segunda-feira, junho 30, 2008

MARAFAÇÕES LX


O PROFESSOR MENTE

Segundo o CM de hoje o "professor MENTE" na sua charla de má-língua travestida de professia doutoral, perante uma embasbacada Pedroso "sim senhor professor", disse que o ministro da agricultura " é uma nulidade absoluta e Sócrates tem de correr com ele do governo".
E quem é Marcelo, o menino familiarmente cuidado e fabricado para ser ministro bem-educado da ditadura e que usa a democracia para jogos de intriga contra amigos e inimigos, fala, discorre, diz e desdiz sobre todo e quaquer assunto como um vulgar troca-tintas ou astrologista adivinho do futuro, se bem pago. E o que fez Marcelo pelo país, qual o seu feito inscrito na nossa História, qual a sua marca registada para além de vender pareceres por medida e vender livros simulando fazer crítica literária quando a sua leitura dos livros não vai além da capa e do nome da Editora para a respectiva publicidade encapotada. Tanto no "Expresso" como agora na tv, onde quer que actue, o pequeno maquiavel da linha, morde todas as mãos que lhe dão o pão à boca, actitude que os entusiastas tomam como inteligentes traquinices mas que são reveladoras de carácter invejoso e vingativo.
Perdeu nas eleições para Lisboa e depois, ao primeiro contratempo político interno, baqueou e desistiu de presidente do PSD, contudo continua intrigando sem parar com intuitos de voltar ao PSD ou à Presência da Républica. Provavelmente para dizer que sim e não na hora e sobre o mesmo assunto como no caso do aborto, dizer ao princípio bem dos ministros e depois dizer mal como indivíduo de vulgar senso comum e, de tanto traquinar intelectualmente, voltar a desistir outra vez para de novo voltar à prática de futurologista, único papel adequado a quem as necessidades, a vida e o dia a dia das pessoas vivas são um fardo insuportável perante a leveza intelectual e social do palavreado.
O crítico tipo doutoral professoral, critica se se diz o politicamente correcto, isto é, se se mente piedosamente para esconder a realidade, e quando o político diz que o boi marra porque tem cornos, aqui del-rei que o ministro é uma nulidade. Caro professor "Mente", então o ministro pode ser apelidado de tudo e não pode dizer aquilo que todo o mundo diz e comenta à mesa de casa ou do café? Porque não comenta o professor se é mentira ou verdade o que o ministro disse?
Como tal tipo de crítico não dá ponto sem nó, que maldade terá feito o ministro aos amigos ou que dividendos espera o professor tirar da sua aula magnânima de pulhice política.

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sábado, junho 28, 2008

JULGAMENTOS E JUSTIÇA

JUS OU A SOLIDÃO DA JUSTIÇA ou
JUS A ARTE DE INJUSTIÇAR ou
JUSTIÇA BRAÇO FORTE E LONGO DO PODER


A companhia de teatro o Te.Atrito, voltou a impressionar-nos muito positivamente com mais uma curta mas bela peça sobre as grandes questões que se pôem ao homem em sociedade. Desta vez coloca-nos perante o problema da justiça pensada, feita e aplicada pelos homens para organizar ordenadamente os homens em sociedade. Primitivamente quandos todos cidadãos da tribo ou pólis participavam na justiça, talvez aí a justiça tivesse algo a ver com a bela idéia filosófica de que " a liberdade entre o forte e o fraco oprime e a lei liberta". Contudo "justiça" e "poder" são irmãos siameses, sempre andaram intimamente ligados, e aquela tem sido sempre um dos braços fortes e longos do poder.
Conhecemos o Código de Hamourabi, leis e justiça do rei poderoso Hamourabi, os Mandamentos das Tábuas de Moisés, chefe e guia dos judeus e ditados por Deus todo poderoso, os códigos de Dracon e Sólon encomendados por reis para adaptar organizadamente a sociedade aos tempos. Todos os códigos de leis e justiça foram ditados pelo poder temporal de reis poderosos e sancionados e aprovados pelos deuses do momento em nome do bem comum. Logo, o que diz o folheto da peça, que a injustiça é o reverso da justiça, sem mais, escamoteia o verdadeiro problema da injustiça que é precisamente o poder. E cita as históricas injustiças reabilitadas pos-mortem como Joana D'Arc, Galileu, G.Bruno, Baudelaire, mas esquece-se do primeiro injustiçado político-religioso que a história ocidental registou e que foi Sócrates, e precisamente por obstinada obediência à lei e justiça da cidade.
O conjunto da peça representada compôe-se de três sentenciadas "justiças" históricas baseadas nos processos de Cristo, Galileu e de Um Padrinho Americano. Em qualquer dos casos é claramente visível o braço do poder por detás das sentenças representado nas pessoas de Caifás, Pilatos e o Império no primeiro caso e do Papa e do Padrinho nos outros que aplicam a sua justiça de coveniência.
A encenação de Rita Neves, a caminho de senhora actriz e encenadora de teatro, não obstante não utilizar cenários própriamente ditos, utiliza o espaço negro da sala-palco e do público para movimentar e colocar os actores de forma muito inteligente definindo e acrescentando força aos diálogos. Por outro lado o modo achado para fazer as mudanças de passagem de um julgamento para outro, mudando os actores de papel mudando de capa, permite as alterações de personagens sem que se perca o ritmo e sentido da acção.
Uma nota para a excelente utilização do video para exemplificar e ilustrar a peça representada através de idéias de justiça actual, por pessoas de senso comum rural que se viram envolvidos em casos reais de julgamentos e justiça dos nossos tribunais. São depoementos tão simples como as próprias pessoas depoentes mas tão claros e certeiros como raios de luz atravessando a obscuridade e sombras da justiça de todos os tempos.



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quinta-feira, junho 26, 2008

MARAFAÇÕES LXI


A FARSA E O FARSANTE

Quando o ministro Jaime Silva disse o que é evidente e toda a gente da política sabe, que os sindicatos, cnap, cap, etc., são nuns casos fortemente condicionados, noutros ferreamente controladas politicamente pelas direcções que concorrem ás eleições exactamente por motivos políticos partidários, todas as chefias dessas organizações vieram imediatamente para a imprensa, quais virgens ofendidas, afirmar a enormidade antidemocrática do ministro. E claro, exactamente os partidos que utilizam essas organizações como arma de arremesso político, logo vieram pôr o bico nos microfones para igualmente apoiar e ampliar as maldosas e inadmissíveis declarações do ministro desavergonhado. Quem estivesse atento ficava logo a saber quais as forças políticas a que o ministro se referia.
Um dirigente até decidiu sair da concertação social em que andava empenhado, como sinal de protesto, e fez queixinhas do ministro ao PM. Dizia em entrevista à sic que o ministro tinha ofendido o bom nome e honra pessoais dos dirigentes da instituição. Logo a seguir, embalado e auto-convencido entusiasmadamente no seu próprio arrazoado palavroso de moralista passa-culpas, acabou por chamar de farsante ao ministro da agricultura.
No outro dia, ontem, já as notícias davam o senhor como tendo voltado à primeira forma face ao facto do PM dizer que houvera mal-entendido e que tal organização era importante para a dita concertação. E digo eu, que era importante para a pedincha e partilha leonina dos subsídios e eventualmente outras dádivas menos discutidas e descritas nos media.
Afinal quem encenou a farsa?

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domingo, junho 22, 2008

O ALTO GRAU DO FUTEBOLISMO


O SISTEMA DE QUE NINGUEM OUSA FALAR

Acabado o folclore eufórico do Euro 2008 para Portugal, logo os portugueses sentados em cadeirões de redacções e estúdios de ar e ideias condicionadas, dão imediato início à caça às bruxas dos culpados do insucesso. Inventam, desenrascam, descascam mil e uma ninharia ridícula para justificar a derrota que eles haviam inculcado na cabeça dos portugueses como improvável, ou quase impossível, dada a grandeza dos nossos jogadores e da nossa selecção: sempre dos melhores do mundo (não é por acaso que as nossas pontes, túneis e outras obras são sempre comparados com o mundo). Agora é o tempo da lamúria, dos porquês, dos incidentes negativos, do se e se e se.
Estas águias sem asas que dos seus rasteiros tronozecos de pluma, sabem tudo e escondem tudo acerca dos "apito dourado" caseiros, quer o nortenho actual quer o lisboeta do tempo antigo, mais uma vez falam de tudo e do todo acessório mas jamais se atrevem a escarafunchar no mal cheiroso "apito diamante" soprado pelo futebolismo europeu. Da política, da sociedade, da igualdade, da liberdade também sonhamos ser iguais na UE e barafustamos e escandalizamo-nos quando os grandes empunham a batuta, impôem a partitura e comandam a orquestra, quer nós queiramos quer não. Por mais fraternidade que apregoe e respeite, o grande nunca deixará, à primeira oportunidade, de reclamar a sua grandeza e poder face ao pequeno e fraco. É da natureza humana e os países são a expressão da soma da natureza humana dos seus habitantes, não pode mentir ou fugir à sua natureza. O grande face ao pequeno nem sequer necessita de fazer uso ou ostentar a sua grandeza, basta sê-lo e mostrá-lo para, necessáriamente, se dar ao respeitinho de bola baixa.
Neste europeu 2008 isso foi nitidamenre visível, quer no jogo com a Suiça, país rico e organizador, quer no mata-mata com a Alemanha. No jogo com a Suiça até Scolari entendeu rápidamente (notava-se claramente a sua impotência face à maneira caseira como o árbitro dirigia o encontro), que só por milagre ganharia o jogo e deixou correr o resultado. Percebeu, olha ele, que a Suiça não podia despedir-se do euro 2008 sem a sua festazinha de consolação. No jogo a doer com a Alemanha era geográfica e financeiramente evidente que o vento sopraria sempre de norte. Os patrões do negócio que vivem milionáriamente do futebolismo, que não por acaso já haviam escolhido a Suiça+Austria para anfitriões do evento, não iam deixar correr o mel sem olhar pelos possíveis e melhores ocorrências dentro do mesmo espírito interesseiro que norteia qualquer negócio. Atentos aos pormenores que podem decidir os jogos, e dado que os golos são decididos por momentâneos instantes de livre-interpretação de pormenores, não deixam nada ao acaso tudo o que pode conduzir o jogo ao resultado desejado. Assim, o árbitro deve ser vizinho e de cultura e mentalidade próxima do desejado vencedor. Assim o árbitro, estando Portugal a perder mas lutando denodadamente para recuperar, atento não ligou ao pormenor do alemão empurrar o nosso defesa para poder marcar contra-corrente e matar o jogo logo ali. E caso o pequeno não vergasse e fosse necessário, outros pormenores favoráveis ao subrepticiamente pretendido aconteceriam certamente. Assim tudo se encaminha para um estrondoso sucesso financeiro e as poderosas instituições estatais europeias do futebolismo, nada democráticas, serem cada vez mais poderosas e calar as bocas servis e servidas dos opinadores e comentaristas de todas as partes e côres do tentacular negócio do futebolismo.

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sábado, junho 21, 2008

A CASA DOS ALTOS










A velha casa amarela dos pais nos Gorjões iniciada em 1915 e cnconcluida em 1940, que há muitos anos andava descolorida e apagada voltou às côres originais e agora novamente assinala, dá côr e brilho ao Alto. Foi esta a primeira casa do sítio com dois pisos, um rés-de-chão e uns "altos", pelo que foi baptizada como "casa dos altos". Com o tempo ao lugar, cruzamento da estrada de Faro com um caminho largo que liga Loulé e S.Brás, o povo começou a designar o lugar de "O Alto" nome pelo qual ainda hoje é chamado.
Aqui nasceu a primeira "venda" de vinho e aguardente, depois a "venda" de mercearia, padaria e "venda de pão" e todos as oficinas de serviços rurais prestados pelos Mestres Artesãos de elevadas qualidades de mãos e morais, como o sapateiro, o ferreiro, o carpinteiro, o albardeiro, o barbeiro, o homem da casa de bicicletas, o padeiro, aos quais se juntavam alguns empreiteiros de estradas que se dedicavam a esta actividade desde o fim do século 19 e suas correspondentes equipas de capatazes e trabalhadores especialistas de trabalhos de estradas com actividaes que cobriam o Algarve e todo o Baixo Alentejo.
Esta massa de gente, grande parte chegados de França combatentes de La Lys onde tinham visto e adquirido novos conhecimentos de actividades sociais, organizaram-se, associaram-se, criaram e fundaram uma Sociedade Recreativa Gorjonense em 1943. Inicialmente a SRG teve também, a sua actividade recreativa (bailaricos, festas) e cultural (récitas, jornais e telefonia), precisamente nos "altos" da casa amarela.
O Alto tornou-se rápidamente na centralidade comercial e social do sítio até hoje.


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terça-feira, junho 17, 2008

MARAFAÇÕES LX


PRÓS E CONTRAS FUTEBOLÍSTICO

Afinal o prós e contras futebolístico desta noite pouco mais foi do que uma discussão à volta da "maneira de ser português". Nesse aspecto a discussão teve momentos interessantes, e claro, a nossa maneira de ser (ou educação) também conta e muito para o nosso olhar e sentir o futebol.
Todos acabaram por confessar que vibram e sentem alegria pelas victórias da selecção portuguêsa, mesmo os menos aficionados, como portuguêses que se identificam com as representações que reforçam o símbolo Portugal no mundo.
E não podia ser de outra maneira, porque dada precisamente a nossa maneira de ser, exorbitamos de fervura com as victórias, que tomamos por feitos, e de igual modo auto-desprezamo-nos face ao desapontamento da derrota, num descontrole tal que mais parece que praticamos uma imolação em sacrifício da alegria se sim e da morte se não.
Também eu que não dou um cêntimo para o futebol, que se vem desenvolvendo e matando como negócio de futebolismo, dou um salto na cadeira quando Portugal marca para ganhar. E foi precisamente de futebolismo que quase nada se falou, para além do caso das fastidiosas horas e horas de transmissão televisiva acerca das pernas, da comida e das mulheres dos jogadores. Não se falou, sobretudo, na questão do futebolismo puro e duro que é a perversão de: dirigentes, jogadores, claques e demais gente que sentada à mesa do futebolismo aufere rendimentos escandalosamente pornográficos comparados com padrões normais noutras profissões mais nobres. E, contradição das contradições, alienação pura e dura, essa gente é chorudamente alimentada, precisamente à custa da grande maioria de gente simples que tira da casa, da educação, dos filhos ou da própria boca para ir deitar nos cofres milionários do futebolismo.
Mas o futebolismo continua a fascinar multidões plasmadas nos estádios, praças e jardins porque ainda mantém algum do elemento "jogo" com a sua magia e intrínseca imprevisibilidade, onde o mais fraco pode "bater" o mais forte desforrando-nos das nossas misérias e fraquezas quotidianas. Contudo o futebol jamais poderá ser apontado como exemplo de "cidadania europeia" como faz VPV( Público de 14), porque o futebol é regido por um estado dentro dos estados europeus, com regulamentos e justiça própria, não dá contas ao "povo" nem ao povão do futebolismo; isto é, tem pouco de democracia que tanto exigimos à Europa.

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segunda-feira, junho 16, 2008

MARAFAÇÕES LIX


SER OU NÃO SER DEMOCRÁTICO

Além dos anti-união europeia que, evidentemente, soltaram logo o grito rejubilante de "tratado morto", parece haver muita gente europeista que titubeia e pensa que respeitar a democracia é apenas respeitar o voto da Irlanda. Claro que também é respeitar o voto dos irlandeses e a Europa deve precisamente compreender integralmente o sentido do voto de quem rejeita claramente o novo tratado. Contudo os irlandeses também devem reconhecer o direito dos outros países decidirem democráticamente, entre eles, avançar com o tratado respeitando precisamente a vontade de quem não quer ser submetido a tal tratado.
Caso os outros países decidam avançar com aquele tratado, que foi acordado por todos e não é contra nenhum signatário, será um acto democrático superior, porque respeita a vontade das duas partes e não a parte a obrigar a outra e o todo. Uma parte, e para mais uma pequena parte, obrigar a sua vontade ao todo é que contraria o princípio fundamental da democracia: participação de livre vontade de forma expressa, clara e interessada e jamais contra vontade, por coacção ou imposição de uma parte sobre outra ou outras.
Por conseguinte os países que decidam avançar por que entendem isso o melhor para a actual situação global da Europa face ao futuro do mundo próximo, devem convictamente aplicar a sua visão e estrtégia, respeitando e não interferindo na estratégia dos outros, e não ligar aos falsos moralistas ou beatos oportunistas para quem a democracia só o é quando corresponde às suas opiniões.
Raramente é tão justo como neste caso a aplicação do democrático ditado popular "amigo não empata amigo".

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sábado, junho 14, 2008

MARAFAÇÕES LVIII


PRESIDENTE BAMBO

O PSD na AdaR acusou o governo de não prever e preparar-se para a crise dos combustíveis e podia ter invocado, em sua defesa e honra de uma boa e alta visão preventiva, o distinto exemplo do presidente vivaço Macário. Todos os portugueses ouviram impressionados e os algarvios espantados com a previsão proféctica de abastecer a frota camarária em Ayamonte, Espanha, logo ao abrigo de qualquer má previsão governativa deste lado da fronteira.
O presidente paroquiano foi um verdadeiro adivinho ( terá consultado o dr prof Bambo?), previu tudo ao milímetro, até os milhões de cêntimos que ia poupar. Mas como pequenote que é também pensa rasteiro e pequenotemente, não lhe passa pela cabeça que no mundo globalizado as crises, e as oportunísticas tentativas de aproveitamento de quem está em posição de tirar partido delas, não têem fronteiras e repercutem-se com igual frequência e amplitude entre países vizinhos e afastados de forma concertada.
Será que o camacário presidente vai fazer novas contas e novas consultas ao Bambo?

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sexta-feira, junho 13, 2008

NOTÍCIAS DO FUTEBOLISMO V


TV GOLEADAS

Ainda há momentos nas notícias tv da meia noite à uma o resultado do Holanda-França foi de 9 a 2 na sic mas vi outros de 12 a 3, 16 a 4 e noutros canais os resultados variam dentro destes valores conforme o tempo disponível para encher tempo de entena, chouriços e a cabeça dos portugueses futebolismodependentes. Os golos em tv são dados às cabazadas tal qual os "compromissos" comerciais comummente ditos anúncios.

HORAS KMS VELOCIDADES

Depois da fabulosa tábua electrónica de fazer bolinhas e riscos para confundir ainda mais as trapalhosas explicações de cátreda tola do afofadinho da sic, somos presenteados com os minutos de posse de bola, os kms percorridos e a velocidade máxima atingida por cada jogador em campo. Os portugueses que já são todos altamente treinadores sábios de futebolismo vão agora também ser altamente sábios preparadores físicos.
E por acaso não nos poderiam fornecer a estatística das horas de fachada, dos kms de língua percorridos e a velocidade labial do palavroso chefe do trio d'ataque da rtp?

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quinta-feira, junho 12, 2008

MARAFAÇÕES LVII


PEDIDO

Notícia do "CM" de ontem informava que "uma equipa de urologistas, andrologistas e cirurgiões espanhóis conseguiu realizar a primeira reconstrução completa de um pénis, devolvendo ao homem a capacidade de urinar em pé, de ter orgasmos e de ejacular".

Face à forte tentação de agrupamentos poderosos de aproveitamento da fraqueza do país perante a crise actual, pede-se encarecidamente que aquela equipa de médicos espanhóis se desloque rápidamente a Portugal para fazer igual operação ao governo português.

Se Espanha já nos abastece de tantos serviços gostosos e é para os portugueses a boa referência para tudo, que faça juz à fama e amizade abastecendo urgentemente o nosso governo do instrumento capaz de rijeza muscular e pontaria para endireitar e pôr de pé o país. Depois das operações às cataratas a Cuba, dos caramelos, sumos, hortaliça e gasolina a Espanha, dos professores, dos camionistas, dos pescadores, ou o governo se providencia com o tal instrumento adequado para ejacular tais coisas da vida dos portugueses ou estes vão todos, individualmente, fazer tal operação espanhola e de ejaculação em ejaculação fazer parir outro governo.

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sábado, junho 07, 2008

MARAFAÇÕES LVI

PALRADOR ENTRE PALRADORES

Ontem VPV, no comentário da tvi face à desfigurada MMG, também grande fingidora das dores alheias, sobre os feitos da actual governação dizia (cito no sentido da idéia dado que o faço de memória) :
- Falhou redondamente e depois atira as culpas ou para a herança dos governos passados, ou para a crise externa, ou para o mundo, etc., nada de mau é com o governo, para este vivemos no mundo perfeito, etc., etc., e portanto o governo está morto e acabado.

Depois, questionado sobre o facto do PM dizer que estava determinado a enfrentar a crise actual, respondeu:
- Enfrentar como? Não fez nada, não fez as reformas precisas, não fez crescer a economia, não preparou o país para dificuldades. É só conversa, não vai enfrentar coisa nenhuma, e depois o que pode ele fazer se a crise é europeia, quase geral e cujas causas ele não controla nem pode intervir minimamente nelas?

Ainda antes sobre a questão de Manuel Alegre e a sua participação na festa bloquista, dizia que dali tinha saído zero de soluções para os problemas actuais do país e que daquela esquerda bem pensante moralista levantam-se sempre alto a proclamação dos valores sociais e a defeza exigente do bem estar contra a pobreza, mas jamais saem receitas práticas como alcançar tais desejos em liberdade democrática.

Foi, grosso modo, mais do mesmo que já tinha dito também ontem no Público. Que ninguém fez nada, ninguém faz nada, apenas desculpas de que a crise é mundial e vem de fora, mas para explicar se e como enfrentar a crise, como está em directo e já se esqueceu do que disse anteriormente, lá vai dizendo que não se pode controlar o que é imposto do exterior.

Quem tem acompanhado o percurso político de VPV sabe perfeitamente qual a sua contribuição activa, de sábio e inteligente como é apresentado pela locutora, para o avanço político-democrático e social da sociedade portuguesa. Sabe, porque não tem outras provas, que VPV é mais um e tal qual, como os tais das festas de bem falantes moralistas, ou seja mais um palrador entre os muitos palradores que sabem tudo o que é mal feito, sabem tudo o que está mal, sabem apontar a dedo (a letra de forma, ou de boca) todos os males, conhecem a fundo todas as causas do mal do país, só não são capazes de sujar as mãos, pegar no país e transformá-lo nesse sonho pensado.

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sexta-feira, junho 06, 2008

MARAFAÇÕES LV



VERGONHAS ALGARVIAS

1.- Eleições no PSD

Foi com espanto que soube que Santana Lopes ganhou no Algarvre, tal qual como na Madeira, as eleições como candidato à presidência do PSD. Apoiado por Bota, seu par deputado e eterno candidato a lugares, que inicialmente dava o seu apoio a AJJ caso este se candidatasse, o ex-presidente da CML e ex-primeiro ministro incompetente e sem qualidades para baixos cargos quanto mais para altos cargos de responsabilidade, consegue 30% de votos dentro do partido. Significa isto que, ou por oportunismo ou por analfabetismo político uma grande parte de portugueses ainda são convencidos, acreditam e são arrastados pelo palavreado vazio aprendido no discurso da retórica política durante muitos anos à custa do erário público. E para vergonha nossa é aqui no Algarve que tal político, que ao contrário de Midas transforma em merda tudo que toca, é desejado para uma nova tentativa de chegar a PM e voltar a governar rodeado dos cem microfónes ávidos de novela e das cem santanetas louras secretárias e assessoras que com ele despacham.

Verdadeiramente um franco mau sinal de como os portugueses e, pior, os algarvios andam desatentos politicamente. Assim arriscam-se, caso volte a referendar-se a regionalização, de novo ou votarem contra ou a favor de um vulgar caçador de lugares. O Bota, apoiante de AJJ e Santana, anda desesperado e já criou há tempos uma associação de adeptos que controla para estar na frente da linha de partida para chegar ao poleiro.


2.- O Albergue Espanhol

É uma alarvidade espantosa como um presidente de uma Câmara Municipal de uma Cidade de Portugal se arroga usar televisiva e nacionalmente da maior esperteza palerma de que há memória, ao mostrar a sua grandeza de português saloio exemplar, anunciando como sábia, a ideia de passar a encher os depósitos da frota camarária em Espanha.

E não só o disse como o fez e agora os carros ostentando a marca camarária andam num carrossel entre Tavira e Ayamonte. Uma maravilha da bestunta sagesa do camaral presidente e, certamente uma risota para os espanhóis conscientes. Com tal contributo patriótico vai poupar anualmente, calculem, à Câmara e aos portugueses a astronómica quantia de cem mil euros (vinte mil contos). Este presidente ( com p minúsculo pequenissimo) que já foi Secretário de Estado, e que foi persona fundamentalista com o ambiente e sobretudo com o fumar, tem sido político próximo das chefias partidárias e pode vir a ter, novamente, responsabilidades a nível de governo, que autoridade moral pode ter tão mesquinha persona para exercer um cargo de Estado e exigir responsabilidades sociais, moderação ou sacrifícios aos portugueses?

Com tal exemplo está convidando todos os portugueses a fugir ao esforço da contínua manutenção, preservação e construção progressiva do país. Trata-se da aplicação típica da velha maneira portuguesa: os outros que paguem a crise. E se com tal exemplo um dia os munícipes também decidem ir buscar a água ou morar para lá da fronteira porque são mais baratos quer o IMI quer a água quer as taxas de saneamento, licenças, etc.? E porque razão os munícipes não poderão exigir contratar um presidente lá fora porque são mais baratos e de melhor qualidade?

E para vergonha nossa tal presidente é algarvio e pode não ter votado Santana Lopes, contudo a sua mentalidade anãzinha e sua actitude anti-social e oportunista é tão perdidamente incapaz como aquele.

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terça-feira, junho 03, 2008

RABISCOS DE UM POETA


RABISCADOR DE POESIA

Francisco Viegas Dias, que assinava as suas quadras, ou "quadrismos" assim lhes chamava, como Francisco Dias Bexiga e era conhecido de todos apenas como "O Bexiga", tem desde o dia 31 de Maio de 2008 a sua poesia, feita dos farrapos da sua vida, impressa em livro. Saído quase analfabeto da instrução primária salazarista, o seu vocabulário era restrito e o pensamento estava limitado às expressões, ditados e analogias de uso comum rural. Mas estas limitações que são importantes para a poesia académica elaborada, não são impecilho e pouco contam para uma genuina veia poética popular como acontecia com o Bexiga. Ele, mesmo com as palavras simples dos rurais "montanheiros" do Barrocal Algarvio, conseguia transmitir com clareza juizos sociais e morais e conceitos de vida entre o ser e o ter, tirados da própria experiência de toda a sua vida tentar ser livre (libertário), mesmo sabendo que em troca o esperava o trabalho duro, miséria e fome.
O Bexiga foi inteiramente coerente com a sua filosofia de vida que desprezava as riquezas em benefício do prazer de viver sem cuidados do futuro. O futuro para ele não ia além de estar vivo no dia seguinte. A sua preocupação com o futuro limitava-se a imaginar como ganhar em cada dia os tostões para o pão e vinho diário, especialmente o vinho em goladas de "nossas senhoras". Face ao seu decadente modo de vida, os piedosos expressavam pena ou desprezavam-no, jamais podiam entender que o olhar de poeta à vida não está virado para o corpo mas para alma.
Este conceito poético, da supremacia do valor do espírito sobre o corpo, que o poeta cumpriu integralmente até no seu propositado abandono à morte, está bem patente na quadra "PARA NÃO TER MORTE INSTANTÂNEA", na qual o mote diz " Quem comer uma vez por dia/E andar como nasceu/Vive com mais alegria/Do que aquele que morreu." A partir deste conceito que tem implícito o seu modo e pensamento de vida, ele faz uma crítica mordaz e algo cínica sobre os que morrem de fartura e aqueles que, como ele, comem apenas para não morrer no dia a dia, patente nos versos, "Ter uma cama de palha/Sem ter mantas nem lençóis/Cantar como os rouxinóis/É assim que se agasalha.", referindo-se aos miseráveis enquanto aos abastados mortos dizia, "O pobre morto abastado/Na sua vida passada/Morreu, já não conta nada/Guardou para ele o pecado." O pecado da gula do ter, do património gordo.
As suas quadras têm todas elas um sentido crítico severo, quer acerca dos ricaços pacóvios que o desdenhavam, quer acerca de episódios estranhos ou imorais acontecidos no lugar ou nacionais muito falados, contudo a sua linguagem poética nunca era malidizente, despresiva ou ofensiva. Envolvia sim, sempre, uma insinuante sageza malidicente e cínica, quase sempre pouco perceptível para o criticado dada a sua habitual boçalidade. Neste aspecto o Bexiga tornou-se exímio. Era a sua vingança, mesmo assim fazia-o com idéias e beleza poética.
Agora o Bexiga tem o seu livro editado, e não porque fizesse por isso, mas porque, passados vinte e cinco anos após a sua morte, o povo da freguesia renconheceu a sua poesia como valor acrescentado à sua identidade. Ainda por cima enriquecido com as ilustrações do mestre pintor gorjonense Adão Contreiras que concebeu imaginativas composições do Bexiga com a bicicleta e canastas de vender berbigão e do seu retrato a traço livre do Bexiga com o seu tradicional "chapéu às três pancadas".
Pelo livro, pela bela placa colocada no Rossio da aldeia, pelo reconhecimento colectivo do mérito da sua obra, o Bexiga voltou ao nosso convívio e "passou a contar" entre os seus conterrâneos.

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