terça-feira, novembro 30, 2010

HERÓIS COMO OUTROS


Ainda não são governo e, como prevenção à falta de ideias, já estão lançando para discussão de entretenha dos portugueses mais uma comissão ao caso "Camarate".
A direita mais à direita não quer ficar para segundo plano quanto à sua galeria de heróis. Mais, afirma até que motivo mesmo de atentado era o seu herói.
E se, hoje em dia, qualquer militar em serviço lá fora, morto em acidente, é tratado como herói nacional, por motivo de força maior o deverá ser um ministro. Ou a lógica passa a ser uma batata, pensarão.

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sexta-feira, novembro 26, 2010

INVENCIBILIDADE


Locutores e especialmente comentadores desportivos fala-barato ou palradores de palavreado fácil dissertam a torto e direito sobre a invencibilidade de clubes nas competições de futebol. Dizem, impantes de sábia basofice futebolística, que: o clube A mantem a invencbilidade na Liga; o clube B mantem a invencibilidade no seu campo; o clube C mantem a invencibilidade este ano; o clube D, E, F, etc., mantêm a invencibilidade nisto e naquilo.
Ora uma invencibilidade não tem limites de tempo, não é uma coisa que se mantenha hoje e amanhã não, que se possua um tempo e outro tempo não, que exista intermitentemente. Uma invencibilidade não é vencível ou, como é evidente, não é possível vencer o que por definição é invencível. Se um clube fosse senhor de invencibilidade nunca seria vencido e já teria ganho antes de ir a jogo. Uma invencibilidade é uma imutabilidade, é um atributo do ideal de Deus.
Correto será dizer-se que uma equipa mantem-se imbatida ou mantem-se sem perder desde tal situação temporal, local ou outra. Mas falar de manutenção de invencibilidade é fomentar um paradoxo para embelezar uma pomposidade característica da palavrosa palratória futebolística nacional.

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quarta-feira, novembro 24, 2010

COMPRAR EM VEZ DE CARPIR

Estima-se que se cada português aumentar o seu consumo em produtos nacionais em mais 150 euros/ano, a economia crescerá acima de todas as estimativas e criará postos de trabalho.
Ponham o mail a funcionar. Será uma grande ajuda (a Portugal).
Dê preferência aos produtos de fabrico português.
Se não sabe quais são, verifique no código de barras, todos os produtos produzidos em Portugal começam por 560.

UMA IDEIA DO BLOG "CÁ CALHARÁS"

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sexta-feira, novembro 19, 2010

ASAE: O ÚLTIMO A FECHAR A LUZ


Os homens sombra sem rosto, sem memória nem história da fúnebre asae, chegaram indefinidos pela calada e fecharam a única porta aberta ao público neste Lugar de Gorjões. Já o tinham feito antes relativamente à cinquentenária mercearia do Alfredo, agora atacaram a centenária casa que foi sucessivamente taberna, taberna-sapateiro, taberna-casa de bicicletas e era actualmente um café de tipo rural.
A única porta, hoje em dia, diariamente aberta à reunião e convívio dos habitantes locais, também nascida em 1915 como primeira casa aberta ao povo como taberna de vinho e aguardente encerrou, hoje dia 19.11.2010, por ordem dos guadiãos das mãos limpas alheias. Não interessa a história quase quase centenária desta casa, a sua importância social ao longo de anos e anos e ainda hoje, o facto de estar localizada em zona rural de costumes e hábitos diferentes da Cidade, de ser como é hoje há mais de 30 anos, de nascer e existir antes de qualquer asae e dos homens polícias de costumes que determinaram o encerramento.
A democracia segundo a asae é a obediência obrigatória sem recurso, não há hipótese de mínima consulta aos habitantes locais se se sentem ou não incomodados com os móveis existentes, com o assépticismo praticado, com a qualidade das bebidas servidas, se lhes faz falta ou não água quente no WC, a sexagenária "RETRETE" pública. A asae não tráz um plano de mudanças graduais com ajuda própria para o pequeno comércio que conta cêntimos como capital: nada disso, manda fechar e apresenta uma listagem de obras e, faça-se custe o que custar.
Proibiram os filhos dos habitantes de fazer casas de habitação nos avoengos terrenos familiares como sempre fizeram pais e avós, em benefício da construção de dormitórios sem identidade na Cidade. Fecharam as velhas mercearias rurais que foram socorro e segurança social no tempo do racionamento e da fome, em benefício dos novos falsos atraentes centros de consumo sem rosto instalados na Cidade. Agora também nos querem forçar, aos que ainda se podem deslocar, a ir tomar a "bica", comprar cigarros ou beber uma cerveja, à Cidade a um qualquer café de rua muito asséptico e conforme à asae mas sem reunião, sem encontro de falas e histórias, sem cruzamento de vidas e costumes, sem terra ou em terra de ninguém.
Mudam os tempos, mudam as circunstâncias, mudam as palavras e conceitos, mudam os modos de vida e muitas ideias feitas, mudam sistemas de valores e resíduos de costumes e tradições, só não muda a tentação e atracção imperial para a Cidade olhar o Campo como uma sua reserva zoológica.

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quarta-feira, novembro 10, 2010

O HUMANO COMO SONHO DE UMA SOMBRA


O que primeiro existiui foi o Caos. De Caos nasceram Érebro e a negra Noite, e destes, unidos pelo amor, nasceram o Éter e o Dia. Assim começa a teogonia de Hesíodo, Sec.VIII a. C. contemporânio, discutido, de Homero.
O rústico camponês lavrador Beócio de Ascra partilhava da idéia própria das sociedades primitivas que entendiam o dia, e consequentemente também a "claridade", como a resolução da noite, e portanto posterior a esta. Portanto, o ambiente inicial era de escuridão e só depois, de sí, nasceu a luz do dia, a claridade. Da Noite descendem directamente o Destino, Sono, Sonho, Fim, Morte, Fome, Dores, Traição, Amor, Discórdia, etc., numa filiação ligada à sua condição de "obscuridade". Da união íntima entre Noite e Dia, entre escuridão e claridade nasceu a sua Filha, forma presente vizível e impalpável, imaterial: a Sombra.

Vimos da Noite e vamos para a Noite: de um antes e para um depois inexorável de escuridão sem fim. A Noite é a Mãe vigilante do grande regaço do sono e do sonho e depois da eternidade. E vigilante porque, mesmo quando submetida ao Dia, desde o primeiro instante de luz, deixa bem à vista e caminhando agarrada a nós, a marca filha de sua natureza sombria como uma revelação permanente, aos nossos olhos e sentidos, da sua presença indissociável da nossa existência.

A Sombra, tal como o sono, necessidade para o repouso dos trabalhos diários, e tal como o sonho, necessidade que pretende traçar caminhos, dar esperança e ambição à vida diária, indica-nos claramente a nossa condição de mortais. Ela, sendo imaterial é contudo bem visível e não se desapega de nós, como se fôra uma nossa segunda consciência. Uma consciencia, toda semiótica, sempre presente arrastando-se, agarrada a nós, que nos indica a todo o momento que somos terrrenos e não aéreos: que o nosso lugar é a terra e não o céu; que pertencemos aos humanos e não aos deuses. Ela, filha dos deuses Noite e Dia, avisa como uma deusa menor que nos acompanha e vigia, que não devemos subir alto ao ponto de querer tapar ou assaltar a fonte de luz, pois nesse caso dá-se a "escuridão" total, isto é, cria-se a Noite onde cairemos sem retorno. Ela é a deusa delegada da Noite junto do homem para funcionar como nosso oráculo individual: não diz nem informa, apenas indica.

Os Gregos, primeiros a obter tais conhecimentos sobre estes deuses e a racionalizar sobre os seus atributos, trataram filosoficamente a sua relação com os humanos. Tales de Mileto, um dos sete sábios da antiguidade, mediu a altura das pirâmides egipcias através da sua sombra projectada no solo, estabelecendo a primeira noção de interdependência entre um corpo e a sua sombra. Pitágoras, seu contenporâneo, afirmava que o branco (claridade) tinha a natureza do bem e o negro (escuridão) tinha a natureza do mal, certamente tendo em mente o dia como o tempo da visibilidade e labor humano e a noite como o tempo do sono semelhnte à morte.

Mais tarde, o grande poeta Píndaro, na sua VIII Ode Pítica pergunta e afirma: Tu que existes exposto ao que os dias te trazem, o que é ser Alguém? O que é não ser Ninguém? O humano é o sonho de uma sombra. É impossível uma interpretação correcta remetida ao pensamento do autor que viveu um tempo de há 2500 anos. Uma coisa é certa, é que o autor poeta-filósofo, interliga o humano (o homem? o que é humano, a humanidade?) com o sonho e a sombra numa trilogia de puros conceitos mentais que parece querer lembrar que temos uma costela vinda e ligada ao transcendental(divino). Nesta trindade pindárica, podemos pensar que a Sombra(Noite, deusa-mãe omnipresente e impassível) teve o sonho (a vontade divina omnipotente) de, ligando-se por amor ao Dia, provocaria a condição necessária para a existência de vida e do humano. Deste modo fica esclarecida a proposição do poeta que será de total coerência com o estádio de conhecimento grego daquele tempo segundo o qual o mundo é um cosmos ordenado pelos deuses.

Também o grande Demócrito, pai da escola filosófica do materialismo, além da sua teoria de que tudo era constituido de vazio e átomos e que da sua combinação por necessidade nasciam todos os compostos, tinha o costume de afirmar: A palavra é a sombra da acção. Produzidas num intevalo de quase um século depois, o sentido alegórico será porventura o mesmo: troque-se palavra por humano (notar que a fala, a palavra, é o que define o humano), acção por sonho (notar que acção, agir, é consequência lógica do sonho), e temos uma construção lógica racional interna muito semelhante a Píndaro. Aqui, contudo, trata-se ainda de palavra apenas e não já de acção, actuação. Entre ambas está como testemunho alerta da palavra dada a Sombra que é prenúncio vigilante, sinalização e aviso para a acção terrena.

Ainda o grande imperador macedónio Alexandre, cuja grandeza imperial, ganha nas conquistas, o levou a pensar ter obtido o estatuto de divino, foi ter com o filósofo Diógenes designado "o cínico" porque vivia como um cão, e pondo-se na sua frente disse: Pede-me o que quizeres e eu te darei, ao que o filósofo miserável lhe respondeu: tira-te da minha frente que me estás fazendo sombra. O imperador queria colocar o filósofo sob a sua sombra, isto é, sob a sua protecção, sob o seu desígnio. Contudo Diógenes que era filósofo e não bruto guerreiro imperador, tinha perfeita consciência da sua própria existência constituida de corpo, intelecto (saber) e sombra. Era sob e com o seu desígnio humano que queria viver livre, albergado como cão no seu tonel, cuidando do aviso sinalizado por sua sombra própria projectada ao mundo, e jamais à sombra de quem quer que fosse. Diz-se que morreram no mesmo dia, Diógenes em Corinto com cerca de noventa anos, Alexandre em Babilónia com trinta anos: o sonho de glória e ambição de atingir a divindade sem sombra terrena, deu a Alexande um terço de vida do quinhão dado a Diógenes.

E mellor que ninguém, Platão, na sua célebre "Alegoria da Caverna", nos coloca a quetão da unidade indestrutível estabelecida de forma trancendental entre o humano e a sombra. Colocado o homem, desde sempre, obrigado apenas a ver sombras das realidades que llhe passam por detrás, esse homem tomará inevitavelmente as sombras pela própria realidade. Quer dizer, o homem posto desligado da sua própria existência física, fica impossibilitado de conhecer igualmente, a existência física dos outros homens e objectos. Isto é, fica desligado da realidade objectiva, material, palpável, contudo não deixa de lhe estar ligado, às coisas reais, pela sua representação sincronizada imaterial mas vizível, a sombra, que se torna, à falta do ser real, a realidade no ser intelectual.

Na trindade humana, corpo, intelecto e sombra, a prisão ou imobilidade de um não implica a anulação dos outros, pelo contrário, reforça e agudiza os atributos dos restantes. Vimos da Noite, escuridão, ligados a um cordão umbilical vital que é cortado com a chegada ao Dia, a luz. E nesse momento, outro cordão umbilical vitalício é ligado à nossa existência: a Sombra.

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sábado, novembro 06, 2010

IDEIAS DE COELHO


Acabo de ouvir Passos Coelho na TV afirmar que quem não cumprir o OE deve ser condenado civil e ciminalmente, além da eventual penalização política pelo eleitorado.
O PSD, que tentou tudo para prender Sócrates implicando-o em casos por estratagemas conspirativos, tenta inventar uma nova teoria sobre justiça política para prender políticos que tem em mira.
Bem, se o governo não cumprir o OE como Passos entende que deve ser feito, o PM e ministros devem ser engaiolados. Bem, do mesmo modo, se o PSD contribuir por confrontação e obstrução para a tal não boa realização do OE, o governo vai pedir parte da culpa a Passos e sua equipa.
Bem, mas melhor é se o governo estiver a sair-se bem, contra gosto do PSD, e por isso mesmo, este a meio da legislatura deitar abaixo o governo e pour cause, o Governo acusar civil e criminalmente o PSD de não o deixar terminar com sucesso o OE.
Gostava de ver como a bela justiça portuguesa que temos, iria medir e atribuir níveis e graus de culpa a questões que são de pura natureza política e que só na cabeçorra de Coelho é possível passar para o foro do crime ao modo de página do "CM".
Força Coelho, espreme-te Passos, evacua Pedro, desse bajolo cabeludo, mais umas ideias "democráticas" como essa e conseguirás levar o país para uma verdadeira "républica democrática popular", depois de engaiolares todos os opositores por crimes de "delito de não cumprimento de promessas".

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segunda-feira, novembro 01, 2010

O QUE É A ONGOING?

DEPOIS O DONO EXPLICA
Um patrão à antiga, patronal, capataz, chefe, duro, dono, jamais deixa passar sequer uma ligeira tentativa de humilhação em privado quanto mais uma clara insinuação de desprezo na praça pública perante o país.
Na continuação da peça que já representara anteriormente na questão da claustrofobia democrática, mais tarde na liberdade de imprensa, voltou a vestir a pele de mau actor para, num jeito melo-dramático artificial, armado do poder democrático que o ser deputado da Nação lhe confere, fazer uma pacóvia demontração desse seu poder ocasional, no sentido de tentar, pelo uso de questionar ridicularizando e menosprezando, humilhar a existência de uma empresa que se considera poderosa na reduzida pequenez da nossa comunicação social.
Era tradição nacional, no outro tempo, qualquer investido "poderzinho" interpelar um cidadão comum que desrespeitasse, mesmo que por total ignorância do dever para com tal "poderzinho", com a soberba que trazia sempre na ponta da língua: "Mas quem é você? Com quem é que você pensa que está a falar? Olhe que se eu quizer mando-o prender imediatamente, ouviu?". Naquele tempo, e ainda hoje, tal estilo de amedrontar ainda se usa para vincar, pela insinuação de ameaça, o poder do "poderzinho" impertigado.
Branquinho fez este número na AdR perante o país para denegrir a empresa que dava como estando ao serviço do governo. Fez o seu número político autoritário-insolente dramatizando o palavreado na tentativa de convencer a plateia da sua própria falsa convicção. O ofendido esperou a acalmia para lançar o ataque a tão ousado atrevimento. Sendo o ofendido senhor do subtil e untuoso poder do dinheiro, atacou com essa arma sedutora irresistível. E o "poderzinho", cagou logo nos princípios que apregoava para morder o isco e engolir a carne toda que o isco promete. A democracia não lhe impôs estados de valores ou princípios, apenas lhe deu oportunidade para estados principescos.
Um dia destes o "poderzinho" tão importantemente demonstrado frente ao público, será ele próprio chamado perante o novo "poder", para receber ordens e ouvir perguntar: "E agora já sabe o que é a Ongoing e quem é o seu dono?". Não precisa explicar, agora vai andar de língua de fora, abanar o rabo e a cabeça todo o tempo que aqui estiver e até o dono sentir-se vingado.
Será bem merecido, pois quem usa a arma da humilhação e depois sofre da mesma arma da humilhação, não tem perdão e está sujeito à lei de Ares: eu sou imparcial, mato os que matam.



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