quarta-feira, março 21, 2012

O CANCRO


cavaco, o mal de Portugal há 30 anos, deixou a pior e mais trapaceira escola política de que há memória neste país em democracia. Quase uma doença crónica que, no actual cavaquismo à moda salazarenta de gaspar, brevemente mais se parecerá com um cancro ruim que terá de ser extirpado.
Mas, segundo a doutrina do fluxo e dos contrários que Heraclito nos deixou, tal como não nos podemos banhar duas vezes na mesma água do rio a vida e a consciência dos homens também não pára até porque, tal como dita a lei dos contrários, ao errado se opõe o certo, ao mal político legado por cavaco, cavaquistas-velhos e cavaquistas-novos, contrapõe-se a visão de futuro e alma de estadista de vistas largas de Sócrates e sobretudo a escola de política honesta e competente feita tendo sempre em vista o interesse e bem comum.

A pressão constante dos media a martelar e insinuar ininterruptamente a associação de Sócrates às conspirações que eles próprios congeminaram, é a face oculta e sombria do medo e horror que um possível retorno de Sócrates, apoiado nos cidadãos não apanhados ou já desligados da propaganda, mete a toda a casta de mediocridades e incompetentes oportunistas interligados pelos interesses desde o mel tirado a tachos até às migalhas que caem do pote.
A guerra quase nunca é ganha por quem ganha as primeiras batalhas e parece imparável: o fluxo de pensamento dos guerreiros altera-se com a situação no terreno e as suas vontades mudam.

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sexta-feira, março 16, 2012

CINEMA NOS GORJÕES

No rasto da memória da antiga SOCIEDADE RECREATIVA GORJONENSE fundada em 1943 pelos Mestres de ofícios e outros distintos gorjonenses, um grupo de novos distintos e sentidos gorjonenses, no ano 2000 pensaram, criaram e arrancaram com nova instituição social no Sítio designada CLUBE RECREATIVO E CULTURAL GORJONENSE.
Em 2010, na festa organizada na Junta de Freguesia de SBN para celebração do 10º aniversário foi realizado e passado um filme sobre a história do CRCG nesses dez anos. É esse filme que vai ser de novo projectado no Salão da antiga SRG, aqui no Alto.
O filme tem uma narrativa que começa com uma tese sobre a instalação do povoado original no Cerro da Mina, à semelhança de estudos arqueológicos que demonstram ser o Cerro do Algarão a origem do povoado primitivo de SBN. É racional pensar que fossem os primitivos do Cerro do Algarão, que progressivamente se foram expandindo para as terras boas e férteis que encontravam à sua volta que, na sua expansão de conquista de novas terras de pastorícia e cultivo, desse modo, teriam construído eles também o Algarão existente no alto do local conhecido como Cerro Da Mina e ocupado as terras frescas e férteis do Estanco.
A narrativa do filme entra depois pela história mais recente e relevante dos Gorjões como a fundação da SRG em 1943 que, pode dizer-se, fez o Sítio entrar na modernidade.
E a história do novo empeendimento social e cultural chamado CRCG começa em 2000 com protagonistas filhos e netos da geração da guerra 1914-1918 e de La Lys, fundadores da antiga SRG. Mostram-se os trabalhos e iniciativas do GRCG ao longo dos dez anos que, não sendo muito tempo, foi contudo tempo de muitos empreendimentos. O filme descreve e mostra uma recolha completa de imagens desses empreendimentos festivos e outros.

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segunda-feira, março 05, 2012

OS NOVOS PITAGÓRICOS


O pitagorismo, uma tentativa filosófica de base fundamentalista que tentou a explicação do ser e existir humano a partir do "número" e da "matemática", embora deixando importantes e valiosas raízes nessas áreas do saber, nunca se transformou numa verdadeira filosofia, não obstante tenha tido discípulos tardios em Roma.
Aristóteles desprezou e combateu o pitagorismo como filosofia, não os números e a matemática como ciências úteis para o homem, mas a sua ingerência abusiva na filosofia: se fosse o "número" a conformar e exprimir a estrutura da realidade, "das coisas que são", no dizer de Aristóteles, o Universo seria um tecido de ritmos, tudo podia ser reduzido a um esquema matemático. A pergunta de Tales "conhece-te a ti próprio", colocada no frontespício de Delfos e fundadora da filosofia, não teria sentido ou razão de ser.
Os dons e argumentos do pitagorismo foram "música"(harmonia) e "matemática", duas filhas do "número" e não da palavra. E a verdadeira filosofia, para Aristóteles, está no ser que se interroga segundo o pensamento racional, que se questiona a sí próprio sobre o ser e a existência e a relação desta com o meio exterior e o saber adquirido: repudia que um saber ou conhecimento, embora válido como ciência, possa ser explicação inquestionável para definir a existência e o modo de existência do ser.
Os "números" sagrados que os pitagóricos tomavam como divindades misteriosas eram instrumentos de domínio e de acção oculta, algo obscuro e exterior à inteligência racional, ao logos do ser. Os pitagóricos eram pensadores que atribuiam um logos ao "número" e, desse modo teriam elaborado, entre sí, uma explicação ou método explicativo do ser e modo de existir do homem: no fundo um determinismo imposto pelo "número".
Depois da crítica de Aristóteles ao pitagorismo foi vencido o determinismo do "número" e o ser e o existir fez o homem voltar-se novamente para a utopia.
Os novos e actuais representantes renascidos das cinzas da escola pitagórica são os economistas. Os pitagóricos, hoje, são os economistas, também eles querem e se afanam em explicar e impôr a vida segundo os "números" e erram sempre sobre a vida dos homens.

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