quinta-feira, setembro 22, 2016

TEMPOS GORJÕES AVÔ I

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segunda-feira, setembro 19, 2016

JOÃO BARRA BEXIGA, CONFISSÕES II

quinta-feira, setembro 15, 2016

JOÃO BARRA BEXIGA, CONFISSÕES I

domingo, setembro 11, 2016

ARTE E ARTISTAS EM BORDEIRA

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domingo, setembro 04, 2016

OS ENGRAÇADISTAS E O ENGRAÇADISMO 2


A escola e a montra mais visível do engraçadismo está centrada no canal "Q". Aqui tudo é dito e se produz sob a ideia e culto do estilo engraçadista e nada se vê ou ouve que não seja envolvido de risadas altas como sendo aplausos às próprias trocas de piadas sem piada. O piadismo e risadismo crítico em moto-contínuo a propósito ou despropósito, sobre todos os temas, tenta fazer criar a ideia que estão tratando de fazer a desmontagem da eventual demagogia, erro ou mentira do tema tratado e que, desse modo, são pessoas altamente inteligentes, sérias e empenhadas em prol da verdade dos ofendidos sem voz.  
A acção deste falso efeito sobre os embasbacados pré-condicionados pela cultura do estilo é a do enfeitiçamento irracional. Contudo, o que verdadeiramente o engraçadismo faz é lançar demagogia sobre o tema ou acumular mais demagogia sobre a eventual demagogia existente no tema criando, deste modo, uma confusão que contamina e baralha qualquer visão e raciocínio lógico sobre o assunto.
 Enquanto o humor tenta esclarecer ou dar uma visão que explique fundadamente desmontando ou subvertendo a mentira ou demagogia implícita no tema tornando-o absurdo e risível, ao contrário, o engraçadismo atira lesto um anátema preconceituoso dogmático catalogando o tema imediata e fixadamente para depois parodiar o tema "fotografado" com variações de bordel e cores de alcova de modo a provocar, por automatismo instintivo, a risada alarve.
O engraçadismo não educa nem esclarece, confunde para dividir e baralhar e, deste modo, promover a manutençao do reino dos poderosos. E, por interesse e condescendência destes, manter vivo, igualmente, o próprio miserável pequenino reino dos parodiantes contratados para levar o povo ao pagode da distração permanente.
 O engraçadismo consegue manter-se, talvez devido a trabalhar por interposta representação mediática, embora entre posições opostas segundo um paradoxo flagrante. De facto, o dito engraçadismo, toma-se a si próprio com grande seriedade e considera o seu trabalho como de pesquisa inventivo mas, paradoxalmente, depois trata todos os assuntos sérios com a maior das leviandades do piadismo feito a martelo para o divertimento fácil e forçado e, sobretudo, inócuo e paralizante. E que tende ser mais uma falácia da banalidade segundo uma postura de falsa irreverência que uma actitude racional nascida do pensamento e provinda do saber.
Um exemplo paradigmático do engraçadismo foram os "homens da luta" que perseguiam insolentemente o poder político da altura, onde quer que este aparecesse na figura dos seus máximos representante, no intuito político deliberado de, sob a aparência da irreverência artística engraçadista, trabalharem para derrubar esse governo. Se eram contratados ou a soldo, talvez um dia se saiba, sabe-se todavia que eram fortemente apoiados pelos media e poderosos e que, caído esse governo e empossado o novo, os "homens da luta" desapareceram da rua e dos ecrãs.  E a propósito, onde param os organizadores da célebre manif da "geração à rasca"
Sob a capa do engraçadismo o engraçadista porreiro-nacional trabalha ao serviço dos poderosos internos que, por sua vez, são agentes menores dos plutocratas do mundo. Também o "jornalismo", mesmo o de referência, se está transformando rapidamente numa espécie de "jornalismo engraçadista" na medida em que, tal como o engraçadismo mesmo, se toma e disfarça de sério para fazer passar a mensagem conveniente à plutocracia.
Sinal dos tempos pró-unidimensionais que vivemos actualmente são, precisamente, o aparecimento inesperado de modernaços grupos activos organizados que se dissimulam sob as vestes mais diversas para esconderem a verdadeita bandeira pela qual labutam. Quer se apresentem sob a capa de "engraçadistas", de "homens da luta", de "jornalismo de referência", de "observadores", de "deolindos", de "fedorentos" ou "geração à rasca" todos, deste género que se fingem sem pecado original, fazem parte da pulhice universal desde Adão e Eva. 

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quinta-feira, setembro 01, 2016

OS ENGRAÇADISTAS E O ENGRAÇADISMO 1



 O "engraçadismo" é o estado corporal e mental forçado que tomam certas criaturas armadas em divertidas engraçadas para manterem um permanente e aparente ambiente de fingida boa disposição à base da piada superficial ou anedota sádica sobre qualquer assunto, velho ou do momento. Eles estudam e trabalham empenhadamente para ganharem notoriedade e tornarem-se rapidamente profissionais do engraçadismo nacional e assim, despudoradamente, enveredam pelo caminho fácil do trocadilho de cariz sexual pró-pornográfico enveredando pelo facilitismo do engraçado pimba. Por outro lado, na peugada e em complemento da pimbalhice engraçadista, usam e abusam de um patriotismo de garganta funda e moralismo contundente contra o "amanhanço" e "corrupção" dos políticos fazendo-se, eles próprios, passar por mais impolutos e honestos que a própria honestidade. Contudo, atenção, aqui são contundentes contra os políticos ou os "grandes" caídos em desgraça que, aos no activo. são exemplarmente dúbios e cautelosos na distribuição equitativa do tempo, número, grandeza e, sobretudo, no modo engraçadista de envolver as graçolas de maldizer, já de si, normalmente falaciosas e inofensivas, em omo lava mais branco quando dirigidas a cada detentor de poder de todos os quadrantes ideológicos.
Ganho o estatuto intelectual de "engraçadista" atribuído pelos media, passam a entrar-nos inadvertidamente pela casa adentro a solo ou em grupo com plateias de embasbacados estudantes rascas a tirocinar para humilhados de praxes e futuras pavlovianas jarras decorativas dos programas da manhâ, e tentam impingir-nos graçolas primárias quase sempre próximas da boçalidade ao pior estilo do camionista de longo curso.
O engraçadista desprezou, quase à partida, o inteligente bom humor que um Herman José produziu e praticou largo tempo e agarrou ávida e interesseiramente o seu lado pior de humorista quando cedia ao facilitismo da imagem e linguagem reles e ordinária para agradar a públicos sem exigências éticas nem estéticas.
O engraçadista não faz humor que é uma coisa durável e fica na memória, não, o engraçadista apenas quer provocar a risada imediata, instantânea, impensada e repetitivamente em moto contínuo, precisamente, para evitar que o pensamento funcione. O engraçadismo aposta no instinto e joga contra o racional, ultrapassa o limite do ridículo pela ordinarice e gozo do sucesso fácil. Contudo, o engraçadismo não passa de um espantalho que apenas afasta o espírito, da inevitável existência e racionalidade necessária, um breve tempo de enganos para depois regressar à sua realidade de inútil enfeite sem função.
Como dissemos, o engraçadismo nasceu do pior que o humorista misturava no humor são e não doentio e imediatista. Podemos tomar como seu momento iniciador o humor intelectual dos "fedorentos". Contudo, estes, ostentando o aplauso quase unânime da esquerda e piscando já o olho à direita, muito rapidamente se renderam à publicidade empresarial e, inevitavelmente, descambaram  para o uso e abuso do dúbio sentido das palavras e imagens para levar ao engano a pessoa alvo fazendo-a crer que é melhor para si ser cliente autómato que criatura clarividente quando, na verdade, é sobretudo melhor para o engraçadista a quem o patrão paga correspondentemente aos resultados conseguidos pelo trabalho de enganos executados como engraçadista contratado.
E deste modo, politicamente, o engraçadista é sempre uma personagem dissimulada mesmo quando enfeita às camadas a sua prosa de palavreado progressista para disfarçar-se. O engraçadista, embora sendo já uma figura pública, nunca é cidadão militante activo. Ele resguarda-se socialmente em fazer passar-se por uma personagem neutra, puro de contaminação politico-ideológica mas conspurcado de profundo moralismo político-puritano, contudo, o seu visceral criticismo contra os políticos revela um ser empenhadamente anti-partidos e, consequentemente, anti-política que se deita para sonhar com um país de um partido democrático e único, o dos amigos.
O humorista é determinado pela dimensão cómica da existência e usa-a não poupando ninguém, nem a si próprio, quando trata de fazer humor recorrendo ao trabalho da inteligência.
O engraçadista é o oposto daquele, também conhece essa humana dimensão cómica mas, ao contrário, abusa dela pelo excesso e cai no exibicionismo ridículo, poupa-se sempre a si próprio ou se auto-elogia por contraponto, prescinde do trabalho da inteligência a favor da esperteza e termina, quase invariavelmente, na piada de sentido insultuoso ou mesmo no insulto puro provocatório.
É que alguns engraçadistas, como é sabido, usam o seu talento parasitário para fazer da provocação ignóbil o meio prático de subirem ao topo da Babel mediática e, paralelamente, descerem ao fundo da subserviência.       
O engraçadista é o novo bobo da corte agora com a missão de divertir e distrair o povo e, por tal motivo e bom comportamento, atingem tão elevada reputação e são bem pagos junto dos detentores de poder.

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