sábado, maio 26, 2012

A HISTÓRIA DOS HOMENS


É a mais velha história do mundo

Esta: os maiores mentirosos são aqueles que mais acusam os outros de mentir.

Valupi


Há muito tempo que medito e concluí que quem é useiro e severo a suspeitar e acusar o outro sem haver acto visível ou fundamentado credível para acusação, revela mais sobre si, sobre o que ele próprio faria caso estivesse no lugar do outro que acusa.
Quando se é ligeiro e repentista a apontar o outro de uma maldade, revela que ele, o próprio indignado, no lugar do outro cometeria essa tal maldade. O nosso pensamento resulta de um diálogo interior entre o facto ou acontecimento e a nossa memória histórica, isto é, entre o facto surgido e o que nós faríamos perante tal situação. E quando alguém aponta o outro como tendo feito tal ou tal coisa é certamente porque no seu diálogo interior, esse alguém concluiu que no mesmo lugar e situação do outro teria procedido de modo igual.
Claro que há o jogo de necessidades, interesses e a boa formação intelectual, ética e moral para formar o pensamento e elaborar uma opinião em determinado sentido: isso é notório na desgraça, na política ou nos negócios onde a dissimulaçao, retórica e sofistica é notória. Contudo a propensão para um individuo ser “acusador” arruaceiro revela o arruaceiro que se esconde em tal acusador.
Confesso que tais pessoas existem em abundância, andam por aí em grupos e aos magotes e metem medo a todas as pessoas honestas.

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segunda-feira, maio 21, 2012

TROIKANOS


Ongoing - Loja Mozart - SIED - TVs - Jornais - Pingo Doce - Continente - Empresários;

Estes donos de pequenos mundos mas senhores de grandes interesses e ambições oportunistas, puseram os microfones, as câmaras, os transportes, o poder do dinheiro, a logística objectiva e subjectica ao serviço de esperas, manifestações histéricas, comissões de inquérito inquisitoriais, acusações conspirativas, e por fim à incrível união de votos de extremos opostos.

São os criadores autorais dos Relvas e Passos Coelho e mães do empobrecimento por doses sucessivas de austeridade à bruta.
E agora espantam-se e perguntam como foi possível chegar ao actual estado das coisas ou, como diz o idiota, do "coiso".

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quinta-feira, maio 17, 2012

CINEMA NOS GORJÕES

Trata-se de uma visita às figuras conhecidas e típicas que frequentavam o Alto e também aos ambientes rurais do Barrocal ligados aos trabalhos da terra e ainda muito vivos nos anos 50-80 do Séc. XX.
E ambientes de praia com Quarteira dos anos'50 ainda com o seu arraial de barcos sobre o areal e pescadores lavando as redes na praia juntamente com os "banhistas".
Inclui o filme conversas com histórias imperdíveis contadas com a alegria e vivacidade incríveis da Ti Maria do Sobrado aos 92 anos de idade, com o inimitável contador de histórias Ti Carrusca da Palhagueira sobre as suas façanhas em África (Moçambique) e com o impagável António Helena Baptista, o "António das Papas", na sua pureza e jeito genuínos e fala única inigualável que nos faz imaginar um personagem da comédia de Aristófanes ou uma figura da Idade Média.

Um filme de Adolfo Contreiras com imagens de Wenceslau Pinto e Adolfo Contreiras, no dia 20 de Maio, domingo, no Salão da antiga SRG no Alto às 17,30 horas. Entrada livre.

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terça-feira, maio 15, 2012

MEMÓRIAS DOS ANOS IIL, 1963 - 1967

MEMÓRIA IIL, 1963 – 1967

Intervalo de tempo repleto de sonhos infindáveis
repletos de intervalos repletos de vida formidável
repleta de desejos felizes incontidos fecundados
na indomável juventude sem impossíveis
idos directos à alegria de viver e ser jovem único
irrecusável às mulheres, imbatível no amor,
impenetrável à dúvida, invencível nos estudos.
Intervalo de tempo de combate total pelos sonhos,
ninguém nos podia vencer:
nem o cálculo vectorial do ga(y)seado Nuno Fonseca
nem a química do vaidoso Galvão
nem o desenho de máquinas do lunático Americano
nem a física especial do mais poderoso Ajax
nem os ensaios e medidas do pontos no ii do Cardeal
nem a electricidade do nanha deltaX
nem as máquinas a vapor e combustão do inimitável Preto
nem as máquinas eléctricas do dandy Rufino
nem a resistência de materiais do receitas ferrosas Penin
E muito menos as instalações eléctricas,
ávida e gostosamente dissecadas, absorvidas às gotas
e ruminadas letra a letra, número a número, esquema a esquema,
matéria sabiamente dada e explicada com luminosidade
brilho e bondade ímpar, pelo inultrapassável Chagas Gomes.

Encontrado perdido no computador há anos.
Tentado enviar para ser lido no jantar de curso 1963-1967 do IIL do passado dia 12, mas que parece não ter chegado a partir da origem.

Para o efeito da intenção de envio, aqui fica registado.

José Neves
Gorjões, 08.05.1998

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segunda-feira, maio 07, 2012

A FISGA MERCEEIRAL


Os grandes merceeiros santos e belmiros passo a passo já são senhores absolutos da distribuição em Portugal e consequentemente senhores de destruir, espezinhar e humilhar quem ouse opor-se-lhes. Com a chegada ao poder dos que financiaram e apoiaram comicieiramente na rua e tv os quais lhes dão agora total liberdade e àvontade, podem finalmente fazer demonstrações de força junto do povo arruinado pela austeridade.

O primeiro mal e o pior para o país foi a destruição total do tecido social de Lugares, Aldeias, Vilas e Cidades, secando o país das suas forças-vivas e mais activas na defesa, construção e progresso dos patrimónios vivos e culturais desses locais. Ao deixarem semear Portugal de shopingues secaram e desertificaram as raizes e mais fecundas fontes de forma de vida em comunidade social.

Sob o pretexto de criação de postos de trabalho, que autarcas pouco sérios ajudaram a tornar-se discurso dominante, onde havia pequenos negócios e empresas familiares que constituiram o tecido de forças-vivas que davam vida e harmonia social aos Lugares, Sítios, Aldeias e Cidades, tornaram-se dormitórios de empregados de caixa mal pagos, com horários de trabalho forçado, de baixa qualificação escolar, gente sobrecarregada obrigada a viver "à parte" ou "apartada" num individualismo de vida de "apartamento", que mal convive com a própria família, quanto mais...

Provavelmente, por cada posto de trabalho desumanizado criado num shopingue, fechou uma pequena unidade familiar de pais para filhos, casas centenárias ou com dezenas de anos a prestar serviço social local e a ajudar à sobrevivência de muitos sem pão. Nos shopingues não há "livro de apontar", paga logo ou não leva, não consegue amizade e ligação pessoal para obter o estatuto de confiança de mandar "apontar no livro" para pagar mais tarde ou quando puder.
Imagine-se o país em caso de catástrofe ou guerra como em 1939-45 e respectivo tempo de "racionamento" de bens essenciais, quando as "vendas" espalhadas, das cidades aos lugares mais recôndidos, tomaram o papel de autentica assistência social local.

O resultado de tal "progresso", está cada vez mais à vista e agora com a demonstração de força e poder levado a cabo pelo merceeiro, imagine-se a ironia, dito pingodoce ficou a nu que tal poder se tornou uma arma de assalto apontada à bolsa do necessitado.
Mas o que aconteceu mostrou também toda a potencialidade de igualmente se poder tornar uma arma de ripostar sobre o grande merceeiro grande inventor de grandes e falsos eventos: o brutal constante aumento de povo em elevado ou total estado de necessidade, pode fazer lembrar a esse mesmo povo que tal assalto para-ordeiro às prateleiras de agora, que tal caso prefigure um ensaio para assaltos mais ousados e violentos, com ou sem polícia.

O segundo mal, que deriva da posição dominante dos ditos merceeiros é o espezinhar e esmagamento da população que trabalha a terra e produz os bens em Portugal.
Se podem vender 50% mais barato e apenas é damping em um ou outro produto, isso significa que vendem normalmente com margens acima desse desconto praticado num dia. E fica evidente que se tratou de uma armadilha para obter mais consumidores que vão pagar com língua de palmo nos restantes dias do ano, pois caso contrário, punham os preços algo mais baixos todos os dias do ano e não apenas um dia alvo.

Os produtores, submetidos à tirania do mercado dominado quase em absoluto pelos grandes merceeiros a quem vendem a totalidade da produção, não têm saída que sujeitar-se aos preços e outras sujeições como pagamento dilatado, borlas para exposições e promoções, etc., que contribuem sempre para baixar preços ao produtor e aumentar margens do merceeiro.
Enfim, uns trabalham para a sua própria ruína enquanto outros estudam e planeiam como viver à grande e à custa dessa ruína dos trabalhadores da terra; talvez o trabalho mais digno sob o céu.

Aliás o grande merceeiro, o patrão belmiral, também arranjou a sua armadilha para enganar o povo inocente: faz frequentes descontos iguais em vários cabazes de produtos seleccionados à lupa, sobre a maioria dos quais aumentou o preço no valor do desconto propagandeado que fica "em carteira" na caixa do merceeiro.
Na prática o povo não só não tem desconto como paga à priori o que só mais tarde tem de ir buscar ou perde o direito ao desconto. A manigância é obra de uma dupla assaltadela ao consumidor: paga de avanço financiando o merceeiro; fica obrigado a voltar, uma fidelização total; e se não volta ou se esquece, ou não vai porque foi uma pequena compra, perde o desconto em carteira, pelo que só esta receita de "perdidos" dá para baixar preços a um ou dois produtos do tal cabaz para simular a ilusão enganosa de que há baixa generalizada de preços naquelas compras "encabazadas" ao centimo.

Para combater esta ilusória manobra enganosa do belmiral o santos inventou o dia do desconto à bruta e depois pagar à bruta todo o ano. Duas manigâncias distintas para obter o mesmo objectivo: enganar o cliente com ilusões de cigano.

O terceiro mal com fonte no domínio dos donos dos shopingues e distribuição de bens de primeira necessidade, é o poder de poder humilhar os próprios trabalhadores e demais povo necessitado quando lhes apetece, por sadismo ou por vingança ideológica de classe.

Sabe-se pela leitura da História que o domínio do poder absoluto levou sempre a abusos semelhantes, mas sabe-se igualmente que tais abusos são perigosos e alguns deles ficaram registados como momentos de ruptura que fizeram pagar caro tais abusos e abusadores.

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