quarta-feira, dezembro 31, 2014

GORJÕES TOTAL ARTE MÚSICA NO SALÃO XII

GORJÕES TOTAL ARTE - MÚSICA NO SALÃO XI

segunda-feira, dezembro 29, 2014

GORJÕES TOTAL ARTE - MÚSICA NO SALÃO X

GORJÕES TOTAL ARTE - MÚSICA NO SALÃO IX

sábado, dezembro 27, 2014

GORJÕES TOTAL ARTE - MÚSICA NO SALÃO VIII

GORJÕES TOTAL ARTE - MÚSICA NO SALÃO VII

sexta-feira, dezembro 26, 2014

GORJÕES TOTAL ARTE - MÚSICA NO SALÃO VI

quinta-feira, dezembro 25, 2014

GORJÕES TOTAL ARTE - MÚSICA NO SALÃO V

quarta-feira, dezembro 24, 2014

GORJÕES TOTAL ARTE - MÚSICA NO SALÃO IV

GORJÕES TOTAL ARTE - MÚSICA NO SALÃO III

terça-feira, dezembro 23, 2014

GORJÕES TOTAL ARTE MÚSICA NO SALÃO II

segunda-feira, dezembro 22, 2014

GORJÕES TOTAL ARTE MÚSICA NO SALÃO I

quarta-feira, dezembro 17, 2014

MEMÓRIA, CAMPO DE FORÇAS MENTAIS.

Todos somos perseguidos pelas nossas origens; eu não trocaria todas as paisagens do mundo pelas da minha infância.
Por isso, mesmo não pensado nem planeado, inadvertidamente e depois de passadas décadas na grande cidade, damos connosco de volta aos pequenos povoados de nossas origens. É como se um campo de forças mentais provocasse uma atração irreprimível da vontade no regresso ao passado mítico para voltar a restabelecer a original ligação umbilical pré-existente, assim tal como a Ideia platónica.
Quando o futuro começa a escassear a vida presente é ocupada pela memória e esta, por amor de sobrevivência, tende a sobrevalorizar o que foi belo e feliz e até a considerar que os males passados foram um contributo-guia necessário para nos conduzir ao bem e felicidade que obtivemos. É, provavelmente, esta doce mentalidade que adquirimos sobre o passado que produz o tal campo de forças mentais que nos atrai irresistivelmente para as origens. 
Uma ordem transcendental da mente faz-nos voltar. E reencontramos os antigos lugares com paisagens que facilmente reconhecemos e nos lembram as de infância, contudo, notamos nostálgicos, que sendo as mesmas são diferentes, que sendo os mesmos lugares e espaços a paisagem é outra.
Realmente, as paisagens de infância já não existem mais, apenas estão arquivadas nas felicidades míticas sepultadas vivas na nossa memória.
Vamos ver e, visitamos os lugares e encontramos casas que foram cheias de vidas e de vida de amores, filhos, falas, gritos, choros, risos, festa e alegrias, que são vestígios de ruínas em silêncios espalhados em pedras caídas lembrando símbolos de lápides tumulares. Noutros lugares, em vez das velhas casas familiares a abarrotar de gente, terras lavradas e semeadas e árvores limpas e tratadas, encontramos modernas mansões de estrangeiros rodeadas de piscinas, jardim e mato virgem à volta.
Vamos ver e, visitamos os antigos caminhos de pedras e cabras e vemos, nuns casos caminhos tratados e abertos revestidos a  tapetes de alcatrão e noutros, caminhos tapados de mato e erva que foram abandonados e estão intransitáveis: já não há moradores nem as casas onde iam dar.
Vamos ver e, visitamos o povoado e damos conta que das várias casas abertas ao público só existe a velha mercearia e taberna e, completamente restauradas em pequeno marché  e café de vila. As casas abertas de Mestres Artesãos como o barbeiro, sapateiro, albardeiro, carpinteiro, ferreiro, ferrador, mecânico de bicicletas e funileiro que constituíam o centro comercial do povo com fabrico ao vivo e feira de alegria dos moços e moças não meninos, fecharam e desapareceram por imprestabilidade tal como os caminhos abandonados.
Vamos ver e, visitamos os poços públicos abandonados sem sinal de vida ou alegria, outrora repletos de bulício e sons das carroças e bestas com cangalhas e cântaros, baldes e funis, ferraduras e chocalhos que, em uníssono com as falas de homens e mulheres e o cantar da água tirada a baldes, faziam do local dos poços uma festa de alegria e boa disposição para encontros de amores, remédio santo para cura dos trabalhos duros do campo.
Vamos ver e, vemos e sentimos que as cores e cheiros dos matos, terras e árvores abandonadas são diferentes das enterradas vivas na nossa memória de moços, que os pintassilgos e outros magníficos cantores do alto dos galhos das árvores desapareceram, que os vizinhos já não se juntam à noite para passar o serão à volta da braseira contando contos aos pequeninos, conversando e catando pulgas, que todos hoje vivem fechados em casa frente ao altar da santa televisão ou fechados no automóvel ambulante correndo estradas atrás de novidades da publicidade.   
Vamos ver e, vemos e sentimos que nada já é o que fora na nossa infância e apesar de aparentemente quase tudo se parecer mais com a vida e costumes da cidade que deixámos, ainda assim o tal campo de forças com epicentro na memória nos atrai irreprimivelmente e algumas vezes já vi, velhos emigrantes que abalaram jovens, chorarem lágrimas profundas e pesadas como os pedregulhos caídos à vista a seus pés, junto das casas e campos em ruinas onde nasceram ou brincaram na infância.
Lá do alto o Sol ilumina todos para, num só golpe de vista, todos ver quando nascem, crescem, brincam e trabalham mas cada um ser que nasce é do seu Lugar único que vê e sente o Sol e a Luz, o tempo e o espaço, a casa e o campo, gatinha e brinca pela primeira vez em toda sua existência.
Esse Lugar único onde pela primeira vez abrimos os sentidos e ligámonos aos pensamentos nenhum exorcismo o pode arrancar da nossa vida mental.
E quiçá, na hora derradeira, quem sabe, o seu pensamento último não vai para o lugar onde pela primeira vez existiu e, logo pensou.  

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terça-feira, dezembro 09, 2014

LIBERDADE DE PRENDER TAMBÉM PRENDE, TEM DOIS BICOS


Os jornais noticiaram que o super-juiz Alexandre requereu segurança pessoal reforçada para a sua persona.

A liberdade é um bem precioso para cada um usar como entende, contudo diz-se, a nossa liberdade termina onde começa a do vizinho. É uma poderosa propriedade imaterial que possuímos para agir mas limitada por milhentas barreiras éticas e morais e muros da mesma propriedade igual de outros.
Até mesmo aos poderosos, àqueles que têm o poder de tirar a liberdade ou de prender outros, a sua própria liberdade não fica impune. Na mesma proporção que restringem ou retiram liberdade a outros também a sua liberdade fica diminuída.
A liberdade é um todo de bem comum com igual pertença de todos: se um retira liberdade a outro está retirando liberdade ao todo e por conseguinte a si próprio também.
O todo poderoso super-alex pode e exibe o seu poder de prender, até sem explicar porquê, qualquer pessoa de que suspeite ou com quem tenha um parti-pris pessoal e, fazer com isso uma demonstração de força de aparência imbatível, contudo, por tal acto, o medo que infunde é igual e simétrico ao medo que sente e a quantidade de liberdade que retira ao outro é recíproca da que lhe é retirada a si próprio.
Quanto mais isola e retira liberdade a outros por meio de prisão injustificada mais necessidade sente ele de auto-isolar-se e até aprisionar-se entre seguranças ou dentro de casa. Se ao outro destina uma cela fixa para viver a si próprio impõe uma cela ambulante, e acaba igualmente incomunicável como o preso.
É que, a civilização transformou o Homem Animal no Homem Racional e as Erínias (Fúrias) em Benevolentes, contudo, nem o Homem deixou de participar da animalidade nem as Benevolentes deixaram de participar da ira.

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sábado, dezembro 06, 2014

PARABENS PRESIDENTE!


NOVENTA JÁ, E AGORA QUE PORTUGAL PRECISAVA TANTO DE HOMENS ASSIM.
MAS AINDA BEM QUE O TEMPO O VAI DEIXANDO ENTRE NÓS, E SOBRETUDO, COM A VÓS E REVOLTA DE SEMPRE.

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quarta-feira, dezembro 03, 2014

OS PORTEIROS





Portugal, visto de perto, pode ser considerado o país mais rico ou o mais bizarro ou ainda o maior gozo do ridículo divertido do mundo actual.
Pois este país pequeno e pobre, e a empobrecer sempre mais desde há quatro anos, permite-se fazer inveja ao mundo colocando no topo da democracia não dois lentes académicos, nem dois filósofos, nem dois juristas, nem dois economistas, nem dois politólogos e nem sequer dois eminentes jornalistas mas sim dois porteiros.
No topo hierárquico temos um velho político muito batido que se desloca aos cus do mundo várias vezes ao ano num avião fretado que enche de gente, ele, a maria e a fadista com mais umas dezenas de empresário e jornalistas, à conta.
No vice-topo temos um matreiro esquivo pássaro passarão pavão que percorre mensalmente os cus do mundo inteiro e se pavoneia pelos salões para assistir à assinatura de contratos conseguidos pelas empresas em concursos internacionais ou inaugurar um salão de beleza e massagens índus.
Têm reuniões nos palácios luxuosos com presidentes, assinam protocolos com presidentes, tiram retratos com presidentes, dão apertados apertos de mão a presidentes, visitam grandiosos palácios, catedrais, obras sumptuosas, dão passeios aos lugares históricos locais, aos mais altos do mundo, aos mais antigos, aos mais grandiosos e luxuosos e às vezes dão passeios turísticos a pedido da maria.
No final da visita, ainda lá e com um grande salão dourado como pano de fundo, dão grandiosas (no sentido em que são com todas as dezenas de jornalista borlistas convidados) debitam umas banalidades de conveniência sobre as reuniões e conversações trocadas e à cerca de resultados alcançados nas grandiosas expedições caixeiro-económicas repetem invariavelmente:
. foram abertas todas as portas
. todas as portas foram abertas
. as portas abertas foram todas
. as portas foram todas abertas.
Os nossos Maiores antigos abriram mundos ao mundos, os nossos Menores actuais abrem portas dos palácios do mundo.
Mas que grandes porteiros. 

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