domingo, setembro 30, 2018

CRIMES DE COLARINHO BRANCO



Um dos pensamentos do "politicamente correcto" que ultimamente se tem querido vender aos portugueses é o seguinte:  

«Provas directas em crimes de colarinho branco é coisa que não há.»

Com que fundamento lógico, estatístico ou outro se pode fazer tal afirmação assim tão categórica?
Então todos os crimes de colarinho branco ou corrupção são perfeitos? 
Tretas, penso eu comigo.
Tal afirmação vem na sequência do slogan contumaz daqueles que adoptam e praticam uma justiça segundo Códigos onde tudo o que lá está inscrito é a "título indicativo". E, assim sendo, como diria o Abel Pereira da Fonseca, "de provas também se faz justiça".
Não será que quem tem o dever de ofício bem pago de ir atrás dos rastos do dinheiro com trabalho, diligência, perseverança e inteligência, por comodidade, desinteresse ou grande trabalheira de certos casos complexos prefere desculpar-se, como normalmente, ou com falta de meios ou com a artificiosa impossibilidade de poder obter provas sendo caso de "colarinho branco". 
Impossível é que um crime não deixe rastos e, nestes casos, se se perseguir até ao fim o rasto do dinheiro ilegítimo, alguma prova subsistirá sempre.
Sejam inteligentes, trabalhem em equipe, não fiquem pelas suspeitas e trabalhem-nas com experiências, levantem o rabo da cadeira e exercitem a epistemologia e não a imaginação.
Porquê os alemães encontraram provas de corrupção no caso dos "submarinos" quer lá como cá e os nossos magistrados, zero, nada: talvez tenham achado que tal informação era a título indicativo.
A UE já detectou nas contas e informou que houve desfalque de milhões no caso Tecnoforma e requer a devolução do dinheiro e os senhores magistrados, nada, zero: mais uma informação a título indicativo e os portugueses que paguem.
O "apagão" no Secretariado das Finanças do Núncio precisamente no momento de transferências de uma dezena de milhares de milhões não deixou rasto ou ninguém foi no seu rasto?
No caso "Portocale" houve, além de outra documentação assinada, o rasto bem visível de um tal "Capelo" a depositar cheques em contra-relógio na conta do CDS, mas, claro os "crimes de colarinho branco nunca deixam rasto".
Caros, o único crime que não deixa rasto é aquele que nunca existiu e quando se procura tal existência insistentemente através de códigos a "título indicativo", ou seja à la carte, isso é também uma prova de que realmente não há crime.

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terça-feira, setembro 18, 2018

COVÍVIO GORJONENSE 2018



Novamente o Clube Recreativo e Cultural Gorjonense realizou um encontro de gorjonenses residentes, não residentes e emigrantes no mundo para um são e agradável convívio em comum por forma a manter vivo o sentimento de comunidade gorjonense.
Antigas consideradas famílias gorjonenses embora afastadas do local de sua origem, por motivos do abandono das terras não rentáveis ou sustentáveis para a vida actual, não deixam de ter recordações e saudades de voltar a estar próximos dos locais de suas velhas casas familiares e ouvir, contar e sentir-se emocionado com as histórias inesquecíveis de sua juventude.
Não é por acaso que emigrantes internos como de Lisboa ou cidades do Algarve e externos como do Canadá, USA, Alemanha e França voltam de tempos a tempos para visitar familiares e percorrer caminhos, cerros, veredas, matos e os poços públicos que frequentavam quando eram miúdos.
Claro que já não pisam os mesmos caminhos de cabras e bestas de pó e pedras pois que o progresso também passou por cá. O ambiente já não é o de pobreza e miséria do seu tempo e que os levou a emigrar à aventura.
Contudo, por natureza, o local de nossa origem e primeiros sentimentos de vida familiar feliz moldam a nossa consciência cultural para sempre: são uma marca de infância que ninguém troca pelas mais belas cidades e paisagens do mundo.

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sexta-feira, setembro 07, 2018

O ELEITOR ESTRATEGA: O ESTRATAEGA OEIRENSE


O eleitor oeirense é aquele que usa uma lógica de tipo aparentemente utilitarista do voto segundo uma atitude consciente de (i)moralalidade maquiavélica e que aparenta um contrasenso mas que, segundo tendências dos tempos actuais, não deixa de ser um sintoma e mais um passo no sentido desses mesmos tempos supermodernos em gestação.
Para mais esta estratégia, à moda de Oeiras, parece tanto mais imoral e paradoxal quanto é usada especialmente por gente letrada que usa o argumento dos iletrados ignorantes de que 'os políticos são todos iguais e igualmente corruptos e ladrões' e por isso, pensam, jamais valem ou merecem o seu voto honesto, pelo contrário, valem sim o voto desonesto maquiavélico que combata o mal com mal maior.
Por todo o resto de Portugal há os iletrados ignorantes que também assim pensam acerca dos políticos mas no seu caso, coerentemente, uma vez que detestam e desconfiam dos políticos a sua resposta é o desprezo por eleições e tornam-se adeptos falaciosos revoltados clamando por uma política e justiça de tipo salazarista.
E há os letrados desiludidos da política militante abnegada que se viram ultrapassados pelo carreirismo partidário oportunista e que, sentido-se vencidos enganados, enveredam por uma critica do Estado de sentimento anarquista da política que os leva também a adoptarem  uma atitude de eleitor abstencionista semelhante mas com argumentação de que a democracia representativa, tal como existe, é um engano, uma farsa, um jogo viciado que não vale nem merece o seu voto de eleitor consciente porque, sob a aparência democrática do voto, no fundo há apenas um jogo no interior de um circulo político vicioso com escolhas de pessoal ganhador pré-definido à partida.
A coerência do eleitor estratega oeirense é, tão só, uma aparência coerente: uma falsa coerência porque não vai contra os políticos que detesta mas sim contra si próprio ao preferir e autorizar que os mesmos políticos o roubem por corrupção. 
A ideia base que serve de fundamento para dar o seu voto é de que; "ele rouba mas faz". Ora, uma vez que todos os políticos são considerados corruptos e ladrões, pensam segundo o relativismo do mal menor. Só que neste caso não há relativismo de fazer mais ou fazer menos que outros pois, no caso, o roubo por corrupção é praticado sob a capa das obras, logo, é preciso fazer para roubar e quem mais obra faz mais amplia a matéria de roubo por meio de corrupção.
O eleitor estratega oeirense usa uma estratégia que, além de ser contra si próprio, é um incentivo ao roubo pois, se o político bom é o que rouba mas faz, fica subentendido que quem mais faz melhor político é e, consequentemente, também mais autorizado fica para roubar sempre mais numa espiral absurda de "ida ao pote".
Tal estratégia, além de estúpida e imoral é anti-social pois consente, autoriza e promove o estabelecimento na sociedade de uma escola de gatunagem por corrupção política.
Pois se esta absurda estratégia oeirense se espalhasse por todo o país e um governo fosse eleito segundo a mesma lógica restaria um Estado Cleptocrata e um povo cuja maior ambição era ser ladrão profissional.
Mas, no fim de contas, quem nos garante que o capitalismo hipermoderno em marcha não caminha neste sentido?
Os indícios desse primeiro caminhar segundo tal trajecto já são alguns: a ideia, sua aceitação e implantação em Oeiras; o seu uso por ideal ou imitação de muitos eleitores dispersos por todo o país (mundo); a proliferação de quadros expert em "financeirismo" profissionais na arte de ensinar a "fuga ao fisco"; as novas "plataformas" tecnológicas que padronizam a exploração e roubo a nível universal sem autores identificados; a proliferação de off-shores incentivadas e incrementadas pela finança e financeirismo universal criadas a propósito para ocultar e branquear capitais provenientes de negócios ilegais e corrupção; os meios de comunicação social totalmente nas mãos do financeirismo que contratam os melhores "artistas" de manipulação de massas para criar, vender e tornar boa e dominante uma qualquer falsa ilusão.
A imaginação de uns quantos não falta nem pára de fabricar ilusões, aparências, emoções e sonhos para levar ao engano a grande maioria.      

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domingo, setembro 02, 2018

O ELEITOR ESTRATEGA; O ESTRATEGA UTILITARISTA

O eleitor utilitarista é, como o nome indica, o eleitor que aplica a estratégia do chamado "voto útil".
Este eleitor, tal como o furtivo, mantém-se igualmente a par da situação política geral mas avalia-a, sobretudo, acerca da possibilidade de uma situação muito particular. A sua preocupação maior não se relaciona com qualquer coerência ideológica precisa mas sim com a manutenção da coerência de um governo que, na prática política, entende no momento como o mais conveniente para a estabilidade da sua vida no futuro próximo. 
Os eleitores que constituem este grupo, que é considerável, são aqueles que apostam e fazem funcionar as alternâncias. 
Em casos especiais este grupo flutuante, segundo aplicação ponderada da melhor utilidade do seu voto face a um forte sentimento de mau governo em funções, vota maciçamente na oposição ao ponto de produzir maiorias absolutas de um só partido.
Tal eleitor tem da política não uma consciência predominante de valor ideológico mas sim, sobretudo, de valor de uso prático. 
As ideologias servem para ele usar, na medida do poder do seu voto, uma ou outra à vez conforme o seu entendimento que tem, na altura, de quem está em melhores condições de  satisfazer a sua estabilidade de vida e bens.
No fundo, talvez seja um kantiano que trocou a ideologia de juventude segundo o "critério da razão pura"  pela revisão madura posterior do "critério da razão prática" e, desse modo, privilegia agora a acção prática em detrimento do purismo ideológico.
O eleitor estratega utilitarista quando a situação política não privilegia a utilização do seu voto segundo a estratégia do voto útil fica desiludido, sente a inutilidade do seu voto e uma perda de tempo deslocar-se para ir votar. 
Então prefere abster-se.

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