é o sonho e grande ambição actual de qualquer grande empresário do mundo.
Levámos milénios até chegarmos aqui e, mesmo à velocidade do tempo actual, ainda levará muito tempo (séculos?) até atingirmos outro tipo de Sociedade diferente e melhor.
Logo, não sendo possível de imediato subverter, destruir e substituir o "Sistema" mas apenas utilizar o processo da água que tanto bate até que fura deixando à permanente luta entre opostos, a dita luta de classes, o papel de regular o caudal e força da batida da água, será um bom governante o que melhor partido e proveito souber tirar do funcionamento do mundo actual; será, necessariamente um relativista e pragmático.
Porque a pergunta que nenhum revolucionário ou reaccionário faz na sua crítica feroz aos elevados casos de corrupção e custos do sistema Democrático é; quanto custaria ao país e ao povo inteiro sair e viver condignamente a existência isolado fora do "Sistema"?
Façamos um exercício mental; as medidas propostas pelos que entre nós querem jogar de fora radicalmente contra e hostis ao dito "Sistema" se aplicadas a rigor, uma após outra, ao ritmo de causa-efeito-causa em jeito de bola de neve levar-nos-iam para que custos económicos, financeiros e sociais de que ordem de grandeza?
Mesmo sem contar com os custos de falta de Liberdade e do consequente "come e cala-te"(se houver que comer) seria o "saldo" negativo ou positivo?

Etiquetas:

sexta-feira, maio 17, 2019

IIL - ESTREMOZ 2019 (CURSO ELÉCTROTECNIA E MÁQUINAS 1963-1967)



OS DIAS

Nasceste e um dia passou, de repente, fugás.
Assim sentirás passar todos os restantes
Dias da tua rápida vida louca, atrás
Uns dos outros serão imparáveis instantes
De tempo tão iguais todos que são um só
Instante um sopro uma faísca plena d’intento
De ser fogo e luz e é apenas promessa de pó
Que move nossa existência e pensamento
Dueto sonho
&sombra do mesmo movimento.

Etiquetas:

quarta-feira, maio 08, 2019

VELHA GUARDA BORDEIRENSE, 2019

Aqueles que ainda foram companheiros de "Janeiras" dos Pais Fundadores e herdaram deles em linha directa, o que hoje a juventude bordeirense designa como a "Tradição", desde os primeiros anos'2000 que se reúnem como "Velha Guarda" para celebrar e manter viva a letra e o espírito dos autores fundadores.
Até há pouco tempo celebravam os Mestres Acordeonistas fundadores, especialmente o Mestre José Ferreiro(Pai), constituindo uma "Charola" (actual designação das primitivas ''Janeiras'') precisamente designada "Velha Guarda" que usava o repertório musical dos Velhos Mestres.
Mais tarde, pelos ''Maios'', era tempo da "Velha Guarda" reunir para um ''Almoço de Confraternização" no qual, normalmente, estavam presentes o acordeão, os ferrinhos, as castanholas e pandeiretas, precisamente, os instrumentos musicais da "Tradição".
Este ano, a "Velha Guarda" teve a presença de Nelson Conceição o exímio acordeonista professor e compositor que já é o mais ilustre e digno sucessor actualizado dos Velhos Mestres.
Ele, que tem sido o trabalhador e investigador incansável na recolha e edição de todo o espólio musical dos Velhos Mestres e respectivas homenagens a nível regional quis, de sua vontade e livre iniciativa pessoal, trocar e confirmar histórias que lhe contaram junto de quem as viveu ou ouviu em primeira mão.          

sábado, maio 04, 2019

2019, 1º MAIO TRADICIONAL

Uma velha tradição ainda hoje muito sentida pela gente do Barrocal é ir festejar o Dia de Maio para o Campo.
Parece um contrasenso a ideia de nesta data querer-se ir passar o dia no Campo local onde já se vive diariamente, contudo, essa é uma apreciação superficial deduzida segundo o estilo moderno de viver e não segundo a tradição milenária que vem desde o tempo quando a vida do Homem estava umbilicamente ligada à Mãe-Terra.
Das festas pagãs de significado dionisíaco esta tradição do 1º de Maio é uma reminiscência que nem a religião nem a civilização de massas destruiu ainda completamente.
Neste dia é, precisamente, a gente que vive no Campo e que por experiência própria sabe de onde vêm os bens essenciais à vida que comemora a data junto da Natureza que mais impresiona a nossa pequena condição; nas profundidades dos vales selvagens onde se juntam as águas que matam a sede das terras e dos homens ou nos mais altos cerros onde o vento movia os moinhos que moiam o trigo do pão, o mais precioso alimento da antiguidade.

Etiquetas:

sexta-feira, maio 03, 2019

CRCG, MERCADINHO DO CRAVO 28ABRIL2019