sexta-feira, fevereiro 21, 2014

ESCROQUERIA

O insuportável escroquerismo deste governo consiste precisamente em anunciar ao povão que o país vai ser ou tornar-se naquilo que já era, foi, e é ainda resto deixado pelo governo anterior. E deste modo, mudando o palavreado para fingir que é novidade, apropriar-se das inovações e dos resultados de elevados valores acrescentados idealizados e realizados pelo governo anterior. 
Sem ter tomado uma única medida de sua lavra para o país ser algo mais, sem ter acrescentado uma unha sequer ao que herdou, sem ter feito um único investimento público nem trazido ao país um único investimento privado, pelo contrário, tendo-se limitado a destruir e empobrecer o país sob o tema de ensaio laboratorial da "destruição construtiva", os escroques, perante eleições próximas, anunciam ao mundo os avanços, inigualáveis na Europa, das exportações e anunciam mais exportações como sendo milagres seus, isto é, face ao novo período eleitoral estão de volta ao conto do vigário, outra vez.
Hoje no correio da manha o moreirinha, o cara e fala de santinho sonso, veio declarar que Portugal deve tornar-se exportador de energias renováveis. A manobra de engano foi estudada e está em marcha sua encenação: agora anuncia-se que temos de exportar energias renováveis e daqui a dias aparece a notícia da exportação e o moreirinha virá cantar a grande vitória do ministro ambiental.
É, usando deste escroquerismo mal dissimulado, que se vangloriam das exportações de combustíveis como se a nova refinaria de Sines fosse obra sua ou por si impulsionada, que se vangloriam das exportações de pasta de papel como se a nova fábrica de Setúbal fosse obra sua ou impulsionada por si, que se vangloriam das exportações agrícolas como se o Alqueva fosse obra sua ou impulsionada e concretizada por si, que se vangloriam da extensão ao mundo inteiro das exportações portuguesas como se tal alargamento tivesse sido iniciado, incentivado e promovido por si e não pelo governo anterior, que vendem o "magalhães" às escondidas por vergonha de agora serem obrigados a bendizer do que antes diabolizaram, que se vangloriam da produção actual de sapatos, automóveis e outros produtos de elevado valor acrescentado, escondendo que no "despesismo" do governo anterior consta a grossa fatia na ajuda aos respectivos sectores, quando rebentou a crise, o que permitiu salvá-los.
Por meio de uma mentira sempre repetida, ampliada e martelada pelos media cada vez mais no bolso, já se apoderaram, como autores, daquilo que outros realizaram. À catadupa de valiosas inovações e realizações que, essas sim, estavam mudando o país pelo engrandecimento e não pelo empobrecimento, os escroques chamavam propaganda. Hoje à propaganda pura e dura e, dada a falta de uma única realização nova de valor para mostrar ao povo, por encenação e repetição permanente de quadros intelectuais mentirosos apropriam-se das realizações dos outros, sem pinga de vergonha e querendo fazer-nos passar por parvos.
O pantomineiro paulinho, o grande realizador de obras para microfone e amplificador, o faz-tudo sem fazer nada, todos os dias se apropria do que o governo anterior lhe deixou feito e antes diabolizara.
Agora é o santinho moreirinha que está numa teatral tomada de apropriação, da criação do cluster exportador de indústrias e produção de energias renováveis pelo governo anterior,  em proveito da elevação deste governo a escroque-mor.

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quarta-feira, fevereiro 12, 2014

OS SÁBIOS HÁ 2600 ANOS E OS NÉSCIOS HOJE

Tales, de Mileto, colónia grega da jónia na costa asiática, foi o primeiro pensador considerado sábio e filósofo da cultura clássica grega e ocidental.
Enquanto no continente grego, o conhecimento e a ciência se confundia ainda com a mitologia e se continuava agarrado àquilo que tinham ensinado Homero e Hesíodo, em Mileto já havia quem tivesse dado aposentação aos deuses e suas lendas e fundado, na observação da natureza e a título experimental, a primeira escola filosófica grega, a naturalista. Quem primeiro libertou a cultura das mãos dos sacerdotes e a tornou céptica e sujeita ao exame crítico do livre pensamento, decretando assim, a morte dos deuses e longa vida ao racionalismo científico, foi Tales,
Sendo de ascendência fenícia foi também estudioso das observações e conhecimentos avançados, meteorológicos e astronómicos, dos antigos babilónios. Deste modo dedicou-se à astronomia e previu o eclipse do Sol a 28 de Maio de 585(a.C.). Também a ideia de que os terramotos têm algo a ver com a temperatura, hoje em dia tida em consideração pelos geólogos, foi obra de suas observações e estudos.
Muito viajado, como aliás grande parte dos sábios clássicos gregos na época, conta-se que no Egipto ensinou como medir a altura das pirâmides por um método que revelava um conhecimento já único das figuras geométrica e suas relações de medida e proporcionalidade que seria, posteriormente, a base da geometria de Euclides.

Colocando um pau ab, de medida conhecida, na ponta da pirâmide, a relação entre ab e a sua sombra cd é a mesma que entre a altura da pirâmide be e a sua sombra de, isto é: ab:cd = be:de.
Como o comprimento ab do pau é conhecido, os comprimentos cd e de podem ser medidos no solo, então podemos determinar, pela geometria e matematicamente, o valor be, altura da pirâmide.
Também lhe são atribuídos os seguintes teoremas:
1. Um círculo é cortado a meio pelo seu diâmetro.
2. Os ângulos de um triângulo de lados iguais são iguais.
3.Os ângulos que formam duas rectas que se cortam perpendicularmente são iguais.



No plano filosófico Tales é o primeiro pensador que tenta dar uma explicação física do universo. O ponto capital das suas ideias é que não se preocupou em procurar um criador transcendente para o cosmos ou universo físico. O seu grande mérito consiste em ter sido o primeiro a questionar a origem das coisas tal como são e se apresentam na natureza, não recorrendo a um deus ou deuses criadores, como na teogonia hesíodíaca, mas sim a uma espécie de princípio vital comum a toda a matéria.
Questionado sobre qual a empresa mais difícil para um homem respondeu; - conhecer-se a si próprio-
E sobre qual era a mais fácil disse: - aconselhar os outros -.
Acerca do que entendia por Deus respondeu: - aquilo que não começa nem acaba -.
 
Em 546 (a.C.),Mileto foi anexada pelos persas e Tales teria dito que a coisa não tinha importância porque as culturas e os impérios não são mais que formas passageiras da alma imortal. Contudo os seus compatriotas, que sofriam tal escravização e dependência, não foram da mesma opinião e rebelaram-se mais tarde. A escola de Tales em Mileto continuou com o seu discípulo Anaximandro que afirmou que a lua tinha uma luz falsa e era iluminada pelo Sol. Mas Anaximandro é o autor da observação de que o Homem precisa de mais tempo para crescer do que os animais. Isto provava que se o Homem tivesse sido sempre como é agora, não poderia ter subsistido na sua luta pela existência, e daqui concluía que o Homem tinha de ser descendente de um animal mais primitivo.
 
Este pensamento é pertinente tendo em atenção a diversidade de ser, estar e pensar português. Basta pensar que os nossos primeiros reis, desde o Séc. XII, até D.Diniz nem sequer sabiam ler e escrever quanto mais ter ideias próprias. E observar como ainda hoje, em democracia, a par de governantes cultos e de elevado sentido humano temos outros néscios e ineptos ainda imbuídos de elevado instinto animal. A prova de que não só descendemos todos de animais primitivos mas que uns descendem de animais mais primitivos de que outros.

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