domingo, julho 28, 2013

FOI UM CLAMOR

Foi um clamor em uníssono pelos media e demais gente séria e pura e só feita de verdade que ribombou como gigantesca trovoada sobre o nosso país e o enlouqueceu:

As PPP e o futuro dos nossos filhos!
O TGV e o futuro dos nossos filhos!
O novo Aeroporto e o futuro dos nossos filhos!
As Auto-Estradas e o futuro dos nossos filhos!
O Magalhães e o futuro dos nossos filhos!
Os Boys e o futuro dos nossos filhos!
As Novas Oportunidades e o futuro dos nossos filhos!
A Parque Escolar e o futuro dos nossos filhos!
O facilitismo na Educação e o futuro dos nossos filhos!
As escutas a Belém e os valores de futuro dos nossos filhos!
A conspiração contra o Estado de Direito e o futuro dos nossos filhos!
A assistência ao aborto e o futuro dos nossos filhos!
O casamento gay e o futuro dos nossos filhos!
O Despesismo o Laxismo o Fascismo e o futuro dos nossos filhos!
A claustrofobia e o futuro dos nossos filhos!
A asfixia democrática e o futuro dos nossos filhos!
A Propaganda e o futuro dos nossos filhos!

Tudo no governo Sócrates punha e pôs em causa o futuro dos filhos dos pcp, dos be, dos psd e dos cds. A palavra de ordem era: - é preciso derrubar Sócrates, acabar com Sócrates antes que Sócrates roube o futuro dos nossos filhos -.
Com os filhos sem futuro como tinha o país futuro? Sem o futuro dos filhos deles assegurado o futuro acabava: para os pais estava à vista o fim do futuro, aos filhos nem sequer era dado ter qualquer futuro.
O fim de Portugal e do mundo para os portugueses estava eminente.
Felizmente pcp, be, psd e cds derrubaram Sócrates a tempo e agora os filhos deles já podem contar com um futuro belo e garantido.
Bandarra continua vivo, viva o çapateiro Bandarra.

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terça-feira, julho 23, 2013

A TRINDADE DE CRENTES E A CATARSE COLECTIVA

 

A expiação de culpa decretada pelos beatos Cavaco, Passos e Portas aos portugueses continua. E cada vez mais intensa e visível na medida em que a trindade crente continua culpando os portugueses de pulhas malandros que viveram acima das possibilidades à custa dos austeros e mui trabalhadores dos países nórdicos.
E, para cúmulo da indecente provocação feita aos portugueses, esta é capitaneada por alguém que começou a trabalhar aos 40 anos num emprego oferecido por amiguismo partidário e não por mérito e de seguida se candidatou ao "emprego" de 1º ministro (foi ele que o disse, asssim mesmo) onde aterrou vindo das nuvens onde os media o tinham colocado como anjo salvador para ocultar o estado de penugem de suas asas e inteligência.
Os media portugueses, servis dos donos, ao contrário de Aristófanes colocaram o bem, o melhor que existia, na terra como sendo o inferno e o mal, o pior potencialmente existente, nas nuvens como sendo o anjo salvação da pátria em perigo.
Enganaram deliberadamente os portugueses. Tanto os que continuam a defender a expiação empoleirados a sacar do pote como os que agora aparecem arrependidos porque não foram convidados a empoleirar-se no saque ao pote.

Hoje foi mesmo no local de Quarteira onde passo uns dias de férias: um rapaz de 29 anos desempregado atirou-se dum 14º andar. Salvou-o da morte certa o facto de ter caído sobre a capota de um carro que lhe amorteceu a queda e o enviou para o hospital todo partido.
Mais um dos casos, já diários, de tentativa de suicídio, pelo que ouvi no local, promovido por um estado depressivo já antigo e permanente devido a problemas familiares face ao desemprego e falta de perspectivas de futuro.  
A juntar aos que morrem diariamente por falta de assistência médica, de medicamentos, de tratamento adequado e muitos outros que sem meios de subsistência se isolam para esconder a decadência e definhamento em direcção à "solução final", este é mais um caso a debitar na conta da trindade redentária.
À falta de judeus e mouros agora são os próprios trabalhadores portugueses que são apontados como  hereges. E para cúmulo da nossa desgraça é o próprio governo de Portugal que se organizou como tribunal da santa inquisição para nos derreter em lume brando. 
A História não deixará de responsabilizar quem determinou e impôs esta catarse bíblica ao inocente povo portugues por meio do empobrecimento até á miséria.  

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quarta-feira, julho 17, 2013

O GENERAL COM ASAS DE ANJO

A dona Fátima gosta muito de fazer programação com anúncio prévio de grande pompa e encenação sobre antigas figuras intérpretes da política, volta e meia de volta, insinuadas como eminências pensantes capazes de ter uma ideia própria diferente e influente sobre a actualidade.
Foi agora o caso do ressuscitado general Eanes. O antigo presidente que, também ele metido em embrulhadas de governos provisórios e criação de partidos regeneradores feitos com gente podre de outros partidos, acabou por entregar o poder de maiorias absolutas precisamente a Cavaco e deste modo ajudante do fundador da  "escola cavaquista" cuja obra cúpula é o BPN, pessoalmente sua bem sucedida  criação escroque-financeira e de seus dilectos discípulos.
Para além da representação como teatro, para que mais serve ir buscar un general marca-passo para dizer o que qualquer sargento diria com genuína convicção e sinceridade.

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quarta-feira, julho 10, 2013

ENGASPARADO


Mas porque carga de pensamento, ou falta dele, ou medo dele, o Seguro não foi capaz de dar uma resposta uma hora depois da conversa de "amigo da onça" de Cavaco? Já não peço que desse uma resposta dez minutos após, o que seria o razoável e suficiente, mas passada uma hora e depois outra e outra e não ter uma resposta para dar a tão evidente armadilha é mesmo mau de mais.
Ante-ontem nas cadeiras das TVs dos ppd eram só comentadores e politólogos alinhados a passarem a mensagem de que eleições não, nem pensar pois era somar crise à crise, era paralizar o país meses, uma calamidade, (esquececeram-se de que o governo está paralizado há dois anos com excepção de aplicação de medidas de austeridade: maior calamidade será possível?).
Alguns, como a de ar doce e Graça de sua graça, até batiam e repetiam na tecla do dever de compromisso do PS, que o Presidente devia forçar os assinamtes do memorando a um compromisso e argumentava a graça: de que serve a o PS ganhar com mais um voto? Hoje percebi a insistencia: não passava de avançar com a receita do Cavaco que certamente já era do conhecimento de gente fixe para ir preparando o terreno.  
Para todos estes de cu bem assentado nos cadeirões à volta do pote, a democracia pode bem esperar pois não passa de um obstáculo ao assalto da cavalaria laranja-azul.

Hoje, após a proposta de Cavaco pela TV, à volta das cadeiras de comentadores encartados e afins estava sempre, entre os habituais, um elemento do PS. Face ao facto do Presidente empurrar quase à força o PS para dentro do barco a afundar-se, todos acharam necessário saber a opinião de elementos influentes do partido: apalpavam a receptividade à proposta. E todos foram unanimes em rejeitar, sem refúgios, a proposta armadilhada do Presidente.
Porque toparam logo que embrulhada de "salvação nacional" a ideia clara contida de alto a baixo no discurso é, acima de tudo, de  uma proposta de "salvação presidencial". Na realidade Cavaco, como sempre e mais uma vez tenta entalar o PS: ou este entra no barco já todo roto e morre afogado ou será acusado de ter afundado o barco por não o ter socorrido. E acha que com tal artimanha ganha a sua salvação.
Viciado em narcisismo professoral ficou embasbacado no cintifismo económico do Gaspar. Agora, engasparado, ao ver a sua imagem a esfumar-se nas ondas crescentes começa a ficar aterrado de medo com o presente de que foi o principal artífice e já antevê apenas o seu nome na História em notas de rodapé a letras negras, logo ele que toda a vida trabalhou e se esforçou para ter páginas de letras a ouro. 
Mas o homem estrebucha e, qual paulinho das feiras e espertezas, tenta apanhar a água do capote e atirá-la para cima dos que desprezou e humilhou. Só não se percebe porque espera o PS para dar a devida resposta a tão amadora armadilha.  

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terça-feira, julho 02, 2013

LIXO INTELECTUAL


No pensamento não há forças de resistência, não existem constrangimentos nem condicionalismos ou obstáculos físicos. No discorrer do pensamento não existem limites à imaginação e tudo é possível ligar a tudo com um mínimo de nexo.
Contudo a quase totalidade do pensamento produzido no mundo nunca atinge ser valor de conhecimento e o produzido pela grande maioria dos indivíduos é apenas lixo intelectual.
Tal como o ser não pose ser produzido a partir do não ser também o pensamento não pode ser produzido a partir do que não existe, isto é do nada. Logo, mesmo qualquer pensamento com valor de conhecimento só pode ser produzido a partir de um conhecimento relativo já existente. A elite de sábios acrescenta conhecimento ao conhecimento existente mas as outras elites sociais apenas reproduzem o conhecimento já existente e traficam esse conhecimento com interpretações próprias e interesseiras.
Estão neste caso as elites políticas e ainda nestas há os que são capazes de interpretar o conhecimento existente com sentido de futuro e agem com inovação para produzir presentes novos que nunca foram, são casos raros. A maioria apenas reinterpreta o conhecimento existente à luz do passado e agem no sentido de regressar a um presente antigo que já foi.
Uns, os raros, querem produzir futuro, outros, a grande grande maioria, querem reproduzir o passado. 
O povo como sociedade atingiu civilizacionalmente um presente, o seu presente, vive e apenas só nele pode viver, nesse presente que aceitou e se sujeitou racionalmente, que conhece e onde enraizou e estabilizou o seu modo cultural de vida e molda o seu pensamento racional. 
Quando, constantemente empurrado ora pelos raros que jogam no futuro ora pelos maioritários que apostam no passado, o povo não compreende ter de fazer o papel de bicho laboratorial de adaptação rápida às constantes experiências e mudanças sociais. Não compreende nem aceita convulsões e inversões constantes no seu modo de existir que obriga a rupturas sociais e pior ainda a rupturas de pensamento corrente prático fundamentado no próprio modo presente de existir. 
Tudo que existe é mensuravel e tem opostos e por conseguinte tem um centro. Se se corta uma extremidade da parte mensurável, um segmento de recta por exemplo, logo novo centro e extremidades nascem no mesmo acto. Também na sociedade o mesmo fenómeno se passa: se se arrasar (cortar) uma extremidade, esquerda ou direita, logo novas extremidades as substituirão derivadas da própria acção de cortar. 
A grande massa do povo tende a viver ao centro como todo o animal e humano da natureza: com um corpo e uma cabeça ao centro de duas pernas e dois braços. Também como os pássaros ou um avião com o corpo que transporta os passageiros entre duas asas. Os braços, os pés e as asas permitem exactamente caminhar ou voar com inflexões para ambos os lados inventando caminhos sem perder o equilíbrio e o rumo na caminhada. Se se perde um pé ou asa cria-se uma deficiencia imediata de caminhar ou voar equilibradamente. No caso do avião a deficiencia conduz ao embate catastrófico do corpo com a própria sombra.  
Platão, o maior pensador da idade clássica e de sempre para muitos, já afirmara que a virtude consistia na moderação e Aristóteles tão bom pensador como o Mestre e depois de décadas a pensar profundamente no assunto, afirmara que a virtude estava no meio-termo.
Logo, quando alguém tenta convencer outrém de que pode existir só esquerda ou só direita argumentando que o centro são meias-tintas, trata-se da maior mistificaçâo filosófica. Outra argumentação dos extremos é de que o centro não é afirmativo, não tem certezas logo é hesitante e é fonte de dúvida, não é claro e taxativo. Mas isso que é atirado à culpa do centro é precisamente a sua grande virtude: ter dúvidas e ser céptico com bom senso para poder escolher opções racionais mais para um lado ou para outro. É do conhecimento prático que onde maior é a estupidez menos dúvidas existe e nos casos de fé e crença  só existe certezas sem fundamento e nenhuma racionalidade. 
Fazer crer que a inflexibilidade é uma coerência e tomar a coerência irrevogável como se fora um acto de fé então é como estar a dar razão aos cardeais da Inquisição que mataram Bruno e humilharam Galileu.
As verdades inflexíveis à dúvida são tomadas como certezas absolutas e estas nunca deram a bom caminho nem a bom fim.
   

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