terça-feira, março 30, 2010

MFL E A VERDADE

VERDADINHA

É engraçado. Manuela Ferreira Leite elegeu a sua "verdade" como bandeira de sua liderança e quase todo o partido aceitou e aplaudiu a "verdade" reclamada e propalada pela chefe a todo momento.
A "verdade" de MFL disse e impôs aos militantes que Passos Coelho não servia para deputado e os militantes aceitaram e disseram que sim, que era verdade aquela "verdade".
Agora, poucos meses depois, a grande maioria dos militantes, logo grande parte dos antes iluminados pela tal "verdade", disseram e impuseram a MFL que PC não só servia como deputado como até serve e é o melhor para dirigir o partido, substituindo-a na presidência.

Ir atrás de alguém que elege como fim a "verdade" é enfiar um grande barrete. Porque a verdade é como o barrete, está sempre com quem o enfia na cabeça.

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domingo, março 28, 2010

COMO VAI JOGAR PASSOS COELHO

À JOVEM OU À VELHO?

Hoje participei num torneio social de ténis do Clube Ténis de Loulé e, do alto do terraço sobre os courts, reparei que havia jovens que jogavam à velho e velhos que jogavam à jovem.
Servir direitos como um pau, bater bolas de braço encolhido e à força de pulso, jogar cheio de tiques ardilosos e manhosos para ganhar os pontos, é jogar à velho. O contrário de tudo isso e ter gozo no jogo, é jogar à jovem.

Quando o PSD elegeu o nomeado economista Cavaco e obteve sucesso eleitoral, logo o PS foi atrás e elegeu o V. Constâncio, um émulo de Cavaco, para a chefia do partido. O resultado foi desastroso para o PS.
Agora é a vez do PSD, de certo modo, imitar o PS escolhendo uma imagem à semelhança de Sócrates. Vamos aguardar para ver se não se trata de um jovem que joga à velho.

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sábado, março 20, 2010

"EUREKAS" À PORTUGUESA

ENGRAÇADO
Os comentadores, a generalidade, sobre o orçamento ou pec faz a crítica cerrada afirmando que não passa de um engano manifesto, que tudo está mal pensado e planeado. E em "passant" no meio do paleio desenfreado afirmam, com a enfase do "eureka" de Arquimedes, que o remédio infalível para o mal de Portugal é o desenvolvimento económico.
Só que, tal como os portugueses desde D. Afonso Henriques, todos os governos desde o 25 de Abril, e todos os economistas de todos os tempos, andam exactamente à procura de descobrir o mecanismo que faz arrancar sem falhas o ambicionado desenvolvimento.
Era bom que tais sábios tão lestos a apontar o problema dessem alguma dica, ao menos como ajuda para descobrir o botão automático que dispara o busílis do desenvolvimento económico.

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segunda-feira, março 15, 2010

TOMA, A MINHA ASFIXIA É MAIOR QUE A TUA


O partido PSD/PPD de Santana, Manuela e mais uma grande maioria terminou o congresso aprovando uma lei estatutária interna que "proibe qualquer militante de discordar da direcção do partido nos 60 dias que precedam qualquer acto eleitoral".
Bem, se se dedicarem a fazer congressos antes de eleições internas directas, como no caso presente, pergunta-se como podem os militantes delegados ao congresso discordar ou criticar a direcção em exercício? E os candidatos à direcção em campanha eleitoral interna como podem discordar, criticar e opor-se a uma direcção que seja recandidata? Num debate de candidatos em que também seja candidato o presidente do partido, os candidatos podem debater o quê?
Uma trapalhada no melhor estilo governo santanista.

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quinta-feira, março 11, 2010

CAVACO SILVA E A JUDITE

A JUDITE DESOLADA

Foi notório o desconsolo e desolação da Judite por o Presidente não a acompanhar no seu preconceito contra Sácrates culpado. Estes jornalistas mandam bocas nos jornais e tvs e julgam, e esperam, que todos papem sem mexer a sopa interesseira pré-preparada e não saibam já que "o mundo está organizado por interesses e não por escuteiros".
Caros jornalistas e opinadores, os portugueses de hoje não são já os de há vinte ou dez anos atrás nem a única imprensa que existe é a dos jornais e tvs. A Net é um mundo de informação diversificada com milhares de pontos de vista sobre cada assunto. Hoje é quase impossível vender-se um Presidente como quem vende um sabonete. E a prova é que agora os jornalistas tiveram de arranjar um aliado de peso nos "processos" com "escutas" e "fugas de informação".
O PR parece que ficou escaldado com "escutas" ao palácio e agora toma cautelas e não embarca nas conversas das judites. E para bom entendedor, disse: se querem derrubar Sócrates têm toda a legitimidade de o fazer na AdR mas não contem comigo. Afinal bastou refugiar-se na legalidade e separação de poderes. Para resolver a economia e o desemprego contem com ele para golpes de estado não.

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domingo, março 07, 2010

POVO DE GORJÕES


QUE UM SONHO TE TENTE

Escondido entre cerros e matos foste posto
nascido, o pássaro gorjão te deu nome.
Sem mar, da terra vive e nela se consome
revolvendo a terra-pedra a terra-mato,
terra-seca, terra dura, campo ingrato.
Noiva em Janeiro dá frutos secos em Agosto,
pão temperado a suor salgado, o doce gosto.
 
Erigiste templo a Catarina padroeira e vigia
do povo antigo, criáste centro artesão no Alto,

emigráste repartido, com carta ou a salto,

com a Sociedade, puseste a modernidade em dia.

Erguete edifícios, pontes, caminhos, estradas,

inscreveste a tua terra entre as mais assinaladas,

enobreceste-te e às gentes que aí lutava e morria.

Caváste cerros e matos em profundo sucalco

ao rugido da pólvora, alavancas e guilhos

arrancando a pedra bruta, pão dos teus filhos,

esculpida calçada, cantaria, por mãos como basalto.

Tu, que com querer e vontade, outrora fizeste tanto

vives agora adormecido, nesse inútil desencanto

apagado e triste, que não te deixa sonhar alto.

Ó terra a ver passar deslocalizados, dormente,

que inércia é essa que te peia e mal andas?
Agarra no destino, mostra ao futuro que mandas,

que também sabes ser gente entre gente.
Imita os antigos, seu exemplo, feitos e facetas,

sacode o marasmo, traça rumos, aponta metas,
levanta-te, ergue a cabeça e que um sonho te tente.

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sexta-feira, março 05, 2010

ORIGENS

O PENSADOR, FIGURA DE BARRO DO NEOLÍTICO


GÉNE MATRICIAL

A pé descalço, vestido de peles sobre pele
subiste à mão a pulso o Cerro ao cume
de vistas longas largas e ao costume
arcaico caçador pastor nómada, teu papel

errante anónimo primitivo, disseste basta.
Ficáste, e Homo Faber, da pedra bruta
fizeste pedra lascada útil, abriste gruta
casa, limpáste rocha e mato, fizeste fasta
a terra plana fértil, sulcáste-a à mão,
inseriste sememte na Terra-Mãe fecunda,
viste nascer de semente semente abunda,
alimentáste os teus na casa do Algarão.
Fizeste-te lavrador e pastor sedentário

organizáste-te em famílias e povoados
fabricáste o barro, facas e machados
de silex, gasta a magia erigiste santuário
aos deuses ctónicos, talvez a Atégina
do culto da fertilidade, ventre maternal
criador de pão fruto e da prole inicial

humana povoadora do Cerro da Mina,
avós de todos avós e pai do géne matricial
único, indivíduo que nos habita e domina.

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quarta-feira, março 03, 2010

ORIGEM DO POVO DE GORJÕES IV


RESUMO DOS POST ANTERIORES
Analizámos a origem do povo de Gorjões a partir dos povoados Neolítoco-Calcolítico do Cerro do Algarão e Cerro da Mina. Como os povos Romanos e Árabes andaram por estas bandas e deixaram as suas marcas. E depois como surge pela primeira vez em documentos oficiais os nomes de Nexe e Gorjões em finais do Séc. XV. E como o facto de, nessa mesma época, já haver no povoado de Gorjões contribuintes para o Reino ao mesmo tempo que surgia a construção da Ermida de Santa Catarina de Gorjões, revela bem da importãncia económica e politico-religiosa que o povoado adquirira nesse tempo.
Neste tempo de existência rica do povoado, uma tese académica pressupõe que o nome "Gorjões" deriva da importância de várias famílias abastadas locais com o apelido de "Gorjam". Defendemos que não faz sentido histórico que, desde os Homens do Neolítico e depois com a passagem por cá dos notáveis organizadores Romanos e Árabes, estas terras ainda não tivessem designação e nome próprio em pleno Séc. XV das Descobertas e Renascentista.
Em contrapartida, defendemos que tais nomes têm origem muito mais remota, que vêm dum tempo sem escrita, registo ou marca e cuja tradição oral aponta para a designação de uma qualidade de pássaros, notáveis gorjeadores, que aqui encontraram o seu habitat natural, e se desenvolveram ao ponto de se tornarem referência principal e desse modo terem dado nome ao local.


DO "ESTANCO" AO "ALTO"
A Ermida de santa Catarina de Gorjões, implantada num alto sobranceiro e virada para a planura povoada, e no cruzamento dos caminhos S. Brás-Loulé com o caminho de Faro, revela, como dissemos, que o povoado atingira importância populacional e sobretudo económica dada a fertilidade e extensão das terras cultivadas.

Tornando-se excedentário em cereais e frutos secos o povoado, próximo de Loulé, adquiriu importância como entreposto de trocas comerciais. Foi assim que em plena era heróica dos Descobrimentos, alguém ou família detentora do conhecimento e consumo do tabaco trazido do Brasil, instalou-se no povoado com um negócio de "Estanco", isto é; com uma estância de seca, tratamento e venda de tabaco. Este negócio, inédito e florescente, marcou o povoado de tal modo que se tornou seu símbolo e lhe deu nome, até hoje designado "Estanco", que por sua vez deu nome aos descendentes do negócio dando origem à família dos "Estancos".
Os Estancos descendentes, nos finais do Séc. XIX, foram os primeiros "Empreiteiros" de estradas e pontes do local e quiçá dos primeiros do Algarve. E pela dimensão e número de obras que tomavam em "sociedade" com outras famílias vizinhas e amigos, formaram uma verdadeira "escola" de empreiteiros, capatazes e ofícios correlatvios que ainda hoje perdura.


No início do Séc.XX, no cruzamento da nova estrada (EM520) com o caminho dos poços públicos, um jovem descendente dos Estancos, José Pinto Contreiras, construiu a primeira casa comercial do Lugar, uma "Venda" de taberna, e depois fez mais casas para instalar novos comércios como "Venda" de mercearias e padaria com "Venda" de pão, e de seguida novas casas para instalar os "Mestres" de ofícios e artesãos de artes rurais necessárias aos trabalhos do campo.
E por fim, nos "altos" das casas anteriores, criou a habitação própria e nela o espaço suficiente para a instalação da "Sociedade Recreativa Gorjonense", logo tornado lugar de encontro social e recreativo aberto e frequentado por todos os gorjonenses, o que constituiu para oa Gorjões, naquele tempo, como que uma entrada na modernidade.

Poucos anos depois, o mesmo, projectou e construiu, com a primeira cobertura local em laje de betão armado, um amplo "Salão" de baile com palco, balcão e buffet, que passou a ser sede da Sociedade Recreativa Gorjonense.
E coisa única nunca vista, junto das casas de comércio e oficinas, abriu uma "Retrete" pública canalizada para uma fossa sanitária em terra própria distante.
Inevitavelmente, este Lugar cresceu e passou a ser a centralidade comercial e social do Sítio de Gorjões e sua principal referência até hoje.

A casa adaptada para funcionar a "Sociedade Recreativa Gorjonense", constituia parte de um 1º andar de habitação. Aquela era a primeira casa do Lugar construida fora do estilo tradicional da casa agrícola do Barrocal de sequeiro, assim com uns "altos" para habitação e comércio por baixo.
Sendo novidade e coisa única no Sítio, o povo deu em designar o local como o "Lugar dos Altos". E finalmente, por uso e simplificação popular do termo, o povo acabou a designar o Lugar tão só por "Alto", nome até hoje designação deste Lugar, o mais conhecido e principal centralidade do Sítio dos Gorjões.

Lugar que, além de constituir a centralidade mais povoada e centro comercial e social, é também uma centralidade territorial do Sítio, relativamente aos outros Lugares designados de Estanco, Caramujeira, Corgo, Poço Largo, Fonte da Murta, Palmeiral, Poço Arranhado, Sobrado, Cerca do Lobo, Raposeiras, Espírito, Nora, Crespos, Goldra, Sobreiras, Pinheiros, Monte Roque e Cerro da Mina.

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segunda-feira, março 01, 2010

ORIGEM DO POVO DE GORJÕES III

RESUMO DOS POST ANTERIORES
Explicámos como a partir do povoado Neolítico do Cerro do Algarão, nasceu o povoado do Cerro da Mina e como este povo do Neolítico-Calcolítico trabalhou e povoou as terras planas e férteis das baixas adjacentes a Norte do Cerro da Mina.
Milénios depois, os descendentes desse povo, já enraizados junto dos locais de cultivo, praticando novos métodos de trabalhar a terra com base nas novas tecnologias acerca da utilização do barro e do bronze, e mais tarde em plena época do ferro e da escrita, são invadidos pelos Romanos e depois pelos Árabes, como demomstram os vestígios encontrados nas proximidades.
E vimos como, em finais do Séc. XV, o nome Nexe e Gorjões aparecem registados em documentos oficiais para efeitos de nomear a lista de contribuintes para o Reino.



NOME GORJÕES
No Quadro de Contribuintes de 1479, para os Gorjões, são referidas cinco famílias de apelido "Gorjam", o que revela alguma riqueza e importância local destas famílias parentescas com tal apelido comum.
Os Professores do estudo citado para elaboração da Monografia de Santa Bárbara de Nexe, no encalço do ensaio de José Pedro Machado sobre toponímia do Concelho de Faro, de 1976, consideram que o apelido de tais famílias influentes locais teriam dado nome ao Sítio. Isto é: que o nome "Gorjões" deriva directamente do nome de tais famílias ricas e poderosas de apelido "Gorjam".
Contudo, o mesmo se verifica relativamente a "Nexe" e, não osbstante a similitude total, admitem outra origem para a designação de Nexe ao Lugar.

Quanto a nós entendemos como historicamente inaceitável que, tendo o Homem andado por aqui e ocupado estas Terras de forma organizada em povoados, desde o Neolítico e depois com os instruidos e refinados organizadores territoriais Romanos e Árabes, tais lugares ainda não tivessem sido nomeados e titulados com nome próprio em pleno Séc. XV das Descobertas e Renascentista. Pensamos que tais nomes de Nexe e Gorjões, são muito mais antigos e nascidos de algo marcante existente ou acontecido num tempo arcaico intemporal a qualquer registo escrito.
Cremos, que ao contário da tese académica defendida pelos Professores, foram as tais famílias novo-ricas locais do Séc. XV que atribuiram a sí próprios o nome do Lugar para, desse modo, obterem notoriedade e importância fidalguesca, como imitação do que era habitual fazerem os pequenos fidalgos rurais nesse tempo.


A tradição oral aponta para que tal nome fosse a designação de um pássaro senhor de notáveis "gorjeios" que encontrou nestas terras o seu habitat natural e, consequentemente, se reproduziu e desenvolveu em bandos consideráveis. Tornando-se o elemento mais notado do lugar, desse modo, estas terras passaram a ser indicadas como "Terra dos Gorjãos", que pelo evoluir e simplificação da oralidade popular, deu origem ao actual nome de Gorjões.

A Ermida de Santa Catarina de Gorjões, surge referida pela primeira vez, na Visitação feita pela Ordem de Santiago a S. Clemente de Loulé no ano de 1518. Segundo os dados desta visita, o início da construção da Ermida de Gorjões aponta para os anos seguintes a 1494, nos finais do Séc. XV.
O facto de haver famílias arroladas como contribuintes para o Reino, são prova evidente de que o povoado de Gorjões adquirira dimensão e relevância económica no ambito regional.
E o facto imediato de decidir-se o estabelecimento da uma Ermida, à dimensão e estilo de Igreja, neste Lugar de Gorjões no final do Séc. XV, diz bem do crescimento social e económico que o povoado já adquirira, pelo que era necessário fazer a cobertura e apoiar politico-religiosamente os muitos casais que constituiam a população já nesse tempo.


(continua)

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