JANEIRAS EM SARNADAS 2024, ALTE
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O ódio a Sócrates é o ódio do passado ao futuro. O ódio a Sócrates
carrega o mesmo ódio de há 2500 anos suportado pelo Sócrates e Péricles
gregos, os quais, um foi condenado à morte e o outro a prisão ambos
acusados de corrupção, moral um e venal o outro. O mesmo ódio acumulado
nos ostentatoriamente grandiosos palácios e castelos pela nobreza da
Idade Média que mantiveram o passado a ferro e fogo até à Revolução
Francesa. O mesmo ódio que o passado, após o Renascimento, impôs à
ciência desde o séc. XVI a partir de Copérnico até Galileu no séc. XVII
e que teve reminiscências na Europa como em Espanha com Franco e em Portugal ond subsistiu sob a
censura e força da Pide durante todo o regime salazarista.
Esse ódio do passado ao futuro renasce sempre contra alguém que acomete
contra a quietude e confortos estabelecidos possidentes. O nosso
Sócrates era um visionário e um homem assim não pode ser medido pela
trivialidade rasteira dos medíocres que pululam no interior da
existência humana. Nele, ao contrário dos calculistas que pensam os
outros por si, nunca foi visível ou sequer existiu qualquer momento de calculismo ao avançar
determinado e ciente do que pretendia para o país. Trazia consigo uma
utopia própria para fazer sair Portugal da modorra e estagnação de séculos,
apesar de saber que o país é pequeno e pobre de bens naturais. Animava-o a força de uma
utopia para Portugal e estava disposto a meter mãos à obra mesmo com os
meios limitados de que dispunha. E para isso juntou a si um dos maiores
cérebros do país, Mariano Gago, como ministro da ciência e tecnologia e
estabeleceu um programa ambicioso de projetos na área das ciências da
tecnologia e inovação como nunca fora visto.
Ainda hoje, quase tudo o que se vai fazendo ou discute como necessidades
do país, faziam parte do seu entusiástico e ambicioso plano possível
para desenvolvimento de Portugal.
Os corruptos medíocres a soldo do passado antigo e do mais recente
salazarismo, sempre agarrados aos poderes pessoais adquiridos e
estabelecidos, impotentes de o travar politicamente, usaram, de forma
democraticamente corrupta, um dos pilares do poder democrático não só
para o derrubarem como para o destruírem pelo julgamento, publicitário
ininterrupto, na praça pública induzindo na mente do pagode ignorante
tratar-se de corrupção o que era um carácter obstinado na defesa do
progresso em Portugal.
Claro, um tal homem, jamais pode ser julgado por homenzinhos ou
homúnculos como aquele que está na foto ao fundo acompanhado de outros
iguais ou semelhantes e todos rodeados de prazeres de mesa farta e
estantes de garrafas do fino para saborear vitórias pírricas deles e
derrotas históricas de Portugal.
O verdadeiro julgamento ainda não foi pronunciado mas já é previsível e pronunciável; passarão todos à história como cavacoisos.
Etiquetas: o ódio do passado ao futuro
QUANDO AS "CHAROLAS" ERAM JANEIRAS
Quando as ''charolas'' eram janeiras
de pranto e canto ás verdadeiras
tradições milenares tardias
era seu maneirismo o serem vadias
à imagem anti-estilo de J.Contreiras.
Quando as ''charolas" eram janeiras
as noites duras eram ligeiras
para moços atrás dos foguetes
pelos caminhos atrás de banquetes
na rota das moças bonitas solteiras.
Quando as ''charolas'' eram janeiras
os dias eram festa, não canseiras.
Cantava-se à porta a ode ao senhorio
suspirando entrada e abrigo do frio
p’ró banquete de farturas caseiras.
Quando as "charolas" eram janeiras
vento, chuva, frio eram feiras
de alegrias, corridas de carrossel,
sonhos de amores, beijos a granel,
desejos trepavam muros,"escaleiras".
Trepavam janelas, telhados, traseiras,
tudo trepava o fogo das braseiras
incendiadas em nosso ser de moços
iniciados, eram tempos esboços
adolescentes, amores de brincadeiras.
O que foram janeiras são hoje chavões,
charoladas de músicas de acordeões
estilosas que ocultam o sentido crítico
original, a banalização do tempo mítico
de idos pagãos sob capa dita; tradições.
Etiquetas: charolas e jeneiras
Nesta nulidade retórica discursiva sobre o que ficou claro transformou
Marcelo numa apagada sombra na medida em que acrescentou sombra aquela
em que já se transformara desde há tempos.
O vazio do discurso sinaliza que Marcelo perdeu capacidade de envenenar
através de sua picadela traiçoeira; a natureza da personagem é sentir-se
em liberdade e à vontade para picar e envenenar tudo que o rodeia e lhe
faz frente. Ora, neste momento, não se sente com o aval suficiente
junto dos portugueses para agir segundo a sua natureza o que lhe retira
capacidades de mentir, intrigar e envenenar cantando e rindo.
Desde o seu conseguimento do despejo de Costa nunca mais foi dar uma
volta à noite pelo Jardim do Império para acalmar o calor do seu veneno.
Nem deve dormir tão sossegado como quando, friamente, tal como os
fantasmas vampirescos planeava a forma e o modo de aplicar a picadela
mortal.
Mais um pobre desgraçado caído na ruína; outro cavacoiso. Ou mais um
futuro rico sem-abrigo, não aquele que fingiu ser quando ia juntar-se a
eles e prometia extingui-los mas, o que vive refugiado de si mesmo
porque ninguém mais acredita nele ou o escuta.
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APESAR DA MORTE
O humano na origem mal concebido
continua sujeito da má concepção
do criador que por acaso ou ocasião
leva primeiro deste mundo o imerecido.
Que omnisciência é essa que não julga
pelo justo ou escolhe pelo merecimento
e antes determina segundo o momento?
Ou será ciência oculta que não divulga?
Ou será que precisa de massa-cinzenta
como substrato nutritivo que alimenta
sua omnisciência divina e esta exorte
todo aquele que belo de ver e de ser
alcance o tão almejado merecer
de livrar-se de morrer, apesar da morte.
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