quarta-feira, junho 29, 2011

O MEU SACO DE MENTIRAS É MUITO MAIOR QUE O TEU


Depois de nove dias fora do país e sem o mínimo contacto com notícias de Portugal, noto que o novo governo logo nos seus primeiros dias não pára de encher o saco de mentiras, pelo que tudo indica o dito saco deste governo vai ser um super hipermercado comparado com a tasca do governo anterior.

- Para manter uma ideia idiota de oposição populista ao anterior governo de reduzir ministros, vê-se agora obrigado a nomear 35 secretários de Estado, mais 10 do que o governo anterior, dada a necessidade de cobrir temporalmente a concentração de ministérios e tecnicamente dadas as inexperiências e incompetências de muitos ministros.
A mais dez secretários quantos mais assessores correspondem? E jornalistas para assessores de imprensa para pagamento dos fretes prestados?
A "poupar" desta maneira para enviar notas de simbolismo pupulistas ao povão, a gastança real vai inundar os fictícios poupadinhos e esvaziar o pote rapidamente.

- Miguel Macedo que sempre achei, como chefe da bancada do PSD, com características de fiel criado servidor de poderes, como ministro convidou e acertou com o próprio para ser seu secretário de Estado, mas admoestado pelo novo poder logo desdisse e desfez renegando o combinado e acertado para subserviente, imediatamente nomear outro nome de acordo com o dono.
Este senhor que, nos últimos tempos do Parlamento, se limitava a abanar a cabeça negativamente, a sorrir alarvemente e chamar mentiroso ao Primeiro Ministro de então, começa não só revelando ser mentiroso como sendo um rastejante sem espinha.
Um "macepo" em inteligência e um "massedo" em verticalidade.

- Um PEC IV?, nunca dizia Macedo, de Coelho: ou por que era de mais (cá para dentro) ou por que era de menos (lá para fora). Havia limites para os sacrifícios a pedir aos portugueses, dizia Cavaco, o pai do monstro, com aplauso do PSD.
E com o Macedo a abanar a cabeça lateralmente (quanto ao rabo não se via como abanava), vituperiando o PEC IV acordado com o seu chefe que, como agora o Macedo, acordou e acertou com o PM e depois renegou, e invectivando os supostos PEC V, VI, VII, VIII e mais que se seguiriam.
Pois bem, das primeiras medidas apresentadas consta um PEC V onde, precisamente, se pedem sacrifícios extra-pec IV, o tal regeitado pelo Macedo e depois imposto pela troika europeia.
É mesmo oportuno perguntar agora, afinal quantos PEC vamos ter com o novo governo, uma vez que se mostra mais papista que o papa quanto a austeridade.
Dá para perguntar: se, uma vez donos do poder e da distribuição da papa e, portanto, acabada a situação de austeridade para os papistas estes não pretendam colocar toda a austeridade necessária e não necessária sobre os de fora do orçamento.
Sem pensamento nem estratégia de longo curso quererão continuar uma política sem rumo aplicada por pura oposição ao modelo anterior, que fizeram crer ao povo que era tudo um erro e uma mentira.
Quererão continuar a enganar o povo para que a sua grande mentira continue parecendo verdade? Agora vai ser difícil, têm de mostrar obra, o fingimento acabou.

- Lembram-se? Da grande batalha do PSD para aprovar o PEC III? Exigiu e obrigou que o corte nas despesas de sáude e outros benefícios e deduções fiscais para abatimento do IRS não fosse alterado ou que o fosse minimamente com o pretexto de salvaguardar as classes médias.
E com o Macedo a abanar a cabeça lateralmente, vituperiando o PEC IV acordado com o seu chefe que, como agora o Macedo, acordou e acertou com o PM e depois renegou, e invectivando os supostos PEC V, VI, VII, VIII e mais que se seguiriam.
Pois bem, já se anuncia no PEC V proposto extra-troika, precisamente as medidas que haviam regeitado no PEC III sobre deduções para efeitos de IRS. O que há três meses era uma depenação de rendimentos e uma ofensa às classes médias, é agora uma graça prestada às ditas classes para sua salvação futura.
A "verdade" que estava sempre travestida à porta na boca do Macedo e seus pares, estes a engoliram de um trago e soltaram lá de dentro do cofre interior blindado, para a luz do dia, a conversa de sombras que mantiveram com o povo português.

Às mãos da inexperiente elevada de repente a super-ministra Cristas e do Álvaro, o todo contentinho de ser ministro, o tal que sobre qualquer questão a resolve dizendo que vai "dar a volta" à situação, bem podem os portugueses esperar que macedos, álvaros e cristas façam dos portugueses cristos em tempo de calvário.

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sexta-feira, junho 17, 2011

NOVO GOVERNO, MEDIDAS URGENTES.


Nas primeiras medidas do novo governo, segundo fontes próximas de nosso mais profundo pensamento, constam as seguintes:

1º. Abolição de todas as medidas, acções e empreendimentos alguma vez realizados ou ainda em curso tomadas pelo governo anterior e,

2º. Promover um nacional gigantesco auto-de-fé, a realizar em Lisboa nos locais tradicionais para o efeito, de modo a erradicar de uma só vez e sob a vontade única de todos os bons portugueses, o maldito computador conspurcador das escolas e, pior que tudo, das cabecinhas das nossas crianças e por conseguinte do futuro dos nossos filhos, em má hora chamado "Magalhães", conspurcando também deste modo a nobreza do nome do grande navegador português e de Portugal.
Para fazer a condenação da herezia política de tão ediondos instrumentos, postos ao serviço do mal pelo filho dilecto do Diabo, enviado disfarçado de Engº. Sócrates em Portugal, será encarregue o nosso sábio e ilustre educador do povo, Dr. Pacheco Pereira:

- O computador "magalhães" é uma fraude administrativa entregue sem concurso aos amigos quando os chineses ou formosinos os podiam fornecer mais baratos. E uma fraude educacional pois para a idade dos miúdos o que seria ideal era que os conteúdos fossem tais como os das consolas de jogos que é o que eles gostam.

Para fazer a oração de encomendação das almas dos herejes objectos, será encarregue o vigário intendente rigoroso na vigilancia da devassidão e preservação dos bons costumes e moral do povo, Dr. António Barreto:

- A introdução do computador "magalhães" nas escolas, que vai levar os miudos directamente à pornografia, que é o que eles querem e gostam como seres genéticos imorais, é uma profunda ofensa à moral pública e constitui uma impiedade sem desculpa. Este instrumento é uma manobra do diabo, sob a figura de Sócrates, para estragar as nossas queridas crianças.
- Que no local histórico tradicional para o efeito, seja instalada uma pira contendo todos os "magalhães" sem excepção, sobre tal pira fúnebre seja colocada a esfingie, caso não seja possível o próprio em carne e osso, do mandante culpado da blasfémica acção contra as nossas cianças e logo, contra o nosso futuro, e depois de tudo regado e encharcado de gasolina se dê fogo e deixe arder tudo sem rasto. Para qualquer eventualidade do Diabo actuar e tentar deixar algum magalhães intacto, devem ser prevenidos lança-chamas para actuar prontamente sem piedade.


3º. Igualmente promover um grandioso auto-de-fé por todo o país de modo a erradicar da vista dos portugueses esses monstros de aço colocados no cimo das montanhas portuguesas.
Consiste tal medida em fazer desaparecer dos locais mais próximos do céu e outrora dedicados aos eremitas e conversas com os deuses, aqueles mostrengos poluentes da nossa vista, do sossego e bucolismo dos montes, agitadores das brandas e amigas brisas portuguesas.

A acusação estará a cargo do querido lídimo defensor da pureza dos ares portugueses, o incontido politólogo exímio explicador de tudo que acontece e acontecerá, Dr. Ricardo Costa:

- Não é preciso mais conversas sobre energia, não quero levar a noite inteira a ouvir falar de ventoinhas.
Quais ventoinhas, mais não fazem, que promover a agitação da calma antes existente, que nos meter medo com aqueles braços enormes sempre a ameaçar-nos e que, dado o seu gigantismo, afinal nos tornam pequeninos quixotes desorientados e tontos.
- Mas, sobretudo, não queremos nem precisamos dessa invenção do Diabo feita sob figura de Sócrates, que mais não são do que gigantescas ventoinhas instaladas nos campos para infernizar as nossas belas e serenas vidas de pacatos citadinos.
É que essas malditas ventoinhas têm por detrás um plano secreto que já começa a notar-se e ficar claro: foram estudadas e instaladas para, sob o pretexto de renovar a energia, aplicar o seu principal e secreto objectivo que é enxotar as moscas para cima de nós, aqui na cidade.
- Logo, face a tal perversidade de querer encher de moscas o nosso tranquilo quotidiano, devem tais mostrengos ser erradicados da nossa vista: que sejam serrados a um metro de altura e, no vaso deixado pela base, sejam plantadas flores, de preferência grandes girassóis que sempre que o sol de nossas presenças se lhes mostre, elas se possam voltar para nós e nos acenem agradecidas.
Disse e cumpra-se.

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sexta-feira, junho 10, 2011

RESPEITINHO AOS MERCEEIROS


Os gerontes merceeiros deste paraíso estabelecido como território para acampamento de mercearias próprias, já ambos ameaçaram abandonar o país logo que este não satisfaz as suas vontades e pretenções.
Ameaçam mas nunca concretizam, mudam umas moradas para fugir ao fisco à espera de ventos favoráveis para negócios mais íntimos e mais chorudos.

Como o governo anterior não lhes ia à mão nem consentia ser pau-mandado de tais merceeiros, estes deram em fazer campanha, com todos os meios financeiros e comunicação de que são donos, ao serviço do ataque político feito de desbragada infâmea.

Aos dislates e parvoíces do merceeiro pingo doce o PM respondeu: "é prova de que não basta ser rico para ser bem educado".

O merceeiro "pingo doce" ainda ficou mais azedo que o colega "modelo" e, como este, lançou todo fogo pesado e subserviente matilha arreganhada na caçada ao PM.
Hoje, mesmo estando o seu alvo de ódio já afastado de cena como tanto desejaram, fizeram do "Dia de Portugal" o dia de catarse própria, por intermédio de um discurso para-fascistizóide de ABarreto contra os políticos baseado no "desrespeito aos empresários".

Espara-se, a todo momento que volte rapidamente, o respeitinho aos empresários, e que para além das obrigações perante a troika, tudo que possa ser feito o seja por forma a ganhar e merecer o respeitinho dos empresários.
E dos merceeiros em particular, uma vez que sendo dos mais ricos de Portugal ainda não são dos mais ricos do mundo o que nos deixa mal classificados face a, lá fora.
O sociólogo, seu actual caniche de luxo, aí estará atento para registar na história da sociologia universal, tão nobre feito.

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quinta-feira, junho 09, 2011

CES, OS FILHOS DA GUERRA COLONIAL


Já recebi convite do CES e só por motivo de força maior não estarei presente. Na qualidade de combatente (qual ex-combatente qual carapuça, nunca os monumentos, murais ou memoriais foram dedicados a ex-combatentes, nem quem escreve livros sobre a guerra o faz na pessoa ou qualidade de ex-isto ou ex-aquilo), do 1º ano de guerra e de quem já escreveu sobre ela, será com muito gosto que me deslocarei a Liboa para participar.
Para mais, estando incluido com dois poemas na "Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial" que vai ser lançada neste evento, aí estarei obrigado e atentamente.

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terça-feira, junho 07, 2011

A METAMORFOSE DA MENTIRA

GRAFFITI DE RUA

Simplesmente isto, o novo governo, promete à grande desvendar as mentiras todas de Sócrates com as irrefutáveis verdades que lhes exorbitavam das tolas, propaladas até à exautão, compradas a troco pela comunicação e vendidas aos ingénuos.

Metamorfose I
A grande verdade do dia, anunciada pela loira ptc, alta responsável política do PSD, é de que Portugal enfrenta uma crise internacional como nunca se vira há muitos anos.
Esta verdade verdadinha revelada tão rápido como a contagem dos votos , é revelada aos portugueses todos para desmentir a tão propalada mentira de Sócrates de que não havia crise externa.

Metamorfose II
Outra verdade prestes a estar na ordem do dia é que o PSD de PPC, o poupadinho, já não formará um governo diminuto reduzido a dez ministros. Foi apenas uma promessa que, talvez dado o grande trabalho e esforço necessário para debelar a crise exterior que de repente se abateu sobre o novo poder, o PPC já não pode cumprir.
Esta verdade verdadinha revelada mais rápido que iniciar negociações para formar governo, serve para revelar à saciedade que as promessas tentadas, executadas e defendidas tenazmente mas não cumpridas de Sócrates eram mentiras duma mente deformada pelo império do gozo de mentir, ao contrário de PPC que, ainda antes de tentar, já esclarece o povo acerca da verdade completa e verdadeira de que não é possível cumprir: antes de agir para cumprir digo a verdade de não poder cumprir, e assim nunca minto ao contrário do Sócrates, o mentirolas compulsivo.

Metamorfose III
O Presidente Cavaco também parece querer metamorfosear-se de Presidente Almirante Tomáz. Esta noite respondeu a uma jornalista que lhe perguntava acerca da abstenção recorde apesar do apelo do Presidente. E este respondeu, assim:

"Pode comparar a abstenção verificada com aquela que teria havido se não tivesse feito esse apelo ao voto".

Não é tão genial como a célebre "esta é a primeira vez que cá venho depois da última vez que cá estive", mas tem génio.

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segunda-feira, junho 06, 2011

PRESENTE FORA DE CENA


O PS perdeu as eleiões com clareza e Sócrates saiu de cena. Saiu? Nem tanto.
Mesmo no momento de sair proferiu o melhor discurso jamais feito em Portugal para o efeito de despedir-se por derrota clara: agradecendo aos portugueses e, sem rancor ou ressentimento, afirmar que não teme e aguarda o julgamento da História, o juiz idoso e sábio que nunca falha.
Um exemplo de dignidade face à derrota que transforma os discursos de vitória de Cavaco em lixo repelente. Um discurso que, mesmo sobre o momento de uma derrota pesada, empolgou os derrotados coisa que Passos não conseguiu com os seus nesse momento e perante uma vitoria clara.
Mas, fundamentalmente, não saiu de cena porque daqui em diante toda e qualquer governação terá como referencial o governo de Sócrates. Mas, fundamentalmente, porque desde agora o que o novo PM disser e fizer será comparado com Sócrates. Mas, fundamentalmente, porque as idas ao Parlamento prestar contas aos deputados quinzenalmente e discussões aí travadas, terão como bitola a capacidade e qualidade de Sócrates. Mas, fundamentalmente e inevitavelmente, porque a partir de hoje as medidas do novo governo serão questionadas, escrutinadas e confrontadas com as medidas inovadoras do governo de Sócrates.
Qualquer nova governação em Portugal estará perante o confronto com a forma, firmeza, convicção, trabalho árduo, credibilidade na UE e mundo exterior, capacidade intelectual e de relacionamento para criar empatias com os chefes mundiais incluindo a sua tranquilidade e à vontade para fazer passar e vender os produtos portugueses, de que Sócrates deu concludentes provas.
E, sobretudo, os novos governos serão sempre confrontados, especialmente no mundo lá fora, com a postura e imposição inequívoca de Sòcrates, que ser portugues é ser igual a outra qualquer nacionalidade, que ser portugues tem a mesma dignidade que todos os outros povos, ricos ou pobres, e merece respeito identico que dá aos outros, sem pesos e medidas à medida de gloriosos passados ou grandezas actuais.
Esta pecha portuguesa de subserviência perante o estrangeiro é também um forte motivo de confrontação e aferição da qualidade e afirmação dos novos governos face ao entendimento e comportamento como encaram o estatuto de ser portugues e obtenção de respeitabilidade ao nosso povo como povo igual a todos outros.
Por todas estas razões não prevejo que Sócrates tenha saído de cena completamente. O fantasma da sua governação e da sua postura e acção política pairará permanentemente sobre os novos governantes. E se estes continuarem a apenas maldizer e culpar as políticas de Sócrates face a incapacidades pessoais e desaires governativos, então o povo fará a tal comparação entre o antes e depois e o fantasma Sócrates tomará corpo e realidade outra vez.

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sexta-feira, junho 03, 2011

ELEIÇÕES E VOTO


Domingo, dia 5 é dia de eleições e de votar. Todos devem exercer o direito que lhes foi concedido pela Democracia reimplantada em Abril de 1974.
Quem diz que não vale a pena ou não adianta votar porque são todos o mesmo e portanto o voto não muda nada, estão enganados, enganam-se a sí próprio e enganam os outros. Basta fazer uma retrospectiva desde que temos Democracia para constatar como hoje o país é diferente para melhor e que isso se deve precisamente à existência de partidos, de correntes de opinião diversas que são expressas através do voto que, por sua vez, impõe mudanças de governos quando o povo entende que o anterior já não serve.
É do conflito de opiniões que pode prevalecer a melhor solução para resolver problemas. E o voto em quem confiamos e partilhamos a mesma opinião, é o contributo para uma solução que vá ao encontro da nossa opinião e pensamos como o melhor.
Nunca faltei ou falhei uma votação desde Abril de 74. E sempre pautei a cruz no meu voto tendo como fundamento essencial: a Liberdade. Esta é a pedra de toque: estive no célebre comício da Alameda em Lisboa que virou o PREC rumo à Democracia, no qual senti ao vivo o valor inegociável e inalienável que é sermos livres de pensar e dizer o que pensamos sem medos. O PS motor e máquina da luta que arvorou e hasteou a bandeira da liberdade nessa data, ganhou o meu dever de reconhecimento pelo voto.
Hoje, continuo a pensar que o PS continua como partido central na intransigente garantia de velar pelas liberdades democráticas. Para além disso é o partido que, sob regras intransigentes de liberdade, melhor e mais luta ideologicamente e na prática por dar e efectivar a igualdade de oportunidades a todos.
E neste momento, de ataque cerrado do financismo universal, desenfreado sem peias, aos países débeis que tentavam com dinheiro barato promover um desenvolvimento acelerado e mudança para modelo produtivo mais avançado, creio que só o PM que temos nos salvou de um trambolhão muito pior e perigoso.
Face à alternativa possível, que considero pessoa sem grande rasgo ou qualidades, tão necessárias para enfrentar a actual crise cujo desenvolvimento ainda vai no adro, considero que a pessoa mais competente para continuar a lidar com o actual mau estado do Estado continua sendo o actual PM.
Por tudo o exposto atrás o meu voto continua fiel ao PS e à sua teimosia em proporcionar aos portugueses o sonho de uma conciliação programática entre Liberdade e Estado Social.

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quarta-feira, junho 01, 2011

PRIMEIROS COMBATENTES GORJONENSES, 50ANOS

Realiza-se hoje o habitual encontro de confraternização dos primeiros militares gorjonenses enviados para Angola em 1961, para combatentes na Guerra Colonial.
Faz, neste mês de Junho, 50 anos que embarcámos no "Vera Cruz", apinhado de Soldados em tarimbas de madeira e colchão de palha desde os porões até ao céu passando pelos corredores e átrios do belo paquete.
Todos seis sobreviventes da Guerra e ainda do tempo, três estão com "baixa" médica e não podem comparecer. Iremos fazer-lhes uma visita a casa e levar-lhes velhas histórias do tempo de Guerra e novidades recentes deste insondável tempo de Paz.


AO SOLDADO GORJONENSE NA GUERRA COLONIAL*

Deixámos as nossas casas e familiares

A nossa Aldeia e nossos ofícios

Jovens e puros sem vícios

Mandaram-nos para escolas militares

Aprender sobre guerras e sacrifícios

Que viver é entre morrer ou matares.


Deixámos doces amizades e lugares

Os nossos costumes e festas

Jovens ingénuos limpos sem arestas

Fomos metidos em barcos e mares

Obrigados como bestas

Sob o jugo do voltar ou não voltares


Andámos aos tiros de morte ou vida

Vivemos com a morte lado a lado

Fomos o ínclito Soldado

Lutámos por uma causa perdida

Demos tudo e nada nos foi dado

Somos sobreviventes de mão estendida.


José Neves

Gorjões, 31.05.2011

(*) - No 50º aniversário do início da guerra e nossa participação

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