segunda-feira, maio 31, 2010

AS PITONISAS

DECADENTES
Vasco Pulido Valente, segundo leitura no ADF, escreveu na sua crónica do "Público" que ao nosso Primeiro Ministro:
"não lhe entrou com certeza na cabeça que perdeu a confiança de toda a gente. E, no entanto, basta ler os jornais para se verificar a solidão do homem".
Daqui, fácil é concluir que para VPV, toda a gente são os jornalistas. Para VPV toda a gente são os artistas que ele ouve na rádio e tv e lê nos jornais e mais uns amigos da sua roda, sérios e únicos verdadeiros jamais artistas da cassete pirata.
É a lógica perfeita do pensamento do intelectual acima dos mortais: o povo todo são os que pensam como eu, todos os sábios e os infalíveis jornalistas acima de qualquer suspeita(o PP agora que todos já batem em Sócrates, também já deixou de levantar suspeitas sobre jornalistas, e o seu diário da asfixia findou).
O desprezo de VPV por Sócrates devia levar a que este desaparecesse da vista da sua ilustre persona. Contudo ele, VPV, sendo deputado do PSD seis meses sem abrir boca no Parlamento desapareceu da bancada porque, como explicou depois, as casas de banho, a cozinha e o estacionamento eram indignos da sua ilustre persona. Ele, VPV, que na véspera da Expo'98 abrir, vaticinou que a Linha do Metro para lá era um elefante branco e dinheiro deitado à rua porque fecharia no dia seguinte ao fecho da Expo. Ele, VPV, que quando foi Secretário de Estado de Mário Soares aconteceu que, tal como este uma vez já explicou, o convidou porque fala e escreve bem mas depois actuar, fazer e saber fazer bem, é uma porra. E pensar e agir bem em termos práticos e de futuro de um país, e não apenas histórico-literariamente, é outra porra ainda maior.
É a homens desta elevadíssima auto-sabichice balofa sobre tudo e todas as coisas e sobretudo sobre analfabetos culturais histórico-políticos, mas de uma mediocridade avassaladora para construir e arrasadora para desconstruir, que Portugal deve o muito do atraso histórico que mantém ao longo de séculos, desde as Descobertas.
E por sinal é de perguntar hoje: com gente desta mentalidade alguma vez Portugal se teria aventurado ao mar desconhecido? No entanto, se porventura, tivessem opinião livre na altura, não fariam mais que ser porta-voz da fala do Restelo em arrebatadas lamentações pelas desgraças trágico-marítimas e jamais pela epopeia.
De medrosos ningém espere que alguma vez se ponham à frente de um sonho pequeno que seja: o medroso é um copista, o imitador nato. De palavrosos exibicionistas também ninguém espere alguma acção proveitosa em prol do país: o palavroso exibicionista é o pedante nato, quando se lhe pede que faça, foge.


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sexta-feira, maio 28, 2010

AGUARDEMOS NOVIDADES SOBRE A NOVA MAROSCA DA PT

Estou espantado, o nobre Pacheco "suspeitador-mor" do reino e rei dos espreitas, ainda não foi tocado pelo espírito santo suspeitador, nem farejador de espreitas, acerca da opa hostil que a Telefónica quer fazer sobre a PT.
Pacheco, arranja lá uma narrativa (como gostas de dizer e mais de fazer) à tua maneira para a gente ficar a saber avassaladoramente que alí há mão do bando "Sócrates & Boys".

Nem a demonizada dona Guedes ainda sabe, ou ninguém lhe diz, que o PM telefonou ao Rei Bourbon e ao Zapatero para a Telefónica atacar a PT e criar este sururu que atiça o patriotismo sobre a nossa PT e desvia as atenções do povo agora que a comissão de inquérito à PT/TVI estava mesmo fazendo força para obrar e o povo já agarrado ao papel higiénico.
Vá, fala com o Balsemão que trata o Rei por tu e também sabe disso através do repórter ventoinhas Ricardo Costa sabe-tudo.

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terça-feira, maio 25, 2010

A OPINIÃO CERTIFICADA

DO GRANDE SANTANA

O grande democrata e homem de estado Santana Lopes, segundo o "DN" de 23, opinou na SIC-N que:

Cavaco "devia tomar medidas" porque as "pessoas já não podem ver Sócrates" e porque "este deve reconhecer que já está esgotado" e "já faz pena", e por conseguinte "se deveria chamar às suas responsabilidades os grandes gestores como Belmiro ou António Mexia", para rematar que face à actual situação "o PSD deve ser chamado ao governo".

Na mama de voltar ao governo sem eleições, vai pedindo que Cavaco ponha lá o PSD e pelo meio fala do Belmiro e do Mexia, o que vem a dar no mesmo. Ou melhor ainda pois Mexia, seu ex-ministro que em desespero já anunciava linhas de TGV, pontes e túnel sob o Tejo ao desbarato, que o fez vogal da EDP para lhe garantir um vencimento, seria o ideal grande gestor logo também grande 1º ministro de Portugal para Santana especialmente.
Quanto ao Belmiro deve-o ter referido apenas para disfarçar o nome de Mexia só, ou então anda necessitado de emprego de cadeirão rico.
E tanta desfaçatez em nome das "pessoas". De certeza, as "pessoas" do seu circulo e convívio que ainda andam, também elas, na esperança de que o chefe volte a dar mama.

O grande democrata que aceitou ser 1º ministro sem ir a votos e depois ficou 'enxufrado' ao ser corrido por incompetência e má figura, sem vergonha, continua mula a pensar que os portugueses são parvos e ainda o aceitariam para algum cargo ou sequer ligam ao que diz, claro para além de uns jornalistas interesseiros política e comercialmente.

O grande democrata gestor que por tudo que foi lugar onde passou deixou em ruinas: grupo empresarial de media falido; Sporting a caminho da falência não fora Roquete correr com ele à pressa; Secretário de Estado da Cultura do regabofe com artistas tornou-se o grande sapo engolido pelo próprio Cavaco; Presidente da Câmara da Figueira da Foz onde plantou umas palmeiras e o sucessor depois andou anos a fio a pagar e pôr contas em ordem; depois mais do mesmo na Câmara de Lisboa; por fim como o 1º ministro que colocou o país em recessão, sem qualquer crise exterior e quando toda a Europa e o mundo crescia, para além de andar sempre aos papéis sobre todos os assuntos da governação e fazer passeatas nos "falcões" para gozo pessoal.

E a um homem com tal currículo, ainda lhe passa pela cabeça que o Belmiro ou outro igual lhe confie o que quer que seja quando qualquer gestor de uma PME jamais o convidaria para seu fiel de armazém.

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segunda-feira, maio 17, 2010

TÉNIS ASSIM, SIM

ARAVANE RESAI
De repente e por acaso dei-me a ver a, para mim desconhecida, tenista Rezai a jogar e não mais larguei o televisor. Aquele é o ténis que eu sempre desejei ver jogar um dia: ganhar ao adversário vergando-o e não esperar que o adversário perca por erros. Considero que Federer joga um ténis quase perfeito de técnica, presisão e varidade dos golpes e também ataca muito os adversários, contudo tem também longos períodos de apatia e vai-se abaixo quando o opositor persiste e consegue ser eficaz. No recente jogo perdido no Jamor nem conta: foi apenas interesse pelo treino e total desinteresse pelo jogo e victória.
Rezai ataca todas as bolas até obrigar o adversário a ser batido ou a falhar a resposta. E é continuamente assim que joga sem períodos de descanso e espera pelo erro do adversário: um jogo totalmente ao ataque até á impotência do adversário, à rendição face ao ataque sistematico sem tréguas. Claro que acaba, por sobre-esforço, por ter lapsos de tempo que falha mais e faz o adversário respirar e equilibrar o jogo, contudo mesmo assim não deixa de continuar a fazer o seu jogo de imposição pela rapidez, força e colocação da pancada.
O jogo de Rezai é o contrário do jogo dos "experientes" ou dos "velhos" que jogam sempre mais sobre a hipótese de uma resposta certinha até à falha do adversário por desespero: aquilo a que nos jogo dos "velhos" se chama jogo manhoso sempre defensivo, no mínimo esforço, salpicado de bolas-colocadas-estudadas quando o adversário está "enfastiado" de troca de bolas.
O meu gosto pelos jogos, sejam quais forem, foi sempre de simpatizar com o jogo pelo jogo, o gozo do jogo, o jogar para bater o opositor pela superioridade do jogo e não baseado em jogo calculista defensivo à espreita do erro do adversário. Rezai é o exemplo daquilo que eu penso sobre o jogo, neste caso o jogo de ténis.

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sábado, maio 15, 2010

SÓ VI O PAPA

Estava em Lisboa e também aproveitei para ver o papa passar na Av. da Liberdade. E vi realmente passar o papa-móvel com o papa dentro, descendo a Avenida em boa velocidade rodeado de motos e carros. Foi uma visão quase de relâmpago mas ainda assim uma visão da cara e da figura branca do papa dentro do branco papa-móvel a velocidade de segurança.
O papa a gente vê. Ele aparece na Praça de São Pedro onde mora e se vem a Portugal a gente vê-o. Ele não está em todo lado mas onde está a gente vê-o. A minha confusão é que o Deus que se diz ele representa e o acompanha nunca se deixe ver. Só temos direito a ver o representante que está só onde está e ao representado que está em todos os lados e infinitamente não nos é dado a graça de o podermos ver um instante.
Para o crente será o mistério da fé, racionalmente é um paradoxo difícil de entender: o que só pode estar num lugar único a cada momento, deixa-se ver e até se mostra; o outro que está presente infinitamente em tudo e todos os lugares não se mostra, não se deixa ver nem diz nem indica. Com tanto mal e injustiça que fustiga o mundo e não sai da sua impassibilidade e imutabilidade por mais que mudem as circunstâncias.
Ou o verdadeiro Deus estará nas circunstâncias?

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quinta-feira, maio 06, 2010

CÔRES DA PRIMAVERA 2010

Dizem os antigos e os cientistas confirmam que já nem o "tempo" é o que era. Contudo a quem vive no interior do campo ainda pode ver e sentir o uso da memória infalível e repetitiva da Natureza que identifica cada tempo, reflectido com perfeição e beleza insuperável em cada "estação" do ciclo solar. Em cada estação-paragem desta longa volta solar há uma côr, um cheiro, uma luz, uma vista, um ar, uma contemplação nova.
Na Primavera o campo transborda de verde nascido das folhas e as flores transbordam de côres nascidas das pétalas. Ambos nascidos da memória genética das plantas que cumprem impassíveis a sua promessa anual.

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terça-feira, maio 04, 2010

O MEDO DO FUTURO

ADÃO CONTREIRAS, FORÇAS OCULAS

O medo, o medo de correr um perigo imediato, como tantas vezes observei na guerra, oprime o pensamento ao ponto de fazer nascer uma doença física aparente no medroso. Mas não é só o medo do elevado perigo de vida possível iminente que paraliza a mente e vontade do medroso. Também o medo do futuro é um factor altamente paralizante e próprio dos indivíduos medrosos. Estes não querem apenas saber o que será o amanhã, vão ao ponto de querer saber o que será a sua vida daqui a dez-quinze anos. Vivem permanentemente sob a pressão do medo do amanhã. E, por isso, são incapazes de arriscar o que quer que seja, só sabem jogar pelo seguro e o seu pensamento está sempre prioritariamente dirigido no sentido de assegurar o futuro.
Todo aquele que acaba um curso e quer à viva força encaixar-se no funcionalismo público é, não raras vezes, um indivíduo com medo do futuro. A maioria das pessoas que aderem fácilmente a políticas ou religiões que prometem um futuro garantido para sempre são outro exemplo de indivíduos cuja relação com a existência coincide com a necessidade de conhecer o seu futuro a longo prazo.
Isto é, dado que a memória apenas retem e reconhece o passado e não o futuro, nunca os indivíduos, medrosos ou não, poderão conhecer qual o seu futuro, contudo os medrosos refugiam-se na crença: acreditam em quem que lhes vende o conhecimento do futuro.
São, todos os indivíduos com medo do futuro, pessoas que o mais que desejam é ter um arranjinho de vida e nunca uma grandeza de vida. São, todos os indivíduos com medo do futuro, pessoas que andam penduradas no mundo que os outros constroem e carregam diariamente.

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